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Reflexões de Carl Sagan por um mundo mais racional, crítico e humano

Por| 27 de Setembro de 2017 às 08h47

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Reflexões de Carl Sagan por um mundo mais racional, crítico e humano
Reflexões de Carl Sagan por um mundo mais racional, crítico e humano
Carl Sagan

Que tal pensar como um dos maiores divulgadores científicos da história? Carl Sagan, astrônomo e cosmólogo, escreveu mais de 600 publicações científicas, mais de 20 livros e, junto de sua esposa Ann Druyan, escreveu e apresentou a premiada série Cosmos em 1980.

O grande defensor do ceticismo e do uso do método científico ficou famoso nos meios não-acadêmicos e científicos por conta de sua didática exemplar, traduzindo a linguagem técnica para o grande público com um toque de poesia.

E, apesar de todas as contribuições de Sagan no que diz respeito a descobertas científicas, talvez seu maior legado seja o impacto filosófico causado por suas reflexões, que se mantêm vivas até os dias de hoje não somente por terem influenciado o pensamento de outros cientistas, como Neil deGrasse Tyson e Bill Nye, por exemplo, como também na internet, onde constantemente vemos frases de Sagan sendo compartilhadas nas redes sociais, inspirando toda uma nova geração.

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Quem nunca ouviu falar que "somos todos poeira de estrelas", ou, ainda, chamou a Terra de um "pálido ponto azul"? Pois essas são algumas das ideias de Sagan, e, a seguir, você confere algumas reflexões do astrônomo por um mundo mais racional, crítico e, por que não, humano.

Toda criança é uma cientista nata

Para Sagan, as crianças são naturalmente cientistas, apenas ainda não possuem habilidades para desenvolver o conhecimento necessário. Dotadas de uma curiosidade quase que insaciável, elas têm características em comum com cientistas, como a curiosidade e a imaginação, mas nós mesmos, enquanto pais e membros da sociedade, acabamos reprimindo essas qualidades nos pequenos.

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Nós somos um pequeno universo

O finado astrônomo tinha um verdadeiro fascínio pela dimensão das coisas realmente pequenas, e, para ele, cada um de nós carrega um pequeno universo dentro de si. Sagan costumava comparar a quantidade de átomos existente em uma molécula às estrelas de uma galáxia, usando um tom poético para mostrar como, apesar de sermos muito pequenos em comparação com o cosmos, somos imensamente complexos enquanto indivíduos. Outra comparação parecida de Sagan diz que há mais estrelas em todo o universo do que a soma dos grãos de areia de todas as praias do planeta Terra.

Somos únicos e preciosos

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Apesar de Sagan ter sido um entusiasta na busca de inteligências extraterrestres, para ele, cada um de nós é único e precioso sob a perspectiva cósmica. Isso significa que, uma vez que a vida inteligente é rara em nosso universo, devemos preservá-la aqui na Terra. Afinal, tudo o que existe hoje é resultado de um processo evolutivo de 4,5 bilhões de anos, e, ao encarar as coisas sob essa ótica, o ato de matar outro ser vivo, especialmente outro humano, deve ser repensado.

Devemos sobreviver e prosperar pelo cosmos, e não para nós mesmos

Sagan acreditava que estar vivo e ser um indivíduo consciente e racional não era um mero privilégio, mas, sim, uma enorme responsabilidade. O cosmólogo era um grande defensor da evolução pacífica da humanidade, já que temos a responsabilidade de não nos destruirmos em nome da evolução do universo, como um todo.

"Diante da vastidão do espaço e da imensidão do tempo...

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... é uma alegria dividir um planeta e uma época com Annie". A frase proferida por Sagan foi uma declaração de amor à sua esposa, mas serve para qualquer pessoa que, quando apaixonada, constata como são mínimas as chances de interagir com outro ser consciente em um mesmo planeta no mesmo espaço de tempo. Afinal, temos conhecimento de mais de 100 bilhões de galáxias em todo o universo, existindo há pelo menos 13,8 bilhões de anos!

Fomos feitos para descobrir as estrelas

Outra frase famosa de Sagan dizia que, se não nos autodestruirmos, um dia nos aventuraremos pelas estrelas. Quando o astrônomo fez essa declaração, a exploração espacial ainda estava dando os seus primeiros passos, reconhecendo o que chamamos de nosso "quintal espacial" (ou seja, o Sistema Solar). Mas o visionário cientista já previa que a humanidade não se contentaria em visitar somente os planetas vizinhos e seus satélites naturais, se aventurando, no futuro, em sistemas de outras estrelas além do Sol. Sagan acreditava que o instinto de explorar tudo o que nos cerca faz parte de nossa herança evolutiva, sendo todos nós exploradores natos.

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E, inclusive, devemos explorar o universo de quisermos sobreviver

Além de enxergar a exploração como um instinto humano, Sagan acreditava que qualquer civilização tecnologicamente evoluída é obrigada a explorar o universo, mas não por pura curiosidade: para o astrônomo, estamos condenados à extinção se não criarmos meios de levar a humanidade a outros planetas. Além de ameaças iminentes à Terra, como asteroides vindo em nossa direção, o nosso Sol começará a morrer daqui a mais ou menos 5 bilhões de anos, engolindo a Terra durante seu processo de transformação em uma gigante vermelha. Sendo assim, se a humanidade sobreviver até lá, precisará partir rumo a outra morada no espaço.

Vendo a Terra com outros olhos

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Nosso planeta foi chamado por Sagan de "o pálido ponto azul". Isso aconteceu depois que a sonda Voyager 1, da NASA, ultrapassou Saturno, e foi o célebre cientista quem deu a ideia de capturar uma foto da Terra à distância, para sabermos como o nosso planeta aparenta ser, lá de longe. Então, descobrimos que o planeta onde vivemos parece com um suave Pixel azulado suspenso no espaço, e o tema rendeu o livro chamado "Pálido Ponto Azul", de autoria de Sagan, lançado em 1994, além de um vídeo com cinco minutos de duração, que você pode conferir abaixo: