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Pesquisadores usam machine learning para identificação de odores

Por| 19 de Dezembro de 2018 às 23h10

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Pesquisadores usam machine learning para identificação de odores
Pesquisadores usam machine learning para identificação de odores
Tudo sobre IBM

Um grupo da IBM está estudando uma maneira de identificar odores de forma mais precisa. Para isso, a proposta é utilizar inteligência artificial. O pesquisador Guillermo Cecci criou um algoritmo com a ideia de mostrar que, talvez, um robô é capaz de ser mais preciso e menos subjetivo para descrever cheiros.

O primeiro passo, como acontece em todo sistema de machine learning, é criar um bom banco de dados. Para isso, ele produziu uma classificação batizada de “roda do odor ”, listando de forma circular todos os principais cheiros descritos pelas pessoas.

O objetivo foi organizar semanticamente e correlacionar os principais conforme suas prescrições. Por exemplo, baunilha, chocolate e caramelo são adjacentes por serem facilmente confundíveis pela fragrância doce.

“Agora não precisamos traçar um certo cheiro em um grande conjunto de descritores”, explica Cecci. "Em certo sentido, é semelhante a uma roda de cores; podemos agora determinar matematicamente nuances ou aproximar alternativas a um odor desejado", completa em entrevista para a Nature.

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Além da correlação, ele também separa tais odores de acordo com a sua capacidade de identificação objetiva ou subjetiva. Quanto mais voltado ao vermelho, mais fácil de identificar pela sua essência, como cheios de alho, doce e pútrido, por exemplo. Já os voltados para o azul são os mais vagos, como os adjetivos pesado, cheiro de animal ou apimentado.

Com isso, por eliminação e exemplo, o computador seria capaz de descrever de forma mais precisa, optando geralmente pelos termos mais precisos e menos vagos, do que se trata um determinado cheiro.

Indústria

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Embora pareça algo sem propósito, entender de fato como um odor é formado pode render um bom dinheiro. Tal mecanismo pode gerar avanços tanto na indústria de cosméticos, quanto na alimentícia.

Identificar como o ser humano reage a um determinado cheiro pode ajudar na criação de perfumes mais apurados para certos mercados, por exemplo.

Em termos médicos, os pesquisadores também acreditam que conhecer mais sobre como sentimos cheiros pode ajudar a tratar doenças degenerativas. Isso porque um estudo recente mostrou que uma pessoa com dificuldades olfativas tem duas vezes mais chances de sofrer demência, segundo uma pesquisa publicada no Journal of the American Geriatrics Society.

O desafio agora, segundo Cecci, é desenvolver o mesmo mecanismo para outras línguas e vocabulários. Isso porque a percepção de odor pode mudar de forma muito drástica entre comunidades que partilham de uma mesma língua, até, que dirá entre nações com idiomas e culturas totalmente diferentes. Por exemplo, pessoas que vivem em situação precária podem ter um adjetivo muito menos incisivo para cheiro de lixo, do que pessoas que não convivem com sujeira e poluição.

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O trabalho está publicado no site da revista Nature.

Fonte: Nature