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Pela 1ª vez, pesquisadores geram embriões de galinhas sem a casca do ovo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Obara et al., 2024/Scientific Reports
Obara et al., 2024/Scientific Reports

Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Pois cientistas da Okayama University (Japão) levaram esse paradoxo a outro nível ao criar embriões de galinhas sem a casca do ovo! Basicamente, os ovos foram colocados em um recipiente de cultura artificial feito de filme transparente, o que permitiu monitorar o desenvolvimento até a eclosão.

O sistema foi tão bem-sucedido que vários pintinhos eclodiram com sucesso no final do período normal de incubação e se tornaram galinhas normais.

A ideia em si não é nova: há anos os cientistas têm trabalhado por décadas para tentar desenvolver um sistema de cultura sem casca, mas é a primeira vez que eles conseguiram fazer isso com sucesso.

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Até então, nos sistemas testados ao longo dos anos, os pintinhos não conseguiam se desenvolver normalmente. Eles perceberam que o problema estava em uma membrana da gema que protege a camada de células ao redor do embrião. Essa membrana estava secando no recipiente de cultura, impedindo o desenvolvimento.

Para evitar que a membrana secasse, a equipe colocou os ovos de galinha em um recipiente para gerar movimento contínuo e testou diferentes períodos de rotações: 6 por minuto, 10 por minuto e 28 por minuto.

Desenvolvimento e sobrevivência do embrião

Esse novo método ajudou a evitar que a membrana secasse. Mas veja só: a quantidade de rotações por minuto influenciou diretamente na taxa de sobrevivência do embrião.

  • 6 rotações por minuto: taxa de sobrevivência foi mais alta, mas todos os embriões mostraram sinais de atrasos no desenvolvimento.
  • 10 rotações por minuto: alguns embriões desenvolveram anormalidades, mas a taxa de sobrevivência de embriões normais foi alta.
  • 28 rotações por minuto: todos os embriões apresentaram anormalidades.

A conclusão é que 10 rotações por minuto se mostrou a melhor para sobrevivência e desenvolvimento. Veja todo o processo de desenvolvimento:

Os cientitas então decidiram dar mais um passo no estudo. Uma das galinhas que eclodiu foi deixada para crescer por um ano, depois sacrificada e dissecada. O resultado foi completamente normal, o que deixou a equipe satisfeita. 

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"A visualização em tempo real do desenvolvimento do embrião de galinha ocorrendo dentro de uma casca de ovo opaca é um objetivo importante da biologia do desenvolvimento. Apresentamos um sistema de cultura de embriões de galinha que permite a visualização em tempo real do embrião em desenvolvimento, começando do embrião em estágio de blastoderma  até a eclosão", diz o estudo, publicado na Scientific Reports.

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