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Novo estudo sobre CRISPR apresenta novos riscos sobre a técnica genética

Por| 17 de Julho de 2018 às 08h53

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Novo estudo sobre CRISPR apresenta novos riscos sobre a técnica genética
Novo estudo sobre CRISPR apresenta novos riscos sobre a técnica genética

Uma técnica genética ganhou muita força no ano passado pela sua capacidade de ser maleável. Chamada de CRISPR, a sigla significa Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, o que basicamente se refere a repetições na cadeia do DNA que podem ser programadas para direcionar trechos específicos do código genético e editar o DNA de forma precisa. A ideia é que o sistema permita a pesquisadores modificarem genes e ativá-los para entender seu funcionamento.

Contudo, novos experimentos em relação à técnica mostram que ela não é tão perfeita e segura como se propunha no início. Um estudo publicado nesta segunda-feira (16) pela Nature chamado Repair of double-strand breaks induced by CRISPR–Cas9 leads to large deletions and complex rearrangements (Reparo de fitas duplas induzidas por CRISPR–Cas9 leva a grandes perdas e rearranjos complexos, em tradução livre), mostra a consequência da aplicação em células-tronco e sistema hematopoiético em camundongos, bem como em células humanas.

O documento mostra que, ao quebrar sequências de DNA usando o sistema, há perda considerável de material genético. “Os danos genômicos observados em células mitoticamente ativas causadas pela edição CRISPR-Cas9 podem ter consequências patogênicas”, informa o trabalho.

Ainda de acordo com a pesquisa, estudos com gRNA mostraram algumas perdas além de criação de genótipos complexos resultados de inversões de sequências de RNA, introdução de DNA e perdas acima do esperado: “Nós especulamos que os levantamentos atuais podem ter ignorado uma proporção substancial de genótipos potenciais gerados pelo corte e reparo de Cas9 no alvo, alguns dos quais podem ter consequências patogênicas potenciais após a edição somática de grandes populações de células mitoticamente ativas”.

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Vale registrar que o trabalho não exclui a funcionalidade do método, mas alerta para o fato de que ainda são necessários mais estudos antes de a técnica ser usada para a o tratamento em seres humanos. “Há um risco de levar ao câncer durante a vida do paciente. Nós precisamos entender mais antes de seguir para testes clínicos em humanos”, explica um dos autores do trabalho, Allan Bradley.

A proposta do estudo é colaborar para que pesquisadores possam desenvolver técnicas mais seguras para tratamentos futuros e modificações genéticas em células-tronco.

O estudo está disponível na íntegra no site da Nature.

Fonte: Nature