Publicidade

NASA pode ter descoberto “superbactéria” supostamente infecciosa a bordo da ISS

Por| 27 de Novembro de 2018 às 11h31

Link copiado!

NASA pode ter descoberto “superbactéria” supostamente infecciosa a bordo da ISS
NASA pode ter descoberto “superbactéria” supostamente infecciosa a bordo da ISS
Tudo sobre NASA

Uma nova pesquisa conduzida pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA revelou a existência de superbactérias no espaço, mais especificamente dentro da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Parece até a premissa de algum filme com temática intergaláctica onde os humanos combatem organismos infecciosos, certo? Não é para menos, afinal os autores do estudo afirmam que esses organismos realmente podem deixar os astronautas doentes.

Gerenciado pelo California Institute of Technology, o laboratório é o principal centro de pesquisa da agência especial dos EUA no que tange o espaço robótico e as missões científicas – como o rover Curiosity que foi enviado à Marte, por exemplo, além de operar a rede de satélites Deep Space. Apesar de o estudo ter sido publicado na última semana, ele é na verdade uma atualização, já que as pesquisas estão em andamento há algum tempo.

A equipe havia publicado um artigo em janeiro deste ano, inclusive, alertando para a genética bacteriana de amostras retiradas das superfícies da ISS em 2015. Nessas amostras, foram encontrados mais de 100 genes bacterianos conhecidos por ajudarem a tornar as bactérias mais resistentes a antibióticos.

A atualização publicada recentemente, por sua vez, teve o objetivo de descobrir quão perigosos esses organismos podem ser para a saúde humana. Para tanto, comparara a genética das bactérias encontradas na ISS com a de três cepas de uma espécie específica, a Enterobacter bugandensis, descoberta recentemente e que, além de ter se mostrado resistente a nove tipos de antibióticos, também pode causar sépsis, uma imunidade muito drástica a infecções que pode fatalmente fechar os órgãos de recém-nascidos e idosos.

Continua após a publicidade

Nesta etapa, foi descoberto que os dois tipos de organismos têm muito mais em comum do que se imaginava, incluindo genes resistentes a agentes antimicrobianos e à virulência. Com essas semelhanças genéticas, a equipe de pesquisas estimou que os organismos da ISS têm 79% de chances de causar doenças ou serem patogênicas. Nos resultados, o time conclui que “essas espécies representam importantes considerações para a saúde em futuras missões” – ainda mais considerando que, no espaço, os recursos médicos para tratamentos são limitados e os astronautas tendem a ter sistemas imunológicos mais fracos.

Mais testes, mais conhecimento

Vale lembrar que as enterobactérias estão por todos os lugares, inclusive nos corpos dos seres humanos. Porém, é nos organismos mais debilitados (pacientes de hospitais, por exemplo) que uma infecção dessa espécie pode ser fatal. Essas doenças oportunistas são péssimas, sim, e as bactérias tendem a se tornar mais resistentes a antibióticos com o tempo. Porém, os autores da pesquisa afirmam que não há evidências de que os astronautas a bordo da ISS tenham sido infectados.

Além disso, uma pesquisa mais aprofundada sobre as consequências de uma infecção por essas bactérias ainda precisa ser feita, e será preciso investir em melhores condições para viagens espaciais. Isso porque, segundo o autor sênior do estudo, Kasthuri Venkateswaran, “o fato de um patógeno oportunista como o E. bugandensis causar ou não uma doença depende de uma variedade de fatores, incluindo os ambientais”.

Continua após a publicidade

A afirmação leva em consideração a microgravidade, que poderia evoluir as bactérias mais rapidamente do que na Terra, ou ainda amortecer os efeitos dos antibióticos, anulando a exterminação dos germes – ou assim especula o cientista. Portanto, mais experimentos deverão ser conduzidos futuramente no espaço. “Mais estudos in vivo são necessários para discernir o impacto que as condições da ISS, como microgravidade, outros espaços e fatores relacionados a espaçonaves podem ter sobre patogenicidade e virulência”, comenta Venkateswaran.

Fonte: Gizmondo