Múmia mais velha do mundo era nativa americana, dizem cientistas
Por Rafael Arbulu |
A múmia mais antiga do mundo é indígena, americana e corresponde a um homem de aproximadamente 40 anos à hora de sua morte. A conclusão veio por meio de uma nova análise conduzida por cientistas, que constataram que o indivíduo pertenceu à tribo norte-americana Fallon Paiute-Shoshone, que manterá os restos da múmia enterrados nos limites de suas terras.
A origem da “Spirit Cave Mummy” (“Múmia de Spirit Cave”) era um ponto de grande e acirrada contestação entre as tribos nativas das américas e antropólogos. Originalmente descoberta em Spirit Cave, no estado norte-americano de Nevada, no ano de 1940, a múmia havia sido realocada para o museu estadual local. Em 1996, uma análise de datação em radiocarbono determinou que ela tinha aproximadamente 9.400 anos.
Desde então, a tribo Fallon Paiute-Shoshone vinha tentando repatriar e enterrar os restos mortais segundo seus ritos de passagem, mas teve seu pedido de acesso ao corpo inicialmente negado pelo Estado. Após obter permissão da tribo, porém, o professor de Ecologia e Evolução da Universidade de Cambridge, Eske Willerslev, conduziu em 2016 uma análise genética que comprovou a posição da múmia como um ancestral da tribo, já que seu DNA o colocava em proximidade com indivíduos ainda vivos dos Fallon Paiute-Shoshone. Só então o corpo foi devolvido aos americanos nativos.
A pesquisa é parte de um estudo ainda maior da universidade, que está analisando os traços migratórios de tribos nativas das Américas na antiguidade.