Fósseis mostram que dinossauros gigantes foram afetados por doença devastadora
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Durante milhões de anos, os dinossauros dominaram a Terra, mas novas descobertas revelam que até mesmo essas criaturas colossais enfrentavam inimigos invisíveis. Pesquisadores identificaram sinais de uma doença óssea grave em fósseis gigantes encontrados no Brasil. Essa condição pode ter encurtado a vida de muitos desses animais, mostrando que o mundo pré-histórico estava longe de ser livre de ameaças além dos predadores e catástrofes naturais.
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Um estudo publicado na The Anatomical Record analisou fósseis de seis saurópodes (os dinossauros de pescoço longo) coletados entre 2006 e 2023 no sítio paleontológico conhecido como “Vaca Morta”, no estado de São Paulo.
Esses animais viveram há cerca de 80 milhões de anos, no período Cretáceo, quando a região era marcada por rios de águas lentas e áreas alagadas. Esse ambiente, ideal para a sobrevivência dos saurópodes, também favorecia a proliferação de microrganismos causadores de doenças.
A doença que atacava os ossos
Os fósseis apresentam sinais de osteomielite, uma infecção óssea destrutiva que ainda hoje afeta mamíferos, aves e répteis. Essa condição pode ser causada por bactérias, fungos, vírus ou parasitas.
Nos dinossauros analisados, os pesquisadores encontraram lesões internas e externas nos ossos, sem qualquer indício de cicatrização. Isso sugere que as infecções estavam ativas no momento da morte e, possivelmente, foram fatais.
As marcas da doença incluem desde alterações internas discretas até protrusões circulares visíveis na superfície dos ossos, indicando diferentes estágios de progressão. Segundo os cientistas, essas lesões possuem uma arquitetura “caótica”, distinta de ferimentos provocados por mordidas ou traumas físicos.
Por que os saurópodes eram vulneráveis?
A preferência por habitats úmidos, com água parada e abundância de matéria orgânica, criava condições ideais para a presença de patógenos. Assim, esses dinossauros gigantes se tornavam alvos fáceis de infecções oportunistas, capazes de se espalhar rapidamente entre indivíduos da mesma região.
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Fonte: Science Alert