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Experimento bem-sucedido conecta cérebro humano ao de um rato

Por| 06 de Fevereiro de 2019 às 10h11

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Experimento bem-sucedido conecta cérebro humano ao de um rato
Experimento bem-sucedido conecta cérebro humano ao de um rato

Um estudo publicado na Nature’s Scientific Reports nesta segunda-feira (4) revelou que uma equipe de cientistas chineses desenvolveu um recurso para humanos controlarem roedores através de um sistema sem fio, conectando os dois cérebros e permitindo que o humano controle o roedor, dando comandos a ele.

A BBI (do inglês brain-to-brain interface, ou interface cérebro-a-cérebro) desenvolvida pelos pesquisadores chineses permite que o cérebro humano se conecte a um computador e, assim, decodifique e estimule o cérebro do roedor, dando instruções de movimentação ao animal. A metodologia usada no estudo foi detalhado no artigo.

Os pesquisadores explicam que implantaram eletrodos em duas seções do cérebro do roedor. Depois disso, o animal foi “treinado” para fazer certos movimentos, os quais eram transmitidos a ele via ondas graças a um pequeno compartimento com um estimulador colocado no rato.

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O primeiro teste do “rato ciborgue” foi feito em um labirinto de oito saídas em forma de asterisco. O animalzinho começou em uma das saídas e precisava chegar à outra. O controlador humano então foi equipado com um dispositivo de eletroencefalograma (EEG) para medir as ondas cerebrais. Após isso, o aparelho foi conectado a um computador, passando a decodificar os sinais do cérebro da pessoa.

Por fim, as ondas cerebrais decodificadas passaram por um modelo e estimularam o cérebro do roedor, guiando-o pela direção que ele deveria seguir. Quanto ao EEG, ele é usado para medir os sinais do cérebro humano — e também eliminar a necessidade de conectar eletrodos diretamente ao cérebro de uma pessoa, apesar de o sinal ser mais fraco desta forma.

Como o método utiliza de etapas para transmitir as informações, isso evita que as informações sejam processadas muito rapidamente do cérebro humano para o do roedor. O atraso de entrada de informações, portanto, acaba sendo benéfico para que as pessoas organizem os pensamentos quanto ao comandos que enviarão ao animal.

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Os sinais cerebrais para esquerda e direita podem ser decodificados, mas para mover o roedor para a frente, por exemplo, os pesquisadores utilizaram um “piscar de olhos”. Em média, o animal levava cerca de três minutos para se movimentar pelo labirinto. Além disso, o “rato ciborgue” foi submetido a testes mais complexos com rotas predeterminadas, conseguindo conclui-las em 90% dos casos.

A BBI já passou por vários graus de sucesso antes. Em 2013, os pesquisadores conectaram o cérebro humano ao de um rato também, permitindo que a pessoa conseguisse influenciar a movimentação da cauda do animal; em 2016, um experimento similar foi feito, mas com uma barata, com o controlador humano conseguindo movê-la através de uma rota em S.

Contudo, está é a primeira vez que a BBI foi usada em testes de navegação mais complexa — e os mesmos foram completados. A equipe de pesquisadores da China sugere que os roedores podem ser usados em operações de buscas e resgates, já que eles conseguiriam entrar e sair de locais perigosos enquanto controlados por operadores humanos a uma distância segura.

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Obviamente, a tecnologia ainda precisa passar por muitos outros testes, mas já começou a levantar questões éticas sobre o uso de controle da mente de outra espécie. Em resposta, os cientistas apontaram que todos os protocolos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade de Zhejiang, onde foram realizados os testes.

Fonte: CNet