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Estudo pode ter revelado o que acontece com a sílica após impactos espaciais

Por| 27 de Agosto de 2020 às 17h18

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SCIENCE PHOTO LIBRARY
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Pesquisadores liderados por Sally June Tracy, da Carnegie Institution, desenvolveram um estudo para entender, afinal, que tipo de efeito os minerais terrestres podem sofrer após o impacto de um objeto espacial, além do que isso pode nos ensinar sobre os minerais que existem nas condições extremas do interior do nosso planeta. Os resultados foram publicados no periódico Science Advances.

A pesquisa foi feita junto de pesquisadores da Universidade Estadual de Washington e Princeton, que utilizaram uma pistola de gás para disparos de projéteis em altíssimas velocidades em amostras de quartzo, que contém sílica. Depois, o time utilizou instrumentos especiais de raios-X para analisar a estrutura cristalina do material que se forma a menos de um milionésimo de segundo depois do impacto. Assim, eles recriaram um cenário próximo do que aconteceria durante o impacto de um asteroide.

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O experimento realizado por Tracy e sua equipe demonstrou que, ao contrário do que se espera que aconteça após um choque extremamente maior do que a pressão atmosférica normal, o quartzo sofre uma transição para uma nova fase cristalina desordenada, cuja estrutura é um meio-termo entre o mineral stishovita, que tem aparência totalmente cristalina, e o vidro. Entretanto, a nova estrutura não resiste depois que a pressão intensa é aliviada.

O quartzo é um mineral formado por um átomo de sílica e dois de oxigênio, elementos que também são comuns no manto da Terra — que, por sinal, é riquíssimo em sílica. Por isso, entender como funcionam e quais são as mudanças que este mineral pode sofrer em condições de alta pressão e temperatura pode revelar detalhes sobre o passado geológico do nosso planeta.

Entretanto, mesmo após longos anos de pesquisa, os cientistas ainda não haviam chegado a um consenso sobre a forma que a sílica teria depois de sofrer um grande impacto ou condições de pressão como aquelas do estudo. "Os experimentos de compressão dinâmica nos permitiram encerrar esse longo debate", concluiu Tracy. Os benefícios do estudo vão além, pois os impactos são essenciais para entendermos mais sobre os processos de formação planetária e sua evolução — o que deverá ser melhor aprofundado em outras pesquisas.

Fonte: Carnegie Institution for Science