Espectro total | Cientistas criam chip 6G que é 10 mil vezes mais rápido que 5G
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Pesquisadores da China e dos Estados Unidos desenvolveram um chip 6G que promete capacidade de transmitir dados a 100 gigabits por segundo, uma velocidade até 10 mil vezes mais rápida que o 5G atual. O chip mede apenas 1,7 por 11 milímetros e consegue cobrir de 0,5 GHz até 110 GHz. Isso significa que, em vez de depender de vários componentes para acessar cada faixa de frequência, como acontece nos dispositivos atuais, um único chip pode se adaptar dinamicamente ao espectro disponível.
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Na prática, isso possibilita que mil smartphones transmitam vídeos em 8K ao mesmo tempo sem perda de desempenho, segundo os cientistas. A descoberta foi publicada na revista Nature e marca um avanço rumo à previsão de que o 6G estará disponível por volta de 2030.
Como funciona a tecnologia no 6G
O grande diferencial está no uso da abordagem eletro-fotônica, que combina eletricidade e luz para gerar sinais de rádio estáveis. O sistema utiliza um modulador que converte sinais sem fio que passam por osciladores optoeletrônicos ajustáveis, permitindo alcançar frequências que vão do espectro de micro-ondas até a faixa de terahertz (THz).
Vale notar que o chip foi fabricado com nióbio de lítio em filme fino, um material que já é considerado essencial para a próxima geração de telecomunicações, pois garante alta largura de banda e baixa latência.
Por que o 6G precisa de novos componentes nos celulares
Atualmente, os smartphones usam componentes projetados para operar em faixas de frequência relativamente estreitas. Isso funciona bem no 5G, mas não será suficiente para o 6G, que depende de múltiplas bandas para atender diferentes necessidades.
O novo componente funciona como uma solução capaz de alternar entre frequências de forma automática, algo que os cientistas chamam de “gerenciamento adaptativo do espectro”.
Com o crescimento da demanda por dados, as redes 5G já enfrentam congestionamentos em horários de pico e grandes eventos. O chip 6G de espectro total promete resolver esse problema, distribuindo o tráfego por diferentes bandas e mantendo a estabilidade mesmo em ambientes com dezenas de milhares de dispositivos conectados simultaneamente.
Segundo os pesquisadores, essa inovação é comparável a construir uma superestrada com várias pistas, onde os sinais eletrônicos são os carros e as faixas de frequência representam as pistas. Embora ainda exista a necessidade de infraestrutura global para suportar o 6G, o avanço indica que os dispositivos do futuro podem contar com conexões rápidas, estáveis e acessíveis em qualquer lugar.
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Fonte: Live Science