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Encontrada no Laos cratera de impacto de colisão ocorrida há quase 800 mil anos

Por| 08 de Janeiro de 2020 às 13h45

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Encontrada no Laos cratera de impacto de colisão ocorrida há quase 800 mil anos
Encontrada no Laos cratera de impacto de colisão ocorrida há quase 800 mil anos

Já era sabido que, há 790 mil anos, a Terra foi atingida por um meteoro que não se queimou totalmente na atmosfera, resultando em um impacto tão intenso que sua explosão cobriu cerca de 10% do planeta com detritos rochosos pretos e brilhantes — chamados tectitos. Essas rochas foram encontradas espalhadas desde a Indochina até o leste da Antártica e chegando aos oceanos Índico e Pacífico ocidental e, por mais de um século, cientistas procuravam evidências de tal impacto para descobrir exatamente onde ele aconteceu. Agora, finalmente essa cratera foi encontrada no sul do Laos.

Tectitos são pequenas rochas de vidro que medem poucos centímetros, e são formados após impactos de grandes meteoritos com a superfície da Terra. Análises dos locais onde esse tectitos foram encontrados indicavam que a cratera de impacto estaria no sul da China, no norte do Camboja, ou no centro do Laos — mas todos esses pontos acabaram sendo descartados. Agora, novas análises geoquímicas revelaram que a tal cratera estaria no sul do Laos, no planalto de Bolaven, e ficou escondida por todo esse tempo sob um campo de lava vulcânica resfriada com cerca de 5 mil quilômetros quadrados.

É que, quando objetos espaciais atingem a Terra e colidem com o solo, rochas terrestres presentes no local podem se liquefazer por conta do calor intenso que é gerado com o impacto, esfriando posteriormente e, assim, gerando os tectitos. Então, cientistas podem estudar a localização dessas pequenas rochas de vidro para mapear regiões na busca por locais de impacto. Só que, neste caso, os tectitos estavam espalhados por uma área muito extensa, o que dificultou a localização da cratera.

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Quando os pesquisadores finalmente encontraram o local no sul do Laos com os campos de lava vulcânica, eles descobriram que o fluxo de lava datava de algo entre 51 mil e 780 mil anos, o que estaria de acordo com a data estimada do impacto, que é de 790 mil anos. Então, a região se tornou a candidata ideal para a busca pela cratera. Ao analisar o que havia abaixo da superfície de lava, descobriu-se uma anomalia gravitacional em uma zona subsuperficial menos densa do que a rocha vulcânica a seu redor, e as medições sugeriram que ali havia uma cratera alongada com cerca de 100 metros de espessura, 13 km de largura e 17 km de comprimento.

Sendo assim, ao reunir todas as pistas, que estavam de acordo umas com as outras, os cientistas acabaram confirmando que aquela região, portanto, é onde fica a cratera gerada pela colisão de quase 800 mil anos atrás, colocando um ponto final nessa história. O estudo foi publicado na revista Proceedings da National Academy of Sciences.

Fonte: LiveScience