Avanço científico pode permitir que aparelhos eletrônicos deixem de emitir calor
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

Imagine um celular que nunca esquenta ou até data centers que funcionam sem precisar de enormes sistemas de refrigeração. Isso pode virar realidade graças a uma descoberta feita por cientistas e publicada no último dia 31 na ACS Nano: o “optoexcitonic switch”, uma nova forma de controlar a eletricidade dentro dos aparelhos.
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Hoje, todo eletrônico funciona com elétrons, pequenas partículas que carregam energia. Quando eles se movimentam, liberam calor, e é por isso que o celular aquece quando você joga ou que computadores precisam de sistemas de ventilação. Esse calor extra não só gasta energia, como também limita o desempenho dos aparelhos.
A solução encontrada pelos cientistas
Os pesquisadores descobriram uma maneira de trocar os elétrons por partículas chamadas “excitons”. Diferente dos elétrons, os excitons não têm carga elétrica, o que significa que não produzem calor quando transmitem informações.
Na prática, eles funcionam como interruptores em miniatura, ligando e desligando a passagem de energia, só que de forma muito mais eficiente e sem desperdício.
Para que isso fosse possível, os cientistas usaram luz (fótons) para organizar os excitons em uma espécie de caminho. Mas havia um detalhe curioso: o material precisava ter uma espessura exata, chamada de “espessura mágica”. Só assim a luz conseguia empurrar os excitons e fazê-los funcionar como esperado.
O que esperar do futuro?
Se essa tecnologia for aplicada em larga escala, existe a possibilidade de aparelhos menores, mais rápidos, que gastam menos energia e não esquentam. Isso pode significar celulares com baterias que duram muito mais, computadores sem barulho de ventilador e enormes economias em energia elétrica nos data centers.
Mas vale a atenção: ainda pode levar algumas décadas até que essa inovação chegue ao mercado. De qualquer forma, o avanço científico já mostra um caminho claro: um futuro em que a eletrônica deixa de desperdiçar energia em forma de calor.
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Fonte: Live Science