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Engenheiro cria máquina que produz água potável a partir do ar

Por| 14 de Outubro de 2014 às 12h20

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Engenheiro cria máquina que produz água potável a partir do ar
Engenheiro cria máquina que produz água potável a partir do ar

Passando por uma crise hídrica histórica, o estado de São Paulo está preocupado com problemas como a falta de água e racionamento que já atingem algumas regiões do estado. Enquanto muita gente não sabe o que fazer com a falta de água, um engenheiro mecatrônico encontrou uma solução criativa e moderna para o problema.

Pedro Ricardo Paulino patenteou a Wateair em 2010. A máquina, desenvolvida por ele com dinheiro próprio, condensa a água a partir da umidade do ar. A água passa por um processo de purificação e o resultado é tão limpo que ela já foi usada em máquinas de hemodiálise. Para o consumo, a água passa por um segundo filtro que adiciona sais minerais ao produto, informou o engenheiro para a Folha de S. Paulo.

Para que a Wateair funcione é necessário apenas ligá-la na tomada, mas a quantidade de água produzida depende diretamente da umidade do ar. No caso de uma umidade do ar menor que 10% a máquina para de funcionar, evitando que o ambiente fique ainda mais seco. No entanto, é difícil que o ar fique seco neste nível – no dia mais seco de São Paulo neste ano a taxa de umidade do ar era de 19%.

A máquina possui cinco etapas para produzir água: o ar é aspirado pela máquina por meio de turbinas, as moléculas de água são condensadas e se tornam líquidas, filtros e raios ultravioleta purificam a água, outro filtro adiciona sais minerais, e por fim a água é armazenada em um reservatório e está pronta para o consumo.

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Uma máquina com capacidade para produzir mil litros de água diariamente tem um custo de R$ 120 mil. O alto custo é justificado por Paulino devido à importação de todos os componentes da máquina e à demanda que ainda é pequena. Segundo ele, ainda não há nada feito em uma linha de produção, o que baratearia o custo.

A menor máquina é a que tem capacidade de produzir 30 litros de água por dia com uma umidade do ar em 80%, com um custo de R$ 7 mil. A maior, com capacidade para 5 mil litros, custa R$ 350 mil.

É também preciso considerar a quantidade de energia elétrica usada pela máquina. Segundo o engenheiro, o gasto de energia para fazer um litro de água gira em torno de R$ 0,17 em São Paulo. Para produzir mil litros diariamente, custaria R$ 170.

A Sabesp cobra para distribuir a mesma quantidade de água o equivalente a R$ 7,25, o que abasteceria uma família de quatro pessoas. Mesmo com o custo elevado em energia, Paulino garante que a procura pelo produto cresceu nos últimos meses.

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“Os clientes antes eram escolas ou pessoas que precisavam de água potável em menor quantidade. Agora, vendemos a restaurantes, produtores de remédios e outros prejudicados pelo fornecimento de água e pela dificuldade da captação por poços”, afirma ele.

O projeto teve início na década de 1990, quando Paulino trabalhava em uma multinacional. Em 2006 ele passou a investir sozinho no projeto e em 2010 finalmente conseguiu uma água com a qualidade necessária e pode patentear a invenção. Segundo ele, “máquinas como essa em escala gigante e a dessalinização da água do mar são opções para o futuro de São Paulo”.