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Alexa, da Amazon, pode ser “testemunha” de assassinato na Flórida

Por| 05 de Novembro de 2019 às 12h49

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Reprodução/Amazon
Reprodução/Amazon

No mês de outubro, uma mulher chamada Silvia Gava foi morta em sua casa na Flórida, precisamente na região litorânea de Hallandale Beach. O principal suspeito é o seu namorado, Adam Reechard Crespo, de 42 anos. Apesar de toda a investigação, a polícia ainda não conseguiu provar que foi ele, que diz ser inocente e chamou a morte da vítima de “acidental”, tendo ela ocorrido após uma discussão acalorada entre o casal.

Isso pode mudar após as autoridades executarem um mandado de busca e apreensão de dois alto-falantes da Amazon, um Echo e um Echo dot, encontrados na cena do crime. Motivo: a assistente virtual da gigante da tecnologia, a Alexa, pode ter ouvido a briga entre os dois.

Como já mostramos, os alto-falantes inteligentes equipados com assistentes virtuais estão constantemente ouvindo o ambiente em que se encontram, esperando capturarem uma palavra de ativação e executarem a ordem de seus proprietários. No caso da Alexa, a palavra de ativação é o próprio nome da assistente (partindo do princípio que o usuário não a tenha alterado em suas configurações): “Alexa, encomende o produto XYZ”, “Alexa, acenda a luz da cozinha” e assim por diante. A polícia quer saber, porém, se neste caso a Alexa teria capturado a altercação do casal e, com sorte, saber o que de fato aconteceu nos momentos que antecederam a morte de Galva.

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Pela versão do acusado, Crespo e Galva estavam discutindo após terem saído à noite e ele estava tentando arrastá-la para fora da cama, quando ela teria se agarrado a uma das lanças da cabeceira de metal. Tal lança tinha uma lâmina de pouco mais de 30 centímetros. Ele continuou a puxá-la quando, disse ele, ouviu a lança se partir. Ao virar-se de volta para a sua então namorada, viu que a lâmina estava cravada em seu peito. Ele puxou-a para fora, esperando que a lesão “não fosse muito ruim”.

A promotoria está acusando Crespo de assassinato. “Há razão para acreditar que a evidência dos crimes possa ser encontrada no servidor mantido pela ou para a Amazon”, diz trecho do mandado de busca e apreensão dos alto-falantes.

A Amazon prontamente entregou diversas gravações, mas, por ora, a promotoria ainda não discutiu publicamente o que foi encontrado no material, ou mesmo se encontraram algo de fato.

“Nós recebemos as gravações e estamos no processo de analisar o que nos foi enviado”, disse o porta-voz do Departamento de Polícia de Hallandale Beach, o sargento Pedro Abut. Segundo a porta-voz da Amazon, Leigh Nakanishi, porém, a busca pode ser em vão. A funcionária da empresa esclareceu que os alto-falantes da linha Echo gravam “porções” de áudio e não armazenam conversas privadas. “Por padrão, os dispositivos Echo são desenhados para ouvir apenas a palavra de ativação”, ela disse.

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A porta-voz ainda disse que nenhum áudio é armazenado ou enviado à nuvem da Amazon, salvo pelo que o alto-falante ouvir após detectar a palavra de ativação. Neste caso, a não ser que uma das partes tenha dito a palavra ou algo próximo dela, os alto-falantes não trarão mais informação do que, digamos, uma poltrona no mesmo recinto. Ademais, os alto-falantes da linha Echo possuem um botão de “Mudo” que impede qualquer captura de ser feita, mesmo da palavra de ativação.

E então, Alexa: ele é culpado ou inocente?

Fonte: Florida Sun-Sentinel