Teste: Fiat Toro 2026 tem novo visual e mais equipamentos, mas segue sem ACC
Por Lucas Parente | •

Em 2016, a Fiat Toro chegou ao Brasil com uma proposta arriscada e inovadora. A picape foi responsável por trazer alguns elementos inéditos para o mercado nacional, como a tampa da caçamba bipartida, estrutura monobloco com motorização turbodiesel e tração 4x4.
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Quase 10 anos depois, a Toro segue em sua primeira geração e mesmo assim se mantém entre as picapes mais vendidas do Brasil, se destacando no segmento de intermediárias — mesmo com pouquíssimas mudanças no meio do caminho.
Pouco tempo depois da chegada da nova motorização turbodiesel, que deu um novo fôlego para o modelo, a Fiat divulgou um novo facelift, com visual inédito e de acordo com a nova linguagem de design da marca. Junto a isso, também veio um reajuste de R$ 2 mil para todas as versões.
- Endurance Turbo Flex: R$ 159.490,00
- Freedom Turbo Flex: R$ 169.490,00
- Volcano Turbo Flex: R$ 186.490,00
- Ultra Turbo Flex: R$ 196.490,00
- Volcano Diesel: R$ 210.490,00
- Ranch Diesel: R$ 228.490,00
As mudanças são explícitas principalmente na frente, com a nova grade com aletas verticais e um conjunto óptico redesenhado, com destaque para os DRLs totalmente em led. Os para-choques dianteiro e traseiro também foram remodelados, assim como o desenho interno das lanternas traseiras.
Para completar o exterior: todas as versões da Toro 2026 têm rodas com visual inédito, além de uma nova capa para o santantônio e estribo para as versões Ultra e Ranch.
A cabine teve poucos reajustes. Os principais se concentram na tecnologia embarcada da picape, que tem um novo cluster de instrumentos digital de 7” e o tão esperado freio de estacionamento eletrônico. A manopla do câmbio, que também é nova, mudou para pior, aparentando ser um tanto quanto frágil — pelo menos essa foi a primeira impressão.
Os revestimentos dos bancos são novos e variam de acordo com a versão. O restante segue o mesmo: multimídia de 7”, 8,4” ou 10,1”, ar-condicionado digital e de duas zonas (dependendo da configuração), console elevado e banco de motorista com ajuste elétrico a partir da variante Volcano.
Dirigibilidade de SUV
Talvez o grande trunfo da Fiat Toro sempre foi a direção, que se aproxima muito a de um SUV, e todas as versões produzidas nestes 9 anos e alguns meses se destacaram por suaS motorizações. E o caso não é diferente na linha 2026, que mantém os mesmos motores 1.3 turbo flex de 176 cv e 2.2 turbodiesel de 200 cv, recém-adicionado na picape. Havia expectativa para ua chegada de uma nova variante híbrida leve, que acabou ficando para o próximo ano.
A principal adição mecânica para a nova Toro foram os freios a disco nas rodas traseiras, que antes eram a tambor. Essa atualização era esperada há um bom tempo para a picape.
Como não houveram mudanças nos motores do modelo, a dinâmica de direção segue a mesma: firme, robusta e responsiva. Mas o grande destaque é a configuração a diesel, que é disponibilizada nas duas versões mais caras da picape, chamadas Volcano e Ranch.
A dirigibilidade nessas variantes, mais especificamente da Ranch, que foi a que dirigimos, é parruda e não à toa foi colocada na linha Toro para bater de frente contra picapes maiores, do segmento de médias. Com 200 cv e 45,9 kgfm de torque, ela se equipara contra nomes como Toyota Hilux (204 cv) e Chevrolet S10 (207 cv).
As versões a diesel também são as únicas a vir de série com tração 4x4, além de ser capaz de distribuir a força do motor igualmente entre os eixos, com o já conhecido bloqueio do diferencial central.
Tudo isso aliado a um câmbio automático de 9 marchas transforma a picape em um tanque de guerra, principalmente no off-road. Os impactos com o solo imperfeito pouco são sentidos dentro da cabine e o torque de mais de 40 kgfm faz a Toro “tirar de letra” os circuitos fora de estrada.
Em ciclos urbanos, ela também é ótima e isso é visto em seus números: o 0 a 100 km/h é feito em 9,8 segundos, enquanto o consumo fica na casa dos 10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada. A capacidade de carga é 1.010 kg, enquanto a de reboque é de 450 kg. Já o volume útil da caçamba é de 937 kg.
Versões com motor 1.3 T270 flex
O motor 1.3 T270 turbo flex foi introduzido na linha da Fiat Toro em 2021 e foi bem aceito pelos consumidores brasileiros. Também montado em outros carros da Stellantis, como Jeep Renegade e Commander, o propulsor passou recentemente por uma pequena redução de potência, indo de 185 cv para 176 cv. Segundo a marca, isso aconteceu por conta das novas regras de emissões do Proconve L8. O torque é de 27,5 kgfm.
Por ter menos potência e ser oferecido somente com tração 4x2, a Fiat Toro flex é um pouco mais “amarrada” na direção, forçando até uma relação de troca de marcha um pouco maior no câmbio automático de seis velocidades. Atenção também para o delay no pedal do acelerador, que é (bem) perceptível.
A impressão ao dirigir é ótima, de um carro confortável e potente. Na gasolina, o consumo na cidade é de 9,4 km/l e 11,2 km/l na estrada. No etanol, há uma pequena redução: 6,8 km/l na cidade e 7,9 km/l na estrada.
A capacidade de carga das versões a gasolina também é menor. A picape é capaz de carregar até 750 kg na caçamba. A versão Volcano, no entanto, pode carregar somente 670 kg. O volume útil e a capacidade de reboque são as mesmas para toda a linha Toro.
Voltando a falar sobre tração, a Fiat foi questionada sobre uma possível versão 4x4 das picapes flex, que foi descartada pela marca por não “enxergar mercado” para ela.
Pacote de assistências de direção
Não foi dessa vez que a picape ganhou o piloto automático adaptativo (ACC). Ela segue para a linha 2026 somente com frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e comutação automática do farol alto, que ajusta a iluminação de acordo com o ambiente e sem atrapalhar a visão do motorista que vem no sentido contrário.
Segundo a marca, em estudos realizados com os consumidores, esse tipo de tecnologia não é requerido para modelos como a Toro — mesmo que já seja oferecido em veículos mais baratos.
Partindo de R$ 159.490, a Fiat Toro 2026 segue como uma ótima opção para o mercado de picapes, com um bom custo-benefício para quem necessita de um carro para a cidade, trabalho ou circuitos fora de estrada.
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