Teste: Dirigimos o Leapmotor C10, surpresa chinesa da Stellantis
Por Paulo Amaral |

A Leapmotor, marca chinesa recém-adquirida pela Stellantis, se apresentou ao mercado brasileiro com os dois primeiros modelos que serão vendidos por aqui: o B10, SUV médio que só chega em janeiro de 2026, e o C10, utilitário grande que terá versões BEV e Super-Híbrida, com tecnologia REEV.
- Leapmotor mostra primeiros carros no Brasil; veja preços e versões
- Quanto vão custar os carros da Leapmotor no Brasil?
O CT Auto esteve presente no evento e pôde testar ambas as variantes do C10, em dois tipos diferentes de test-drive. O primeiro, a bordo da versão super-híbrida, foi mais longo, justamente para comprovar a eficiência da inovadora tecnologia, até então inédita em modelos vendidos no Brasil.
O segundo test-drive, a bordo da versão 100% elétrica do C10, foi mais curto, realizado dentro da região metropolitana de Campinas. O objetivo, porém, foi o mesmo: demonstrar o quanto o SUV da marca chinesa da Stellantis pode entregar no comparativo com os principais concorrentes.
As primeiras impressões de ambos, na visão do CT Auto, podem ser resumidas em apenas duas palavras: gratas surpresas. Confira a seguir um pouco mais sobre o teste com o Leapmotor C10, SUV que chega para tirar o sono de BYD, GWM, Geely e companhia.
Como anda o Leapmotor C10 Super-Híbrido?
O primeiro contato a bordo do Leapmotor C10 foi ao volante da versão Super-Híbrida, dotada com a tecnologia REEV. O principal diferencial em relação aos demais “Super-Híbridos” de marcas concorrentes ficou claro já na primeira acelerada.
O C10, embora conte com um motor a combustão em seu powertrain, não utiliza o propulsor térmico para tracionar as rodas em nenhum instante. Isso faz com que a chamada experiência elétrica seja sentida o tempo todo pelo motorista.
Nos quase 200 quilômetros do teste, metade apenas no modo EV e metade no modo combustível, a eficiência do sistema foi colocada à prova e, como antecipamos no título da matéria, se mostrou uma grata surpresa.
O C10 Super-Híbrido é ágil nas saídas, extremamente silencioso e com ótima calibração de volante e suspensão. As retomadas, tanto de 60 km/h para 80 km/h quanto de 100 km/h para 120 km/h também são instantâneas, ao contrário do que ocorre em modelos de algumas marcas rivais.
Os únicos “senões” da experiência ficaram por conta do minimalismo da cabine. Com poucos botões, é preciso acessar comandos básicos, como o do ajuste do retrovisor, por meio da central multimídia. É uma tendência, especialmente em carros chineses, mas é pouco prático e intuitivo.
Paramos para reabastecer o carro antes de trocá-lo pelo SUV 100% elétrico, e nos espantamos com a quantidade de gasolina gasta na segunda “perna” do teste: pouco mais de 3 litros apenas. O consumo elétrico, por sua vez, foi de apenas 41%. Números excelentes, com média de 14,08 km/l no combinado.
Vale, porém, uma ressalva: o carro ficou ligado, com ar-condicionado e demais sistemas funcionando, durante pelo menos dois pit-stops para troca de motorista, em um tempo médio de 30 minutos, algo que certamente prejudicou os números finais do consumo.
Como anda o Leapmotor C10 elétrico?
O segundo test-drive do dia foi mais curto e menos “surpreendente”, mas não por conta de qualquer problema com o Leapmotor C10 BEV, com motorização 100% elétrica, O “problema” é que, como a primeira parte do trajeto ao volante do super-híbrido foi feito no modo de condução EV, a experiência de pilotagem foi exatamente a mesma.
A única diferença, aliás, está nos modos de condução oferecidos. Enquanto o híbrido oferece o modo “combustível”, o BEV, obviamente, se atém ao que um carro exclusivamente elétrico tem em seu projeto.
O comportamento dinâmico, a eficiência na regeneração da bateria com as desacelerações, e a retomada instantânea, por sua vez, seguiram exatamente iguais. E ainda bem, pois dará ao consumidor a possibilidade de escolher o que melhor se adapta às suas necessidades.
Vale lembrar que o Leapmotor C10 100% elétrico é o mais barato da gama, enquanto o dotado da tecnologia REEV, que estende a autonomia para quase 1.000 quilômetros por ciclo de carga, ocupa o topo da linha.
Leia também:
- Tecnologia pura: como é o sistema super-híbrido do Jaecoo 7?
- Quanto custaria uma Honda CB 600F Hornet hoje, com a inflação?
Vídeo: Chegou a hora do carro elétrico no Brasil?