Teste: Audi A6 e-tron oferece desempenho e tecnologia, mas cobra (caro) por isso
Por Lucas Parente |
Agora parte da família e-tron da Audi, a nova geração do A6 chega ao Brasil para disputar espaço no segmento de carros elétricos de luxo. Em versão única, chamada Sportback Performance Black, o modelo parte de R$ 649.990.
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Montado sobre a nova Plataforma Elétrica Premium (PPE), o A6 se destaca em um ponto importante: a tração traseira — sendo o primeiro veículo da marca vendido oficialmente no Brasil com esse tipo de configuração.
No eixo traseiro, está um motor elétrico síncrono que entrega 367 cv de potência e 57,6 kgfm de torque. Segundo a Audi, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos, mesmo pesando 2.470 kg. A velocidade máxima é limitada eletronicamente a 210 km/h.
A versão também traz uma bateria de íon-lítio de 100 kWh, que garante 445 km de autonomia no ciclo PBEV divulgado pelo Inmetro.
Carregamento rápido
Graças à arquitetura de 800 V, o Audi A6 e-tron suporta carregamento de até 270 kW em corrente contínua (CC), podendo ir de 10% a 80% em cerca de 21 minutos. Já em corrente alternada (CA), o carregamento é limitado a 11 kW.
Visual despojado e esportivo
Outro destaque técnico influencia diretamente no design: o coeficiente aerodinâmico de apenas 0,21 Cx, o mais baixo da história da Audi. Isso contribui tanto para eficiência energética quanto para o desempenho.
Com 4,92 m de comprimento, 1,93 m de largura, 1,48 m de altura e 2,94 m de entre-eixos, o A6 Sportback impõe presença.
Na dianteira, a grade fechada contrasta com um aplique em preto brilhante no para-choque. Acima dela, os faróis full-LED com tecnologia Matrix e setas dinâmicas trazem assinatura óptica personalizável pela central multimídia.
O acabamento em preto brilhante se repete nos retrovisores, maçanetas e apliques das portas. O conjunto é completado por rodas esportivas de 21 polegadas.
Na traseira, estreia no Brasil o Audi Rings iluminado, integrado às lanternas em LED interligadas por uma barra contínua. O difusor em preto brilhante e o vidro de caimento cupê reforçam o apelo esportivo.
Interior tecnológico
A cabine é marcada por tecnologia e sofisticação. São três telas de alta definição somadas a um head-up display com recursos de assistência, como limite de velocidade e distância do veículo à frente.
O painel traz a mesma solução já vista no Audi Q6 e-tron, com telas integradas:
- central multimídia de 14,5”,
- painel de instrumentos digital de 11,9”,
- display frontal ao passageiro de 10,9”, com funções ativas no Brasil (GPS, multimídia, computador de bordo).
Como opcional, há ainda câmeras no lugar dos retrovisores tradicionais, exibidas em telas laterais no painel. A princípio estranha, a solução logo se torna natural — mas ainda não supera os bons e velhos espelhos.
Outro recurso marcante é o teto panorâmico de vidro com polímero integrado, capaz de alternar entre transparente e opaco conforme a escolha do usuário — tecnologia herdada da Porsche, assim como a plataforma PPE.
O espaço interno é amplo, principalmente no banco traseiro, graças ao entre-eixos de 2,94 m. No entanto, o teto rebaixado (1,48 m de altura) pode incomodar ocupantes mais altos. O porta-malas tem 502 litros, complementados por um frunk dianteiro de 27 litros.
Como é dirigir o Audi A6 e-tron
O maior diferencial do A6 e-tron talvez não seja a potência, mas o fato de manter a essência de condução da Audi mesmo sem motor a combustão.
A direção é direta e precisa, e a tração traseira deixa a condução mais divertida. Há quatro modos de condução — Balanced, Efficiency, Comfort e Dynamic —, cada um alterando de forma perceptível acelerador, freios e direção.
Apesar do peso superior a duas toneladas, isso pouco se percebe, em razão do torque instantâneo e alta potência. Em altas velocidades, contudo, o porte avantajado pode causar leves balanços em desníveis, sem comprometer a dirigibilidade, assim como irmão a combustão A5.
Preço e rivais
Os R$ 649.990 podem ser justificados pelo conjunto de luxo, tecnologia e conectividade que o Audi A6 e-tron Performance Black entrega. No entanto, ele encara uma concorrência pesada de outras marcas premium — tanto tradicionais (BMW, Mercedes) quanto novas chinesas, como a Zeekr.
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