Tesla diz que pode baratear custos de bateria sem perder qualidade; como?
Por Felipe Ribeiro |
A Tesla segue um árduo caminho para a tentar diminuir os gastos e aumentar a eficiência das baterias de seus carros elétricos. De acordo com a montadora de Elon Musk, avanços foram obtidos em componentes que formam as células de íon-lítio, tipo de bateria mais utilizada pela companhia em seus veículos, além do processo de fabricação.
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Segundo a empresa, o modo como essas baterias são construídas está sendo aperfeiçoado e materiais usados no cátodo e ânodo, blocos básicos de construção de qualquer sistema de bateria, também devem ser modificados. Ou seja, com tudo isso, espera-se uma redução no custo dos materiais e, ao mesmo tempo, aumento do desempenho que, por si só poderia estender o alcance dos componentes em 20%.
Do lado do ânodo, a empresa está procurando maneiras de colocar mais silício em suas baterias, utilizando uma versão de grau metalúrgico, ou seja, mais barata e abundante. A maior parte do silício usado em microchips, baterias e até painéis solares foi altamente processado com tratamentos caros para fazê-lo funcionar em diferentes aplicações. Com as baterias, o problema é sua propensão a se degradar e se tornar uma substância viscosa quando está totalmente carregada com lítio. É por isso que a maioria das empresas usa algum tipo de tratamento no silício para tornar o material mais resistente - ou usam o mínimo de silício possível em suas baterias.
A Tesla, por sua vez, trabalha com um novo método de tratamento que pode pegar silício barato de qualidade metalúrgica e incorporá-lo aos novos designs de bateria, reduzindo, assim, os custos. O processo envolve começar com silício metalúrgico bruto, que é estabilizado com um polímero condutor de íons elástico de baixo custo e depois é integrado ao eletrodo com um ligante altamente elástico. Essa inovação sozinha poderia aumentar o alcance dos veículos da marca em 20%.
Mas a empresa não pretende parar no ânodo. Ela também está procurando usar diferentes inovações da ciência de materiais para aumentar a eficiência do cátodo. Tanto o ânodo quanto o cátodo precisam ser capazes de manter sua estrutura enquanto as partículas carregadas ricocheteiam neles. Eles são basicamente recipientes de armazenamento de eletricidade, mesmo quando a eletricidade está se movendo - carregando e descarregando.
Vários materiais diferentes podem ser usados como cátodos, mas o mais barato, de longe, é o níquel. Ele também tem a maior densidade de energia, mas a maioria das baterias usa cobalto porque é um material mais estável. A Tesla disse que está trabalhando em uma maneira de estabilizar o níquel para uso como um material de armazenamento mais robusto. Isso significa que o níquel pode armazenar a energia sem o risco de tombar ou se degradar, o que geraria uma redução no consumo de aproximadamente 15%.
A expectativa de analistas é ver algo realmente concreto no Tesla Cybertruck. Vamos aguardar.
Fonte: TechCrunch