Renault Kwid E-Tech x BYD Dolphin Mini: qual elétrico de entrada comprar?
Por Redação |

A popularização dos carros elétricos no Brasil passa obrigatoriamente pelos modelos de entrada, destinados ao uso urbano e com preços mais acessíveis em comparação aos SUVs de luxo.
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Nesse cenário, a dúvida sobre qual vale mais a pena comprar entre BYD Dolphin Mini ou Kwid E-Tech é recorrente entre consumidores que buscam migrar para a mobilidade sustentável.
Ambos propõem soluções interessantes, especialmente para o uso no trânsito das grandes cidades, mas utilizam abordagens de engenharia diferentes, além de posicionamentos de mercado distintos.
Kwid E-Tech x Dolphin Mini: diferenças conceituais
Para entender qual veículo entrega mais valor, é fundamental analisar a gênese de cada projeto. O Renault Kwid E-Tech é uma adaptação do modelo a combustão já conhecido no mercado.
Ele utiliza a mesma carroceria do Kwid tradicional, com modificações no chassi e suspensão para acomodar o peso das baterias e o motor elétrico. Isso resulta em um aproveitamento de espaço limitado pelas restrições de um projeto nascido para motores térmicos.
Por outro lado, o BYD Dolphin Mini é construído sobre a e-platform 3.0, uma arquitetura dedicada exclusivamente a veículos elétricos. Isso permite um melhor aproveitamento do espaço interno (entre-eixos), assoalho plano e uma distribuição de peso otimizada.
Enquanto o Kwid aposta na familiaridade e na rede de concessionárias consolidada da Renault, o Dolphin Mini aposta em tecnologia embarcada e design moderno para atrair o público.
Desempenho e autonomia
O fator decisivo na compra de um elétrico geralmente recai sobre a capacidade da bateria e a distância que o carro pode percorrer a cada carga completa.
Vamos, então, conferir como se saem o Dolphin Mini e o Kwid E-Tech nesses quesitos específicos.
Capacidade energética e alcance
- BYD Dolphin Mini: Equipado com uma bateria "Blade" (LFP - Fosfato de Ferro-Lítio) de aproximadamente 38 kWh. No ciclo PBEV do Inmetro, a autonomia oficial gira em torno de 280 km, embora em uso urbano real, com regeneração de energia, possa ultrapassar os 300 km.
- Renault Kwid E-Tech: Conta com uma bateria de íon-lítio de 26,8 kWh. Sua autonomia oficial pelo Inmetro é de 185 km. Em condições exclusivamente urbanas e modo ECO, é possível extrair mais quilometragem, mas a limitação energética é evidente em comparação ao rival chinês.
Motorização e dirigibilidade
No quesito potência, o modelo da BYD entrega 75 cv e 13,8 kgf/m de torque, contra 65 cv e 11,5 kgf/m do Renault. Na prática, o Dolphin Mini oferece arrancadas mais vigorosas e retomadas mais seguras em vias expressas.
O Kwid E-Tech é ágil para o trânsito pesado devido ao seu baixo peso (menos de 1.000 kg), mas sente mais dificuldade em rodovias ou subidas íngremes com lotação máxima.
Tecnologia, acabamento e conforto
A experiência a bordo apresenta contrastes significativos entre os dois concorrentes.
- Acabamento interno: O Kwid E-Tech mantém o padrão de plásticos rígidos e simplicidade do modelo a combustão, com poucas alterações estéticas. O Dolphin Mini apresenta um acabamento superior, com materiais suaves ao toque no painel, bancos em couro sintético de desenho esportivo e uma percepção geral de maior refinamento.
- Conectividade: O modelo da BYD destaca-se pela tela giratória (marca registrada da empresa), compatibilidade avançada com smartphones e comandos de voz. O Renault utiliza a central Media Evolution, que é funcional e intuitiva, mas possui uma tela menor e menos recursos de integração veicular.
- Espaço: O Dolphin Mini, por ser mais largo e ter maior entre-eixos, acomoda melhor os passageiros, mas é homologado para apenas quatro ocupantes. O Kwid E-Tech é homologado para cinco pessoas, porém, o espaço no banco traseiro é bastante restrito, sendo confortável apenas para dois adultos ou crianças.
Vantagens e desafios de cada modelo
A escolha entre os dois depende das prioridades do motorista e da infraestrutura disponível.
BYD Dolphin Mini
- Vantagens: Maior autonomia, plataforma moderna dedicada a elétricos, acabamento superior, mais potência e lista de equipamentos mais generosa (incluindo 6 airbags em algumas versões e freio a disco nas 4 rodas).
- Desafios: Homologação para apenas 4 lugares (em algumas versões/lotes), rede de concessionárias em expansão (menor que a da Renault) e ausência de limpador de vidro traseiro.
Renault Kwid E-Tech
- Vantagens: Dimensões compactas que facilitam estacionamento em vagas apertadas, rede de assistência técnica capilarizada em todo o território nacional e suspensão robusta adaptada ao solo brasileiro.
- Desafios: Autonomia limitada (exige carregamento mais frequente), acabamento simples para a faixa de preço, largura interna reduzida e carregamento lento em corrente alternada (AC) devido ao carregador de bordo limitado.
Cara a cara: Dolphin Mini x Kwid E-Tech
Confira abaixo as respostas definitivas para algumas das principais dúvidas do consumidor na hora de escolher qual carro elétrico é melhor: um autêntico cara a cara entre Dolphin Mini e Kwid E-Tech.
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Qual dos dois carrega mais rápido?
O BYD Dolphin Mini geralmente leva vantagem. Ele suporta maior potência de recarga em corrente contínua (DC), permitindo recuperar de 30% a 80% em cerca de 30 minutos em eletropostos rápidos. O Kwid também aceita carga rápida, mas sua potência de pico é menor. -
A manutenção do Kwid E-Tech é mais barata?
Geralmente, sim. A rede Renault é vasta e as peças de desgaste (suspensão, freios, carroceria) são compartilhadas com o modelo a combustão, o que tende a baratear e facilitar a manutenção corretiva em comparação às peças importadas da BYD. -
O Dolphin Mini cabe na vaga de um carro compacto?
Sim. Embora pareça maior devido ao design, o Dolphin Mini tem dimensões compactas, sendo apenas ligeiramente maior que o Kwid em comprimento e largura, encaixando-se perfeitamente em vagas urbanas padrão.
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