Por que o câmbio automático não é muito usado em caminhões e ônibus?
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
O câmbio automático em carros chegou a ser considerado acessório de luxo, mas hoje é uma comodidade que se tornou item de série, até mesmo em alguns modelos de entrada, tamanha a comodidade e o conforto que oferece aos motoristas.
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Apesar de toda a vantagem que a transmissão automática entrega ao condutor, porém, ela ainda não é maioria entre ônibus e caminhões, curiosamente veículos que, por prestarem serviços por horas a fio, deveriam privilegiar o conforto dos condutores.
Por que o câmbio automático não é muito usado em caminhões e ônibus? O Canaltech foi em busca das explicações.
Custos retardaram processo
Os custos de manutenção de um câmbio automático são os principais causadores no atraso do processo de adoção maciça desse tipo de transmissão para caminhões e ônibus no Brasil.
Enquanto o câmbio manual tem custo inicial baixo e valor moderado de manutenção, o automático torna o veículo mais caro desde a compra, além de também ser mais dispendioso em eventuais reparos.
Para compensar, os caminhões e ônibus que já saem de fábrica equipados com câmbio automatizado ou automático oferecem ganhos em conforto, fundamental para quem encara horas a fio em viagens, e em economia de combustível, o que é excelente para as empresas.
É justamente essa nova percepção nas contas que começou a fazer o cenário mudar, e a transmissão automática ganhar campo entre os modelos mais novos de marcas como Volkswagen, Volvo e Scania a partir de meados de 2012.
Essa última, aliás, adotou para 100% da frota a transmissão automatizada justamente em 2012 e, em 2021, fez um investimento de mais de R$ 2 bilhões para modernizar o câmbio Scania Opticruise.
Ônibus de SP também adotam transmissão automática
Embora ainda pouco comuns em boa parte do Brasil, os ônibus também estão passando, gradativamente, a adotar caixas de câmbio com transmissão automática para, assim, privilegiar o conforto do profissional que passa horas ao volante.
A empresa Voith Turbo, responsável pelo câmbio automático DIWA.6, forneceu as primeiras 620 unidades para os ônibus de transporte público da capital paulista em 2019, incluindo carrocerias articuladas e superarticuladas.
Segundo a marca, a nova transmissão automática para ônibus foi projetada para atuar em ciclos urbanos e, por isso, combina sistemas de transmissão continuamente variável e convencional.
A empresa informou que, na prática, o sistema reduz a frequência de trocas de marchas e, assim, ocasiona menor desgaste de componentes, diminuindo, por consequência, os custos de manutenção.