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Donos de Tesla estão trocando elétricos por híbridos e até carros a diesel

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Divulgação/Tesla
Divulgação/Tesla

A Tesla atravessa um período conturbado em 2025. A marca registrou o pior primeiro trimestre da década, com retração de 6% em suas ações no pré-mercado e queda de cerca de 16% nas vendas.

Além dos resultados financeiros, a fabricante de carros elétricos enfrenta outro desafio inédito: a perda de fidelidade de seus clientes, segundo dados da S&P Global Mobility.

Em 2024, a Tesla havia alcançado uma taxa de fidelização recorde de 73% — ou seja, quase três quartos dos proprietários voltavam a comprar um veículo da marca.

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Em 2025, porém, o cenário mudou de forma expressiva. Em março, a taxa de fidelidade caiu para 49,9%, o pior resultado do ano e abaixo da média do setor automotivo.

Polarização de Musk e falta de novidades pesam

A escassez de lançamentos relevantes tem sido apontada como um dos principais motivos para a crise. Apesar de atualizar modelos como Model 3 e Model Y, a marca não conseguiu repetir o impacto de produtos anteriores. A picape Cybertruck, lançada como um marco de inovação, tornou-se um problema financeiro.

Outro fator que pressiona a Tesla é a crescente polarização política de Elon Musk. A fidelidade de clientes caiu de forma acentuada após o apoio do executivo a Donald Trump, antes mesmo de o republicano assumir a presidência dos Estados Unidos.

O pior índice, em março de 2025 (citado acima), ocorreu cerca de um mês depois da criação do Departamento de Eficiência Governamental de Trump (DOGE), projeto conduzido diretamente por Musk. O empresário permaneceu cerca de 130 dias no cargo, deixando-o em maio após desentendimentos com Trump. Desde então, houve uma leve recuperação: a fidelização subiu para 57,4% em maio, chegando a 58,1% no segundo trimestre, segundo a S&P.

Consumidores migram para híbridos e até diesel

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A queda na fidelidade resultou em um comportamento atípico no mercado. Proprietários da Tesla não apenas optaram por outras marcas, mas também por novas tecnologias: 28,2% migraram para veículos híbridos e 2,9% escolheram modelos a diesel.

Esse movimento reduziu a distância competitiva da Tesla em relação a outras montadoras. O preço, porém, não parece ser um fator determinante: a maioria dos clientes que deixou a marca adquiriu veículos entre US$ 60 mil e US$ 75 mil, faixa semelhante à dos modelos da empresa de Elon Musk.

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