CNH sem autoescola faz "bombar" busca pelos CFCs; por quê?
Por Paulo Amaral |

A CNH sem autoescola, nome popular dado à desburocratização do processo de obtenção da 1ª habilitação no Brasil, causou um efeito inesperado junto aos CFCs, os Centros de Formação de Condutores.
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Segundo dados divulgados pelo Ministério dos Transportes, houve um aumento de 200% na procura por novas matrículas junto às autoescolas desde que o processo que derrubou os custos para obtenção da licença para dirigir passou a vigorar.
O motivo, por mais contraditório que pareça em uma primeira análise, tem uma justificativa bastante plausível. Afinal, a lei que permite tirar a CNH sem frequentar todas as aulas presenciais deixou o processo mais barato e simples. Isso atraiu muita gente que antes não conseguia pagar ou achava burocrático.
Porém, como as novas regras ainda determinam que é preciso fazer aulas práticas (que podem ser contratadas junto a instrutores particulares credenciados) e exames, as autoescolas acabaram recebendo muito mais alunos.
Autoescolas se surpreendem com procura
Preocupados com uma debandada geral dos alunos durante o processo de implementação da CNH sem autoescola, os CFCs chegaram a organizar manifestações contrárias às mudanças e até a temer pelo fechamento maciço de unidades por todo o Brasil, algo que não aconteceu.
O efeito contrário acabou surpreendendo os responsáveis pelas autoescolas, como Dhienifer Raiani Pinto, consultora de uma unidade na Bahia, e Luciana Ramos, que dirige um CFC no Distrito Federal. Ambas admitiram, em nota divulgada pelo Ministério dos Transportes, não imaginar que a procura fosse aumentar tanto.
“São mais jovens, com idade média de 20 a 25 anos. Nosso público anterior era de 25 a 35 anos, chegando até 45. A mudança movimentou bastante o mercado”, comentou Dhienifer. “Essa iniciativa pode trazer pessoas que têm dificuldade financeira, que antes não teriam condições de pagar”, completou Luciana.
Para Renan Filho, ministro dos Transportes, o movimento se provou acertado e as autoescolas só têm a ganhar. “Nós fizemos um enfrentamento a uma das grandes dificuldades do país, que era o povo brasileiro não ter acesso à CNH por conta de um preço impositivo. O preço despencou, e o pessoal das autoescolas locais está vendendo mais”.
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