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Carro produzido no Brasil terá redução de preço? Entenda o que muda

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Divulgação/Renault
Divulgação/Renault

O Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), foi aprovado e regulamentado para expandir o antigo Rota 2030, com objetivo de estimular novas tecnologias, sustentabilidade e inovações no setor automotivo brasileiro. 

Dentro do programa, já estava prevista a criação do IPI Verde, que substituirá o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) praticado atualmente. Esse novo tributo terá um sistema “bônus-malus”, que recompensa veículos menos poluentes com alíquotas mais baixas e penaliza carros com mais emissões de C02 por meio de taxas maiores. A regulamentação do IPI Verde acontecerá na próxima semana. 

No entanto, em conjunto disso, o governo anunciará a criação de um novo programa chamado de Carro Sustentável, que poderá derrubar os preços dos veículos mais baratos do Brasil e retornar com o “carro popular”. A informação é da jornalista Marli Ormos, do Valor Econômico.

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O programa governamental visa incentivar carros flex 1.0 com até 90 cv, considerando aspectos como: potência, eficiência energética, tipo de combustível, potencial de reciclagem e o local de fabricação, que deve ser, obrigatoriamente, no Brasil.

Com estes critérios, o Carro Sustentável deve abranger todos os veículos equipados com motor 1.0 aspirado à venda no Brasil, excluindo os 1.0 turbo, além de modelos eletrificados, que, em tese, são menos poluentes. Pelo menos é esta informação que temos até o momento.

Confira abaixos todos os veículos que poderão ser beneficiados:

  • Chevrolet Onix e Onix Plus nas versões MT e LT com motor 1.0 de até 82 cv
  • Citroën Basalt Feel com motor 1.0 de até 75 cv
  • Citroën C3 nas versões Live, Live Pack e Feel com motor 1.0 de até 75 cv
  • Fiat Argo nas versões com motor 1.0 de até 77 cv
  • Fiat Cronos Drive com motor 1.0 de até 75 cv
  • Fiat Mobi nas versões Like e Trekking com motor 1.0 de até 74 cv
  • Hyundai HB20 e HB20S nas versões Comfort e Limited com motor 1.0 de até 80 cv
  • Peugeot 208 nas versões Active e Style com motor 1.0 de até 75 cv
  • Renault Kwid nas versões Zen, Intense, Iconic e Outsider com motor 1.0 de até 71 cv
  • Volkswagen Polo nas versões Track e Robust com motor 1.0 de até 84 cv
  • Volkswagen Tera MPI com motor 1.0 de até 84 cv

‘Reciclagem’ de programas

Não é a primeira vez em que o Governo Federal planeja um programa de incentivos para “carros populares”. No início dos anos 1990, o presidente Itamar Franco deu às montadoras incentivos fiscais na venda de modelos com motor 1.0. 

Em um passado mais recente, no ano de 2023, o governo também lançou um programa de descontos com redução de IPI e PIS/Cofins para carros de até R$ 120 mil. Apenas dois anos depois, vemos um programa de fomentação ao consumo de veículos voltar aos planos do governo. 

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Em entrevista para o CT Auto, Milad Kalume Neto, Consultor Independente do Mercado Automobilístico & Mobilidade, afirma ser contra este tipo de incentivo, já que apenas aumentará a competitividade no setor em um momento de crescimento de fabricantes internacionais, sobretudo chinesas. 

“Sou favorável à nossa indústria sim, mas sou favorável à uma competição plena. Agora que existe uma certa competitividade dos veículos vindos de fora, independente do país, a indústria local faz uma pressão grande para que exista uma barreira.”

Esse novo programa pode estrear logo após o aumento na alíquota de importação de carros eletrificados, que passou por um reajuste no dia 1º de julho de 2025. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), essa medida tem como principal objetivo proteger a indústria local. 

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“Tivemos 10 anos, desde 2015, a alíquota zero para os veículos eletrificados e a indústria nacional nada fez. Quando começa uma competição, em função do poder político econômico, o governo acaba fazendo alguma coisa para indiretamente para protegê-los [fabricantes nacionais]”, afirma Milad.

Para o especialista, este tipo de medida fomenta apenas o consumo, aumentando a venda de veículos no mercado nacional, e deixa de lado algo muito importante para o cenário atual das nossas indústrias: a pesquisa e o desenvolvimento.

“Eu iria para um outro caminho. Eu desenvolveria a nossa indústria e direcionaria todo e qualquer tipo de recurso para, por exemplo, fomentar uma indústria de baterias aqui no mercado brasileiro, baterias para os híbridos leves (MHEVs). Mas nem isso a gente tem hoje, né?”, disse o consultor.

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Qual impacto o novo programa pode causar no mercado brasileiro?

Assim como os dois programas anteriores, o Carro Sustentável tem tudo para ser um sucesso, principalmente, com um aumento significativo das vendas dos carros beneficiados. 

Em 2023, por exemplo, os descontos iam de 1,50% até 10,96%, o que fez os estoques das lojas se esgotarem em menos de um mês. Na época, o programa precisou ser prorrogado para incluir os frotistas. 

A nova medida será um pouco mais segmentada, já que contemplará modelos com características muito específicas, como motor, potência e local de produção. 

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Ao que tudo indica (até o momento), o incentivo valerá para qualquer tipo de pessoa, seja ela física ou jurídica, incluindo frotistas e locadoras na compra de carros com desconto. 

Governo ainda não se posicionou

Apesar das especulações, o Governo Federal ainda não se posicionou e muito menos confirmou o novo programa do Carro Sustentável. 

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Entramos em contato com a Anfavea, que afirmou ainda estar aguardando a publicação de um decreto por parte do governo para se posicionar. Portanto, algumas informações ainda não foram confirmadas até o desenvolvimento desta matéria, como por exemplo:

  • data de início do programa;
  • tempo de duração;
  • porcentagem de descontos para os veículos contemplados;
  • exclusão de veículos eletrificados e com motor 1.0 turbo;

Nas próximas semanas, o governo deve divulgar mais informações sobre o novo projeto. 

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