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Dia da Mulher | 4 pilares para superar obstáculos e crescer no mercado

Por| Editado por Claudio Yuge | 08 de Março de 2023 às 12h00

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Reprodução/Freepik
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A famosa frase The Future Is Female, ou “O futuro é feminino” em português, teve origem em 1975 e era slogan da primeira livraria fundada por mulheres na cidade de Nova York (EUA), a Labyris Books. Quase meio século depois, a luta pela equidade de gênero ainda está longe de alcançar o ideal. Dados do Fórum Econômico Mundial revelam que, no ritmo atual, o mundo levará 132 anos para alcançar a paridade entre os públicos masculino e feminino.

Apesar de ser um país majoritariamente feminino, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ainda é um país profundamente desigual em termos de gênero. O relatório Women in Business 2022, da Grant Thornton, revela que apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres.

Por outro lado, em busca de criar suas próprias oportunidades, o empreendedorismo feminino se destaca. Um levantamento realizado pela Associação de Investimento em Capital Privado na América Latina (LAVCA), em parceria com a Microsoft e a Bertha Capital, revela que os investimentos em startups lideradas por mulheres na América Latina teve um aumento expressivo, subindo de 16% em 2019, para 31% em 2022. No Brasil, este montante dobrou, saindo de 15% para 30% no mesmo período.

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Considerando o cenário atual do país e todos os obstáculos que nós mulheres temos que enfrentar diariamente, conversei com algumas executivas brasileiras. Pedi que apontassem iniciativas, que visam diminuir essas lacunas entre a população feminina e o acesso aos seus direitos básicos, além de compartilhar os principais aprendizados e conselhos para mulheres que querem crescer no mercado.

Como enfrentar os obstáculos e crescer no mercado?

Abaixo estão quatro pontos que podem ser pilares de sustentação que podem preparar melhor as mulheres a superarem obstáculos e vencerem no mercado:

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1. Apoio e representatividade

Para Roberta Vasconcellos, cofundadora e CEO da Woba, ter apoio e referências é essencial para que as mulheres consigam enfrentar os diversos obstáculos sociais e possam, enfim, desenvolver e gerir seus próprios negócios. A executiva afirma que, apesar de ainda ser difícil encontrar mulheres em cargos de liderança, este número está crescendo a cada ano. "Isso é muito importante e mostra como a nossa rede está se fortalecendo", afirma.

2. Ser agente de mudança

Já Beatriz Ambrósio, fundadora e CEO da Mention, acredita que o papel da sociedade, mas em especial da mulher que reconhece essa lacuna social, é de atuar como agente de mudança, promovendo ações e passos práticos para diminuir a desigualdade. "Sim, mais um papel social que a mulher assume, mas que sem esse, outros não virão", reflete.

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Para ela, priorizar mulheres na contratação de cargos de liderança, remuneração equiparada e compatível com o mercado, estão entre as principais medidas que oferecem segurança financeira para o próximo passo profissional da mulher.

3. Posicionamento assertivo

“O mundo empresarial ainda é majoritariamente masculino. Ser empreendedora mulher nesse meio é um desafio enorme, porque temos que provar nossa competência constantemente", afirma Paula Mesquita Lage, idealizadora e produtora executiva da Fábrica de Graffiti. Segundo a executiva, ser ouvida é fundamental para diminuir a desigualdade entre os gêneros no mercado: "nossa postura e nossa fala têm que ser cravadas, porque se não nos posicionarmos, ninguém vai fazer isso por nós".

4. Acesso à informação e educação

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Para Jordana Souza, cofundadora e diretora de negócios da VOLL, o acesso à informação e a educação de qualidade são o principal meio para que o público feminino alcance boas oportunidades e autonomia. A executiva reconhece que é um "trajeto longo", que depende de políticas públicas, entre outras iniciativas, mas é essencial pois a sociedade exige muito mais das mulheres do que dos homens, tanto na carreira quanto na vida como um todo.

"Por isso, o que eu aprendi é que preciso estar atualizada e preparada para me posicionar, sabendo que vez ou outra não terei o mesmo espaço que um homem em uma mesa de reuniões. Então sugiro que se capacitem, estudem, se preparem, afinal, em qualquer gênero isso é fundamental, sabendo que precisarão ser corajosas para competir por cargos. Confiem em suas capacidades e acreditem mais em vocês", conclui.

Iniciativas em prol da equidade de gênero

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As executivas revelaram iniciativas e atitudes que promovem a equidade de gênero no mercado de trabalho. Estando em posições de liderança, elas priorizam um ambiente mais diverso, dando oportunidade para outras mulheres crescerem nas empresas — incentivando a se posicionarem e expressarem suas opiniões.

Na Mention, por exemplo, além de ter uma fundadora mulher, cargos de lideranças e o board de especialistas são ocupados por executivas. Na Fábrica de Graffiti, 50% do time de artistas é formado por mulheres, incluindo negras, pardas, indígenas e mulheres LGBTQIA+. A VOLL oferece vagas exclusivas para mulheres, garantindo a participação ativa do público feminino na organização.

Já a Kóru, startup que visa transformar o mercado de trabalho com Diversidade e Inclusão, oferece várias oportunidades de capacitação ao longo do ano, com bolsas integrais para cursos de tecnologia.

"Se damos acesso à formação de qualidade, aumentamos as oportunidades para as mulheres, quebramos barreiras, conectamos pessoas e diminuímos as diferenças. É uma jornada longa, mas essencial", conclui Raissa Florence, cofundadora e conselheira da iniciativa.

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Finalizamos esta matéria com o recado da Roberta Vasconcellos, cofundadora e CEO da Woba, a seguir:

Para o Dia da Mulher de 2023, quero deixar uma mensagem de empoderamento e autoconfiança para todas as mulheres empreendedoras e também para aquelas que querem empreender, mas que enfrentam a síndrome da impostora no caminho: o primeiro passo é confiar em si mesmas e estarem perto de outras mulheres que inspiram vocês. Juntas vamos mais longe.