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O essencial da fotografia: aprenda a compor boas imagens

Por| 01 de Maio de 2014 às 10h50

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S. Hermann & F. Richter
S. Hermann & F. Richter

Ao falar de fotografia, geralmente o foco são as câmeras, as técnicas, as lentes e, até mesmo, as possibilidades de tratamento em softwares de edição. Com isso, a parte mais importante da arte acaba sendo deixada de lado: a composição.

Uma foto feita com um equipamento simples que seja bem composta ainda é uma imagem muito mais relevante do que uma captura feita com equipamento de ponta, mas sem nenhuma preocupação com sua estética.

Engana-se quem acredita que, para fotografar bem, basta comprar uma câmera “grande” e entender de Photoshop. Uma boa composição não pode ser feita com programas de edição e pode depender, no máximo, do tipo de lente utilizada.

As “regras” de composição da fotografia são muito mais antigas que a própria criação do filme: elas derivam de elementos estéticos na pintura e no desenho. Por isso, é importante ter em mente algumas orientações bastante básicas na hora de fotografar – algo que não deve ser exatamente uma novidade se você é designer ou entusiasta das artes visuais.

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Regra do terço

A regra do terço (ou regra dos terços) é possivelmente o primeiro pensamento que chega à mente quando se fala em composição fotográfica. Ela é uma das primeiras coisas que aprendemos ao entrar em uma sala de aula de fotografia.

Nem sempre uma boa foto é aquela que mantém o assunto centralizado na imagem. Isso não é necessariamente errado, mas pode não ser a melhor forma de retratar um acontecimento, um cenário ou um objeto.

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A regra do terço funciona assim: antes de fazer um clique, imagine a área a ser fotografada com uma divisão de três terços verticais e horizontais, como na figura acima. No cruzamento das linhas verticais e horizontais surgem quatro pontos.

Esses quatro pontos são bons locais para se colocar o objeto que deve receber destaque na imagem, criando um caminho visual que deixa a foto mais agradável esteticamente. No caso de fotos de paisagens, é possível usar as linhas imaginárias verticais para alinhar o horizonte. Não centralize o horizonte. Prefira manter as linhas (do mar, da terra etc) na base ou topo da imagem.

Simetria

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Imagem: Reprodução/Isabel Silva

A simetria pode ser uma ótima forma de retratar uma imagem. Ela passa a sensação de equilíbrio e sempre aumenta a tensão no centro da imagem, ou pode dar destaque para a igualdade em dois lados de um mesmo ambiente. Nesse caso, esqueça um pouco a regra do terço e coloque o objeto principal no meio do visor, ou foque em mostrar a semelhança de elementos nas laterais da foto.

Profundidade de campo

Sabe aquelas imagens que dão destaque a um elemento e mantém o fundo desfocado? Para criá-las o fotógrafo diminuiu a profundidade de campo, transformando tudo o que estava ao fundo em um borrão colorido, muitas vezes, apenas com algumas formas definidas.

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Existem algumas formas de controlar a profundidade de campo, mas a mais comum delas é com o aumento da abertura do diafragma. Quanto mais aberto o diafragma está, mais o fundo de sua imagem ficará desfocado. Outra forma de fazer isso é aproximando a câmera do objeto de interesse.

Mudança de profundidade de campo na prática. Imagem: Caroline Hecke

A profundidade de campo (DOF, de “depth of field” em inglês) definirá o quanto objetos ao redor do seu assunto principal receberão foco. Isso influencia muito no resultado da imagem, podendo transformar uma imagem “sem sal” em algo muito mais atraente visualmente.

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A baixa profundidade de campo serve para realçar o objeto em destaque, mas você pode utilizar a técnica ao inverso, aumentando a profundidade e deixando objetos próximos fora de foco. É bastante divertido brincar com a abertura do diafragma, por isso, se você tem uma lente com uma boa abertura, abuse dela! Lentes com abertura inferior a f/2.8 já são capazes de criar distorções bem interessantes.

Foto horizontal ou vertical?

Essa é uma dúvida que deixa muita gente de cabelos em pé. Algumas pessoas acreditam que fotos verticais não são interessantes, mas isso não passa de lenda. É preciso apenas saber qual é a melhor opção para enquadrar determinada cena ou objeto.

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O mesmo cenário traz sensações diferentes ao ser fotografado na vertical e horizontal. Imagem: Caroline Hecke

Nas fotografias horizontais, a distribuição lateral dos objetos é realçada pela linha do horizonte. Quem olha para a foto percorre de lado a lado a imagem, o que geralmente dá a sensação de espaço amplo e aberto. Já as fotos verticais passam a sensação de profundidade. O espectador tende a visualizar a fotografia passando do primeiro plano para os objetos do fundo.

Foco no interesse da foto

A primeira coisa a definir na hora de fazer uma imagem é o elemento central da cena. Como você já viu na regra do terço, ele não é necessariamente o objeto a ser centralizado no visor da câmera, mas sim o assunto principal da imagem a ser identificado por qualquer pessoa que veja a foto.

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Não disperse a atenção

Quando você definir o assunto da imagem, tente preencher a foto com esse elemento o máximo que puder. É claro que existem diversas exceções, mas, para um principiante, é importante ter em mente que ao colocar muitos elementos em uma só imagem, o seu objeto de interesse perde a força. Prefira fazer uma série de fotos para mostrar os detalhes daquela cena do que criar apenas uma fotografia que mostre dezenas de elementos ao mesmo tempo.

Espaço negativo

Se você não quer preencher a imagem com seu objeto de foco, mas também já sabe que não é uma boa opção preencher o cenário com muitos elementos, você pode se tornar um adepto do espaço negativo.

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Fotografia: Caroline Hecke

Ele é um grande espaço vazio, normalmente de uma cor sólida, sempre voltado para uma das bordas da imagem. A intenção geralmente é isolar o elemento central da imagem e poder passar a sensação de isolamento e calma.

Trabalhe com três elementos

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Ao mostrar uma série de objetos, alinhados ou não, alguns fotógrafos preferem retratar objetos em grupos de três. Enquanto um elemento único pode dar a sensação de solidão, dois objetos podem dar à imagem uma simetria não desejada. Quatro ou mais objetos podem distrair a atenção do expectador, por isso se chega ao número três, que pode representar bem a existência do todo, sem deixar os detalhes de lado. Se você estiver em dúvida na hora de compor a imagem, opte por focar em apenas três elementos.

Dirija o olhar

Você pode criar um caminho visual em suas fotos, dirigindo o olhar de quem está observando a imagem a um determinado ponto. Para isso, você pode se apoiar em linhas existentes no objeto ou no ambiente, uma técnica muito utilizada para retratar a arquitetura.

Esse fluxo ajuda a criar a sensação de movimento na imagem. Linhas diagonais são mais dinâmicas, enquanto linhas verticais e horizontais parecem mais estáticas.

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Liberte seu pensamento e quebre regras

Aprender as “regras” básicas da fotografia não faz de alguém um bom fotógrafo. Para fotografar bem é preciso praticar muito, treinar o olhar e inovar sempre, sem medo de errar.

Assim como em toda arte, não existem definições rígidas sobre o certo e o errado na fotografia. Muito além de apenas registrar um momento, essa é uma forma de demonstrar sentimentos e mostrar a forma como você vê o mundo.

Depois que aprender e absorver todas as regras é hora de quebrá-las. Mas faça isso com consciência e lembre-se: é preciso ter um bom motivo para fazer isso. As regras não são descartáveis, mas subvertê-las pode ser sempre uma boa opção para compor imagens criativas.