Como vender em uma plataforma de marketplace?
Por Colaborador externo |
Por Patrick Negri*
Os marketplaces são uma tendência do e-commerce brasileiro. Em 2018, este mercado cresceu 12% e faturou R$ 53,2 bi, segundo Ebit/Nielsen. O varejo online tradicional tem migrado para esse modelo em busca do lucro que a venda de artigos de categorias diversas pode trazer.
Vender em um marketplace é uma questão de estratégia de mercado. Se você tem uma loja pequena, não muito conhecida, estar na Amazon, por exemplo, garante que seus produtos ganhem mais visibilidade e sejam facilmente encontrados. Isso porque a plataforma tem a responsabilidade de atrair tráfego virtual, fazendo inúmeras campanhas de marketing e sua loja pode se aproveitar desse público.
Você está disputando o tráfego virtual com dezenas de outros empreendedores que vendem itens parecidos ou prestam serviços similares aos seus. Sua loja precisa de um diferencial para se destacar das outras, e ele está na forma como você recepciona o cliente.
Cabe ao vendedor, e não ao marketplace, passar as informações corretas para o consumidor e garantir que os produtos anunciados estejam no estoque e que a entrega seja realizada. Além de oferecer preços competitivos, capriche nas descrições dos produtos, nas fotos e nos vídeos utilizados para não deixar dúvidas a eles sobre o que estão comprando.
Caso os consumidores queiram perguntar, tenha um canal de comunicação para ajudá-los. Você vai saber se essas iniciativas estão dando certo quando olhar o número de vendas, que podem ser influenciadas ainda pelas avaliações da experiência de compra de antigos clientes. Também os incentivem a fornecer feedbacks para sua loja ou produto, eles servirão de referências para os próximos.
Vendendo em uma plataforma, você não só tem a chance de vincular sua marca a uma loja muito mais conhecida, como também ter toda a divulgação feita por ele. Ou seja, não se preocupa com a operação financeira. Se você pretende vender exclusivamente em marketplaces, não precisa buscar ou desenvolver do zero uma solução de pagamentos online, pois quando conta com uma infraestrutura completa, que possua uma API robusta, pode focar no que realmente importa, que é lucrar mais.
A nota fiscal é crucial em um caso de disputa contra a contestação de compra de um cliente, principalmente quando ele não reconhece uma cobrança e pede o dinheiro de volta à operadora do cartão de crédito. Por isso, o operador do marketplace deve expedir o documento para esses vendedores, constando só o valor cobrado pela intermediação do negócio.
Também não se assuste se o cadastro da plataforma em que você quer vender seus produtos for muito extenso e contiver campos que parecem não acabar mais. Todas as informações requisitadas são necessárias para o processo de análise de fraude, caso ocorra. Se um fraudador causar grandes prejuízos, os vendedores que estão sob o guarda-chuva do marketplace também serão comprometidos, pois perderão o tráfego de visitantes.
Depois de colocar tudo isso em prática, o próximo passo é saber se está no caminho certo, crescendo. E, para isso, é válido acompanhar as métricas. Elas são básicas para qualquer negócio online e podem ser observadas em um serviço como o Analytics, do Google. As três mais importantes são: usuários ativos por mês, bounce rate (taxa de rejeição) e tempo gasto no site.
Para finalizar, destaco que é importante ter em mente que cada marketplace tem políticas e custos de serviço próprios. Valor de anúncio, pagamento por clique, mensalidade e taxa de comissionamento podem variar. O empresário deve analisar em qual deles seu negócios se encaixa melhor.
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*Patrick Negri é co-fundador e CEO da iugu, plataforma online para automação financeira do Brasil.