Por que a chuva não impede o funcionamento dos motores a jato de um avião?
Por Felipe Ribeiro | Editado por Jones Oliveira | 08 de Dezembro de 2021 às 10h00
Por mais que os aviões sejam os meios de transporte mais seguros do planeta, sempre existem dúvidas com relação ao seu funcionamento e confiabilidade. Um dos questionamentos mais comuns no universo da aviação, principalmente a comercial, é quando pensamos em condições adversas do tempo, como chuva forte e neve.
Será que uma tempestade é o suficiente para derrubar uma aeronave? A chuva é capaz de fazer um motor a jato desligar ou "apagar"? A resposta é: sim, mas é praticamente impossível.
Riscos de flameout
Quando são projetados, os motores a jato, sejam eles da GE ou da Pratt & Whitney, recebem mecanismos que impedem a invasão abrupta de água nas turbinas e nos módulos de combustão, local mais perigoso. Caso entre água nesse local, o fenômeno ocasionado seria o flameout, um efeito devastador para a aeronave e que pode causar acidentes — apesar de poder ser contornado em pleno voo.
Os flameouts podem acontecer com a entrada de água ou até mesmo ar no bocal de queima de combustível dentro das turbinas. Entretanto, com a tecnologia da maioria esmagadora dos aviões a jato, isso é solucionado imediatamente, seja com os mecanismos de queima, que são reativados logo na sequência, ou até mesmo com a evaporação dos líquidos, graças à altíssima temperatura dos motores.
Testes pesados
Esse cenário de falha é pensado para uma tempestade, mas as próprias fabricantes de aeronaves e motores realizam testes em situações bastante adversas para garantir que o motor não "afogue". O principal deles é com enormes quantidades de água disparadas por mangueiras ou pressurizadores, que são muito mais fortes e concentrados do que qualquer outra chuva. Há, também, avaliações com gelo e granizo.
Além disso, como é de conhecimento geral, a esmagadora maioria das rotas dos aviões comerciais está bem acima das condições climáticas, com altitudes que podem chegar a 10 mil metros com facilidade; logo, é bem pouco o tempo em que uma aeronave fica a mercê de uma tempestade. Outro ponto importante é que, em caso de necessidade operacional, boa parte dos jatos comerciais possuem radares que identificam alterações climáticas fortes, fazendo com que o comandante desvie para outro caminho.
Portanto, pode voar sossegado, mesmo na chuva. Os jatos comerciais estão bem preparados para isso.
Com informações: Airway, UOL, JetParts 360.