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Como é o ATR-72, avião que caiu em Vinhedo (SP)

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/ATR
Divulgação/ATR

Um avião turboélice bimotor, modelo ATR-72, com 62 pessoas a bordo (58 passageiros e quatro tripulantes), caiu na tarde desta sexta-feira (9) em uma área residencial do Bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo, sem deixar sobreviventes. Originalmente, o número de vítimas foi divulgado como 61, mas, neste sábado (10), a empresa responsável informou que um passageiro não constava na lista por uma "questão técnica" durante o check-in.

O ATR-72 que caiu em Vinhedo (SP) é operado pela Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo), companhia que faz parte da Latam, responsável pela venda das passagens do voo 2283, que saiu de Cascavel, no Paraná, e tinha como destino o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Além da Voepass Linhas Aéreas, a Azul também opera com aviões ATR-72 no Brasil e possui cerca de 33 aeronaves da fabricante francesa Avions de Transport Régional em sua frota atual. A terceira empresa que utiliza o ATR-72 por aqui é a MAP Linhas Aéreas, que opera principalmente nas regiões Norte e Nordeste e possui seis unidades.

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As empresas que possuem o ATR-72 no Brasil utilizam a aeronave tanto para o transporte de passageiros quanto para carga, já que ele possui uma versão “conversível”, que permite a remoção dos assentos para a utilização da cabine como departamento cargueiro.

Como é o ATR-72?

O ATR-72 é um avião turboélice bimotor com capacidade para até 74 pessoas. Por conta do número reduzido de passageiros, ele é utilizado pela aviação comercial principalmente em voos curtos de rotas regionais.

Fabricado na França desde meados da década de 1980, o avião já teve 1.152 unidades produzidas. A aeronave tem 27 de comprimento, 7,65 m de altura e 27 m de envergadura. A autonomia de voo é de cerca de 1.324 km, a velocidade de cruzeiro chega aos 511 km/h e a capacidade máxima de carga é de 7.000 kg.

O ATR-72 chegou a ser apelidado de “teco-teco” por utilizar hélices e não motores a jato. Isso, no entanto, não condiz com a realidade, já que ele é considerado um dos aviões mais seguros do mundo.

A tecnologia embarcada na cabine da aeronave é compatível com modelos de maior porte, como o Airbus 320 e o Boeing 737. Um bom exemplo são os aviônicos (equipamentos eletrônicos) similares aos encontrados em aviões a jato. Não à toa, o ATR-72 segue em produção e já é utilizado por mais de 200 companhias aéreas em todo o mundo.

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Histórico de acidentes com o ATR-72

Antes do acidente que vitimou todas as 62 pessoas a bordo do voo 2283 em Vinhedo (SP), as aeronaves da família ATR (ATR-42 e ATR-72, seu sucessor) já haviam se envolvido em outros 14 incidentes graves no Brasil, mas sem relato de vítimas fatais.

Entre os 14 relatos prévios, um único caso apontou suspeita de mau funcionamento dos equipamentos elétricos da aeronave turboélice, mas as investigações não foram concluídas.

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As demais ocorrências ocorreram por fatores externos, ou por conta de colisões com animais ou por perda de controle (falha humana) após a aterrissagem. Em um desses incidentes, uma passageira, que estava em pé no corredor, acabou fraturando o tornozelo.

Mais acidentes fatais

Se no Brasil os acidentes com o ATR-72 não haviam registrado vítimas fatais até hoje, em outros países do mundo centenas de pessoas já haviam perdido a vida a bordo do turboélice da fabricante francesa.

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  • 2014: ATR-500 da TransAsia Airways caiu ao pousar no Aeroporto de Magong, em Taiwan, matando 48 pessoas e deixando 10 sobreviventes;
  • 2015: Um ATR-600, com 53 passageiros e 5 tripulantes, caiu no Rio Keelung logo após decolar do Aeroporto de Taipei Songshan. Apenas 15 pessoas sobreviveram;
  • 2018: ATR 72-212 da Iran Aseman Airlines caiu no Monte Dena, matando todos os 66 passageiros e tripulantes;
  • 2023: ATR-500 da Yeti Airlines caiu no Nepal e matou 68 dos 72 passageiros a bordo.