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Conheça o Mova, serviço de transporte que é o “Uber nordestino”

Por| 06 de Dezembro de 2018 às 17h11

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Divulgação/Mova
Divulgação/Mova

Diogo Nunes Portela e Diego José Félix Martins são os nomes de dois motoristas de aplicativos que resolveram criar seu próprio serviço. Ele lançaram, junto com um terceiro integrante, há oito dias, o Mova, plataforma de corridas semelhante à Uber, Cabify e 99 e que já conta com 3 mil corridas e 700 motoristas, por enquanto, funcionando somente no interior de Pernambuco.

O Mova funciona em duas cidades: Petrolina (PE), de onde eles são, e Juazeiro, no interior do estado da Bahia. Tal qual o Uber, o usuário pode pedir por um carro e paga pelo serviço, sendo que o motorista leva a sua parte.

O diferencial, aqui, segundo Nunes, está nas taxas para ambos. Do lado do motorista, eles retiram a cobrança de porcentagem da empresa.

“Basicamente, a nossa inovação aqui é cobrar do motorista uma taxa fixa, não uma porcentagem. Não sei se você sabe, mas a Uber não recebe hoje mais 25% do motorista apenas. Ela pega do motorista como se fosse um taxímetro, que varia de acordo com a corrida. Ela cobra por minuto ou por tempo decorrido, de acordo com a cobrança da corrida. Se uma viagem deu, por exemplo, R$ 50, ela não vai dar para o motorista 75%. Isso é fantasia. Hoje, ela cobra até 40%. A nossa proposta é diferente, é ter uma taxa de R$ 1 por viagem do motorista, independente do valor”, explica Nunes.

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Com isso, eles acreditam que podem ter mais condições de oferecer oportunidade para quem dirige e ainda manter um modelo sustentável. Do lado do passageiro, ainda, há a vantagem de não ter a cobrança variável de acordo com a demanda, nem taxas para cancelamento.

Ele levanta que, como motorista, percebeu que grande parte dos cancelamentos é taxada para compensar o motorista pela diminuição da parcela que outros apps oferecem. Logo, cobrar apenas R$ 1 de taxa por viagem, permite retirar esta cobrança de cancelamento.

Números

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Com uma semana de programa no ar, Nunes explica que houve um boom maior do que eles esperavam. O app já conta com 3 mil corridas em uma semana. Nas primeiras 6 horas, já contava com 300 motoristas cadastrados e apareceram no top 3 de mais baixados da Google Play.

Segundo Nunes, a intenção, ainda, é se manter apenas nas duas cidades de origem. “De início, a nossa proposta é local. Até por uma questão de recurso que a gente tem. Vamos trabalhar só em Petrolina e Juazeiro. A gente tem uma proposta de expansão, mas visando um público de cidades menores, uma quantidade menor. A gente não tem como entrar ainda em uma cidade como Salvador, ou outra capital”, explica.

Em termos de investimentos, ele é bem claro em dizer: foi tudo tirado do próprio bolso. Nunes e os sócios já desembolsaram R$ 120 mil para colocar o programa de pé.

“Tudo loucura da nossa cabeça, coragem, ousadia. Sem dinheiro público, sem financiamento, sem nada. Nós éramos dois malucos que dirigíamos há muito tempo, um professor de história, outro engenheiro, com alguns conhecimentos”, conta.

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Nunes é formado em história, e seu sócio tem formação em matemática e engenharia. Eles ainda têm mais um integrante que prefere não aparecer. Ambos, sem oportunidade em Petrolina, resolveram pagar as contas trabalhando com a Uber.

Nunes já é um velho conhecido dos apps de transporte na região. Ele conta que participou de reuniões e protestos para a regulamentação de programas do gênero em Petrolina, primeira cidade a contar com Uber no estado. Por isso, ele acredita que conhece bem a vida de quem lida com o serviço.

Para conseguir fazer o app com as cobranças e taxas que eles queriam, contudo, não foi fácil. O time buscou várias empresas que pudessem montar o app e só encontrou lá fora. Foram, ao menos, entre R$ 70 mil e R$ 80 mil só para bancar a criação dos apps de passageiros e motoristas.

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“A gente precisava arrumar R$ 70 mil para começar esse investimento. Aí, a gente vendeu carro, outro amigo também. A minha mãe tinha um terreno, vendeu também. Financei outro carro para continuar trabalhando como motorista para bancar tudo também. Estou com carro alugado hoje”, relembra Nunes.

Com uma semana de programa no ar, apesar do boom inicial, ele é cauteloso em dizer que ainda é cedo para ficar feliz. Contudo, fica claro que ele está empolgado com o sucesso da plataforma.

O próximo passo, segundo ele, é buscar investimentos externos para expandir o serviço e garantir servidores cada vez mais capazes. “Agora que a gente vai começar a correr atrás de investimentos, porque temos uma ideia de que nosso servidor ia dar conta até a gente começar a se capitalizar, mas a gente teve uma explosão de viagens que a gente não acreditava que fosse acontecer. Agora, então, a gente precisa ir para o financiamento, para conseguir um servidor que dê conta da demanda que a gente acha que pode acontecer”, acredita.

O app está disponível gratuitamente na Google Play e deve entrar no fim de semana para a iOS, também. O programa está recebendo boas avaliações na loja do Android, sendo que um dos usuários disse que a tarifa é “próxima à cobrada pela Uber”. Por enquanto, ele também não oferece pagamento com cartão de crédito, funcionalidade que deve entrar na plataforma na próxima semana.