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Airbnb é processada por ocupantes israelenses na Cisjordânia por discriminação

Por| 23 de Novembro de 2018 às 16h51

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Airbnb é processada por ocupantes israelenses na Cisjordânia por discriminação
Airbnb é processada por ocupantes israelenses na Cisjordânia por discriminação
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Na última quinta-feira (22), advogados israelenses entraram com uma ação coletiva contra o aplicativo de locações imobiliárias por temporada Airbnb, acusado de discriminação após retirar da plataforma cerca de 200 casas que ficavam localizadas em assentamentos israelenses na Cisjordânia. A decisão se deu após a startup receber críticas por "lucrar em terras onde as pessoas foram deslocadas", segundo pronunciamento oficial da empresa.

Ma'anit Rabinovich, que alugava quartos por meio do Airbnb no assentamento de Kida, na Cisjordânia, afirmou que a retirada "representa uma discriminação especialmente grave e ofensiva", pedindo danos morais na ordem dos US $ 2.570 dólares. De acordo com os documentos apresentados no Tribunal Distrital de Jerusalém, a ação coletiva prevê pedidos de quantias ainda não especificadas em nome de outros proprietários de imóveis que estejam na mesma situação de Rabinovich.

"A decisão da empresa é, na verdade, dirigida exclusivamente contra os cidadãos israelenses que vivem nos assentamentos", explicaram os advogados de Rabinovich. "É parte da longa guerra que está sendo conduzida por organizações contra o Estado de Israel em sua totalidade, e contra os israelenses que vivem em assentamentos em particular".

As decisões foram bem recebidas pelos palestinos que se organizam para estabelecer um estado independente na localidade. Muitos enxergam a contrução dos assentamentos israelenses em terras palestinas como uma violação do direito internacional, acreditando ser anti-ético que empresas lucrem com as ocupações. "O Airbnb tomou uma decisão na direção certa para interromper os acordos com os assentamentos israelenses, de acordo com a legitimidade internacional", afirmou Wasel Abu Youssef, funcionário da Organização para a Libertação da Palestina.

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Chris Lehane, diretor global de políticas e comunicações da Airbnb, comentou o caso em entrevista à Reuters: "Israel é um lugar especial e nossos mais de 22 mil anfitriões são pessoas especiais que receberam centenas de milhares de visitantes em Israel. Entendemos que essa é uma questão difícil e complicada e apreciamos a perspectiva de todos".

A decisão do Airbnb não se aplica a Israel ou mesmo Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã, territórios que Israel anexou sem o reconhecimento internacional. Os imóveis descadastrados do sistema se localizam apenas na parte da Cisjordânia ocupada por militares israelenses onde a população palestina tem autonomia limitada, como ocorreu com a Faixa de Gaza há mais de uma década.

Fonte: Reuters