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Pontos quânticos aumentam a eficiência de painéis solares de perovskita

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 26 de Janeiro de 2022 às 08h48

photocreo/Envato
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Pesquisadores da Escola Politécnicas Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, em parceria com o Instituto de Pesquisa Energética da Coreia do Sul, descobriam que é possível aumentar a eficiência e a escalabilidade dos painéis de perovskita com a utilização de pontos quânticos.

A técnica inovadora melhora o desempenho e mantém o alto nível energético dessas células solares, mesmo quando combinadas em escalas maiores. Para conseguir esse resultado, os cientistas substituíram a camada de transporte de elétrons por uma película fina em escala subatômica.

Um dos obstáculos para a comercialização de células de perovskita é que sua eficiência de conversão de energia e estabilidade operacional diminuem à medida que elas aumentam. Nesses painéis, a camada de transporte de elétrons é feita com dióxido de titânio mesoporoso, que possui baixa mobilidade eletrônica e é suscetível a eventos fotocatalíticos adversos sob luz ultravioleta”, explica o professor de engenharia Michael Grätzel, coautor do estudo.

Pontos quânticos

Nessa nova abordagem proposta pelos pesquisadores, os pontos quânticos são partículas nanométricas que atuam como semicondutores e emitem luz com comprimentos de onda específicos quando são iluminados. Essas propriedades únicas tornam os pontos quânticos ideais para aplicações ópticas, como painéis fotovoltaicos.

Uso da camada de pontos quânticos aumenta a capacidade de absorção de luz em escalas maiores (Imagem: Reprodução/EPFL)
Uso da camada de pontos quânticos aumenta a capacidade de absorção de luz em escalas maiores (Imagem: Reprodução/EPFL)

Ao substituir a camada de transporte de elétrons de dióxido de titânio pelo filme de pontos quântico de óxido de estanho — estabilizados com ácido poliacrílico — os cientista descobriam um aumento na capacidade de captação de luz, além de reduzir a recombinação não reativa — fenômeno de perda de eficiência observado na interface entre a camada de transporte de elétrons e a perovskita.

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“Sem a utilização dos pontos quânticos, é quase impossível manter o alto desempenho de uma célula solar de perovskita em sua totalidade. O problema está na camada de transporte, que garante que os elétrons produzidos durante a absorção de luz sejam transferidos com eficiência para o eletrodo do dispositivo”, acrescenta Grätzel.

Testes promissores

Com a utilização da camada de pontos quânticos, os pesquisadores perceberam que uma célula solar de perovskita com 0,08 centímetro quadrado é capaz de atingir uma eficiência de conversão de energia recorde de 25,7%, além de manter uma alta estabilidade operacional em escalas maiores.

Escalabilidade superior após a aplicação das nanocamadas de pontos quântico de óxido de estanho (Imagem: Reprodução/EPFL)
Escalabilidade superior após a aplicação das nanocamadas de pontos quântico de óxido de estanho (Imagem: Reprodução/EPFL)
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Para efeito de comparação, um painel fotovoltaico convencional, feito à base de silício, possui uma taxa de eficiência de conversão — porcentagem da energia da luz solar que chega e é realmente convertida em eletricidade — de 26,7% em condições normais de uso diário.

“Outra vantagem dessa nova abordagem é que, mesmo com o aumento da área de superfície do painel para 1, 20 e 64 centímetros quadrados, a eficiência das células de perovskita foi de 23,3%, 21,7% e 20,6% respectivamente, o que mostra o alto poder de escalabilidade do dispositivo”, encerra o professor Michael Grätzel.

Fonte: Ecole Polytechnique Federale de Lausanne