Pesquisadores querem fazer Inteligência Artificial entender o que é justiça
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Março de 2021 às 06h55
Uma rede de Inteligência Artificial seria capaz de julgar? O julgamento seria justo? Qual seria o veredito? Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, querem “ensinar” o conceito de justiça às máquinas. Mais do que apresentar as bases do que é justo ou injusto a ideia é aprimorar essa escolha para que não haja meio termo.
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Os algoritmos seriam alimentados com uma grande quantidade de informações que geralmente são levadas em conta quando um ser humano toma qualquer tipo de decisão. Certo, errado, possível, impossível, legal, ilegal são apenas alguns parâmetros a serem considerados pela Inteligência Artificial antes de “julgar” determinado assunto.
Hoje em dia todos nós, de uma forma ou de outra, já somos julgados por algoritmos presentes na sociedade moderna e conectada, como no sistema bancário onde o cruzamento de informações define se alguém vai receber crédito ou não.
Aprofundar essas decisões a âmbitos mais altos da sociedade pode causar consequências imprevisíveis já que outros fatores precisam ser analisados quando se pretende fazer justiça. Afinal, o que é justo para uma pessoa pode ser completamente injusto para outra.
"Estamos tentando projetar sistemas de IA que não sejam focados apenas na ciência da computação, mas que também tragam valor e benefícios para a sociedade.", disse Pang-Ning Tan, professor do Departamento de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade de Michigan.
Os pesquisadores também levam em conta a adaptação dos conceitos de justiça de acordo com a sociedade onde são aplicados. Atitudes que praticadas em alguns países não passam de meras contravenções, em outros, podem ser consideradas crimes hediondos.
"Esta é uma pesquisa em andamento. Existem muitos problemas e desafios. Como você define justiça? Como você pode ajudar as pessoas a confiarem nesses sistemas que usamos todos os dias?", questionou Tan.
Os resultados apresentados em novembro do ano passado são promissores, mas ainda carecem de mais dados. É preciso saber se nós teremos total confiança nas decisões tomadas pelas redes de Inteligência Artificial já que o próprio conceito de justiça e todas as suas nuances vão muito além de algoritmos, números e equações exatas.
Fonte: TechXplore