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Estrelas de nêutrons têm "montanhas" com menos de um milímetro de altura

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Julho de 2021 às 20h30

Raphael.concorde/ Daniel Molybdenum/NASA
Raphael.concorde/ Daniel Molybdenum/NASA
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Estrelas de nêutrons são objetos com massa quase equivalente à do Sol contida em uma esfera de 10 km de diâmetro, aproximadamente. Isso faz com que seu campo gravitacional seja um bilhão de vezes maior que o da Terra, o que acaba por “espremer” sua matéria em direção ao centro do objeto. Agora, um estudo mostrou que suas montanhas mais altas podem ter apenas frações de milímetros de altura.

Sim, essas elevações, por menores que sejam, são chamadas pelos pesquisadores de “montanhas”, porque as estrelas de nêutrons são esferas quase perfeitas. Para medir o tamanho das montanhas, uma equipe liderada pelo estudante de Ph.D. Fabian Gittins, da Universidade de Southampton, construiu em uma modelagem computacional algumas estrelas de nêutrons com características físicas bem realistas e as submeteram a uma série de equações matemáticas.

Concepção artística de uma estrela de nêutrons (Imagem: Reprodução/SETI)
Concepção artística de uma estrela de nêutrons (Imagem: Reprodução/SETI)

Essa medida de frações de um milímetro de altura é cem vezes menor que as estimativas anteriores, que sugeriram tamanhos da ordem de alguns centímetros. Para a equipe de Gittins, as condições adotadas por aqueles estudos não foram fisicamente precisas, por isso as medidas também não correspondem à realidade. As proporções ínfimas dessas montanhas podem representar um grande desafio na detecção por ondas gravitacionais, de acordo com o pesquisador.

As ondas gravitacionais têm sido uma grande promessa para o futuro da astronomia, mas os instrumentos atuais conseguem detectar apenas eventos mais cataclísmicos, como a colisão de uma estrela de nêutrons e um buraco negro. As estrelas de nêutrons, por serem esferas quase perfeitas, geram ondulações muito sutis no espaço-tempo quando giram, indetectáveis para experimentos atuais como o LIGO e o Virgo. Espera-se que os futuros aprimoramento nesses dois detectores e o lançamento dos próximos instrumentos sejam o suficiente para encontrar essas ondulações de difícil detecção.

Fonte: Phys.org