China declara guerra a power banks ruins e pode afetar o mundo inteiro; entenda
Por Vinícius Moschen • Editado por Léo Müller | •

A China está em processo de implementação de novos padrões de segurança para power banks portáteis, após acidentes registrados com as baterias incorporadas. As regras, estabelecidas pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) local, foram descritas como as mais rigorosas até hoje e devem afetar a qualidade dos produtos no mundo todo, considerando que a grande maioria desses aparelhos é feita na China.
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As novas regras exigem uma atualização completa nos dispositivos, com mudanças em partes como a estrutura do produto, placas de circuito e células da bateria.
Será obrigatório imprimir a vida útil recomendada na estrutura do dispositivo, com a frase padrão: "A vida útil segura recomendada é de X anos". O nome completo da empresa fabricante também deve constar no produto para garantir a rastreabilidade.
Além disso, todos os power banks deverão possuir um display LCD ou um aplicativo conectado à internet. Essas interfaces devem exibir informações vitais, como a saúde da bateria, contagem de ciclos e condição geral — na prática, isso transforma os dispositivos em acessórios inteligentes.
Melhorias na segurança da bateria também foram definidas, incluindo a certificação contra danos pela penetração de itens pontiagudos.
Já o teste de abuso térmico foi elevado de 130 °C por 30 minutos para 135 °C por 60 minutos, e o limite de tensão de sobrecarga aumentou para 1,4 vezes a tensão nominal.
As regras foram motivadas por acidentes recentes envolvendo power banks em aviões, entre outros casos. No mês passado, o fogo na cabine provocou um pouso forçado em Xangai.
A nova regulamentação é chamada de "Especificação Técnica para Segurança de Power Banks Portáteis", e substituirá a atual certificação 3C necessária para as baterias portáteis vendidas na China.
Mudança nas power banks pode mudar mercado
Embora seja uma mudança considerada positiva para a segurança do uso das power banks, ela pode causar alguns choques na indústria.
Estima-se que cerca de 70% da capacidade de produção atual possa sair do mercado, já que as regras atuarão como uma barreira de entrada para fábricas sem recursos técnicos suficientes.
Portanto, é um favorecimento a fabricantes com fortes iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, e cadeias de suprimentos de alta qualidade, como a Xiaomi.
O cronograma prevê a consulta pública do projeto para dezembro de 2025 e a publicação oficial das normas em fevereiro de 2026. A implementação total deve ocorrer em junho de 2026, quando a certificação 3C atual se tornará inválida.