Google responde: 10 mitos sobre o Google Glass
Por Caio Carvalho | 26 de Março de 2014 às 11h45
Lembra dos filmes e jogos de videogame de ficção científica no qual o protagonista usava vários aparatos tecnológicos por todo o corpo, desde pulseiras, relógios e óculos inteligentes? Pois esse cenário já chegou ao mundo real com vários produtos vestíveis e altamente conectados, como os smartwatches, braceletes biométricos e claro, o Google Glass, um dos pioneiros da indústria wearable
Mas afinal, do que esse acessório desenvolvido pela gigante das buscas na internet é realmente capaz? Será que ele poderá substituir os tablets e smartphones? Apenas nerds podem utilizá-lo? Ou será que a minha, a sua, a nossa privacidade está ameaçada com a chegada desse pequeno e poderoso dispositivo? Para esclarecer estas e outras dúvidas, ninguém melhor do que o próprio Google para desmentir os 10 mitos mais famosos que rondam o Glass.
Mito 1: O Glass é a distração do mundo real
Com a popularização dos aparelhos móveis, as relações entre amigos e familiares às vezes é atrapalhada justamente pela utilização exagerada desses gadgets, seja durante um jantar ou no happy hour em um bar. De acordo com o Google, o Glass seguirá o caminho contrário e só irá interagir com aquilo que você está fazendo, já que o produto é desativado por padrão e ativado apenas quando você quiser usá-lo. Tudo para que você aproveite os melhores momentos da vida sem a necessidade de ter o Glass ligado o tempo inteiro.
Mito 2: O Glass está sempre ligado e gravando tudo
Se você usa o Glass e tem um amigo preocupado com a própria privacidade, pode ficar tranquilo. Pelo fato do aparelho ser desativado por padrão, ele funciona como um telefone celular, ou seja, só é ligado quando você dá o comando. Outra característica é que os óculos são definidos para gravar apenas 10 segundos e nem adianta tentar fazer vídeos muitos longos, pois a bateria do acessório não dura mais do que 45 minutos.
Mito 3: Explorers do Glass são nerds adoradores de tecnologia
O Glass ainda não está à venda para nós, consumidores, mas alguns sortudos estão tendo a chance de testar o dispositivo para aprimorar suas funcionalidades através do Programa Explorer. Com exceção das celebridades, os participantes tiveram que pagar US$ 1.500 pela unidade e retirá-la pessoalmente nos Estados Unidos. No entanto, engana-se quem pensa que ele foi feito apenas para os aficionados por tecnologia.
"Nossos Exploradores vêm de todas as esferas da vida. Isso inclui os pais, bombeiros, funcionários do zoológico, mestres cervejeiros, estudantes de cinema, jornalistas e médicos. A única coisa que eles têm em comum é ver o potencial para que as pessoas também possam usar a tecnologia de uma maneira que os ajudem a se envolver mais com o mundo ao seu redor, em vez de distraí-los com isso", explica o Google.
Mito 4: O Glass está pronto
Anunciado em 2012, o Glass tinha previsão de lançamento para 2013, mas teve que ser adiado. Desde então o gadget não possui uma data definida para chegar ao mercado. Segundo o Google, "o acessório ainda é um protótipo e nossos Explorers, e o público em geral, estão desempenhando um papel fundamental na forma como ele é desenvolvido". A empresa também afirma que o modelo passou por várias mudanças nos últimos dois anos e que "o protótipo de hoje poderá parecer tão engraçado para nós quanto foi o telefone móvel dos anos 80".
Mito 5: O Glass faz reconhecimento facial
Outra boa notícia para quem vive preocupado se alguém o está filmando sem saber. Apesar do Google admitir que é possível incluir uma ferramenta de reconhecimento facial no Glass, a equipe optou por não disponibilizá-la e nem mesmo permitir que terceiros façam a adaptação ou desenvolvam novos aplicativos com a tecnologia para o gadget. A decisão, no entanto, só permanecerá assim enquanto a companhia não "resolver adequadamente as muitas questões levantadas por esse tipo de funcionalidade".
Mito 6: O Glass cobre sua visão
Quem ainda não teve a oportunidade de experimentar o Glass, certamente deve imaginar que a tela do aparelho fica na parte superior direta da visão. Errado! De acordo com o Google, o visor fica acima do olho direito e não na frente ou sobre ele. O display foi projetado justamente para evitar que ele tape a visão do usuário e ele nem perceba que está utilizando o dispositivo, mas principalmente para permitir que ele veja o mundo real com os próprios olhos.
Mito 7: O Glass é um aparelho de espionagem
É difícil dizer até que ponto um gadget como o Glass, que grava vídeos e tira fotos apenas com um comando, pode violar nossa privacidade e das pessoas ao redor. Contudo, o Google é categórico em dizer que o produto não será capaz de espionar, captar e armazenar dados como fazem as agências de inteligência.
"Sejamos honetos: se alguém ou uma empresa quiser gravá-lo sem que você saiba, eles fariam com uma plataforma muito, muito melhor do que uma câmera na altura dos olhos que acende uma luz quando começa a gravar", diz a empresa.
Mito 8: O Glass é um dispositivo caro
Como já dissemos, o Glass ainda está em fase de testes, mas qualquer pessoa interessada em ajudar no aprimoramento do aparelho pode se cadastar no site do Programa Explorer, desde que tenha US$ 1.500 (cerca de R$ 3.200) e disponibilidade para retirar o acessório pessoalmente nos Estados Unidos. Fora isso, o Google se defende dizendo que o Glass não é um gadget feito apenas para pessoas ricas, já que, em alguns casos, o dispositivo é cedido a empresas e instituições e dado até de graça por elas a funcionários e colaboradores.
Mito 9: O Glass será proibido em todos os lugares
Você certamente já deve ter lido alguma notícia relacionada ao uso indevido do Google Glass - no caso, indevido na opinião das autoridades. As situações mais comuns são de motoristas dirigindo utilizando o aparelho.
Para a empresa, o produto terá algumas regras de etiqueta semelhantes às dos smartphones, ou seja, não é todo lugar que permite o uso contínuo do aparelho. "Já que as funcionalidades do Glass refletem as dos celulares (até a tela ser desligada por padrão), aplicam-se aqui as mesmas regras", explica.
Mito 10: O Glass marca o fim da privacidade
O último boato desmentido pelo Google volta novamente ao ponto que fala sobre a segurança das nossas informações. Para exemplificar, a empresa faz uma comparação interessante: "Quando as câmeras chegaram ao mercado no final do século 19, as pessoas declararam ser o fim da privacidade. Elas [as câmeras] foram proibidas em parques, monumentos nacionais e praias. As pessoas tinham o mesmo receito logo quando os primeiros celulares com câmeras foram lançados. Hoje existem mais câmeras do que nunca. E em dez anos, haverá ainda mais, com ou sem o Glass", conclui.