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Desenvolvedores começam a perder o interesse pelo Google Glass

Por| 17 de Novembro de 2014 às 13h36

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Exibido para o mundo com muita pompa e lançado com sucesso para os "early adopters", o Google Glass parece estar perdendo tração pouco a pouco. Enquanto a onda dos dispositivos vestíveis parece se consolidar cada vez mais, uma reportagem publicada pelo site Business Insider indica que um dos aparelhos responsáveis por lançar as fundações desse segmento parece estar sendo deixado de lado por seus próprios desenvolvedores.

O veículo teria entrado em contato com 16 produtores de software entre os parceiros iniciais do Glass e nove deles disseram ter abandonado os projetos relacionados ao gadget. O motivo apontado por eles foi justamente a ausência de usuários e a demora da própria empresa em lançar o produto para o consumidor final. Agora, apenas aplicações de uso corporativo estariam nos planos.

O próprio Google tem falado pouco sobre o assunto e até mesmo um de seus fundadores, Sergey Brin, tem deixado o Glass de lado em suas aparições públicas. Desde o anúncio do aparelho, ele sempre aparecia em eventos trajando os óculos digitais da empresa, mas recentemente deu para vê-lo sem o produto no rosto em diversas ocasiões. Seria mais um sinal de que a companhia estaria desgostosa com o aparelho?

Para adicionar ainda mais tempero aos rumores, uma série de desenvolvedores responsáveis pelas primeiras investidas no Google Glass teria deixado a empresa nos últimos seis meses. Entre eles estariam Babak Parviz, engenheiro responsável pela criação do produto, e Adrian Wong, que fazia a relação da gigante das buscas com os desenvolvedores de software. Além disso, o consórcio de financiamento do gadget teria excluído seu site oficial, que agora redireciona os usuários para a página do produto.

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Oficialmente, porém, o Google afirma que está comprometido com o aparelho e cita os quase cem aplicativos já disponíveis para ele, como é o caso do Facebook, por exemplo. Outros grandes players como o Twitter, no entanto, anunciaram recentemente que deixariam de oferecer suporte à plataforma.

A reportagem ainda cita a continuidade desse movimento entre os usuários, que também estariam deixando o gadget de lado. Um dos termômetros desse comportamento é a quantidade cada vez maior de anúncios no site de leilões eBay e preços que chegam a menos da metade do cobrado originalmente dos Explorers, os primeiros a experimentarem a plataforma.

Analistas de diversas firmas de pesquisa apontam que, para muita gente, fica a impressão de que o Google ainda trata o Glass como um experimento. Por isso mesmo, falta suporte a produtores de software e usuários, por mais que a empresa prometa trabalhar junto a todos eles no lançamento de versões mais fashionistas do dispositivo, que tenham apelo ao público geral. Por enquanto, porém, poucas dessas iniciativas teriam saído do papel.

Enquanto isso, do outro lado...

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Se por um lado as coisas parecem não estar muito boas para o Glass, por outro o gadget vem se tornando um bom utilitário para ser usado por corporações - já há até quem diga que o Google está abandonando o caminho do consumidor final para se focar apenas neste segmento.

Em abril, a empresa lançou o projeto Glass at Work, voltado para segmentos específicos onde o gadget poderia ser útil. É o caso, por exemplo, de projetos que encorajam o uso do Glass por cirurgiões durante procedimentos, em pesquisas em tempo real ou indicações visuais, ou como acompanhante para a prática de exercícios para trazer informações sobre gasto calórico, suor e o corpo do usuário. Todas as iniciativas são frutos de parcerias do Google com empresas como a See Through e a CrowdOptic e são apontadas como os grandes focos do trabalho da empresa no momento.

Apesar de tudo isso, há o temor de que os entusiastas iniciais do Glass se cansem de esperar e passem a adotar soluções da concorrência. Enquanto o Google não se define, Apple, Samsung e diversas outras companhias menores começam a ensaiar o lançamento de seus dispositivos no mercado e explorar diversas utilizações. E é nesse sentido que a gigante das buscas pode acabar perdendo uma batalha em que ela mesma inicialmente acreditava ser soberana.