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7 casos cabulosos da Internet das Coisas [Top Tech]

Por Redação | 08 de Novembro de 2017 às 14h10

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7 casos cabulosos da Internet das Coisas [Top Tech]

Você levanta com um despertador que sabe a hora exata de te acordar, de acordo com as fases do seu sono e o trânsito no caminho até o trabalho. Na cozinha, o café está pronto, pois a cafeteira também sabe que você está de pé, enquanto o chuveiro tem a temperatura ajustada para que você não sofra com rinite por causa de um choque térmico. No caminho para o serviço, o carro segue sozinho enquanto você lê as notícias do dia e descobre que aquela ação que você estava de olho está em baixa. É hora de comprar!

É quase uma cena de filme, mas daquelas que parece se tornar cada vez mais real. Cada um dos dispositivos que facilita a sua vida faz isso enquanto conectado à internet Wi-Fi da sua casa. É um sonho, não só para quem busca um cotidiano mais simples e inteligente, mas também, para os hackers.

De acordo com dados da Nokia, no segundo semestre de 2016, pouco menos de dois por cento dos dispositivos da Internet das Coisas foram infectados. É pouco, você pode pensar, mas também é uma estatística que vem dobrando a cada ano, na medida em que as pessoas, na maioria das vezes, não dão a mesma atenção que dariam a um celular ao termostato, por exemplo. E é aí que a galera do crime digital começa a agir.

Isso sem falar em mal funcionamento ou quando as coisas simplesmente saem do controle. Assim como o mundo facilitado pode ser um sonho, o dia a dia completamente infectado, com dispositivos conectados ficando loucos ou agindo de maneira errática pode ser uma ilusão. Ou não, como mostram os seis casos nada teóricos que vamos comentar aqui.

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Marcapassos hackeáveis

Para muita gente, um pequeno equipamento eletrônico ligado ao coração é a única coisa que mantém o órgão funcionando direito. E aí entra a ideia de ligar esse aparelho à internet para mandar informações em tempo real ao médico ou avisar a família sobre qualquer problema. É uma ideia que pode salvar vidas.

Mas também fazer o contrário, já que de acordo com o governo americano, quase meio milhão de americanos usam marcapassos vulneráveis à ação de hackers. Tanto que, no final de agosto, iniciou um recall de diversos modelos da marca Abbott. Os pacientes deveriam visitar os médicos imediatamente para atualização ou remoção dos aparelhos, caso contrário, poderiam acabar sendo vítimas de ataques.

Mais do que isso, a FDA emitiu um alerta de que, por mais que dispositivos desse tipo facilitem o tratamento e acompanhamento, todos podem estar sujeitos a falhas de segurança. Ataques desse tipo não foram detectados ainda, mas ainda assim, mesmo que o coração esteja conectado à internet, todo cuidado é pouco na hora de garantir que as coisas estão funcionando como deveriam.

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Além-vida digital

Pia Farrenkopf, uma americana, morreu no início de 2009 na cidade de Pontiac, no Michigan. Ela teve um mal súbito no interior de seu carro, na porta de casa, mas só foi descoberta cinco meses depois pois sua vida digital continuava trabalhando para ela.

Sem contato com a família e recém-saída de um emprego, ela viajava bastante, então, os vizinhos estavam acostumados com sua ausência, a ponto de até cortarem a grama da casa dela. Enquanto isso, pacotes de compras mensais e correspondências se acumulavam na caixa de correio. Tudo normal, afinal de contas, ela vivia fora.

O falecimento dela só foi descoberto quando, cinco anos depois, sua conta bancária alcançou o limite e oficiais de justiça foram até sua casa para entregar uma notificação de cobrança. Os boletos estavam em débito automático e continuaram a ser pagos até que os fundos acabaram. O corpo foi descrito como mumificado, devido à exposição extrema ao ambiente, enquanto seus registros digitais continuaram a existir, pois ninguém tinha as senhas.

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Assistentes ouvindo o que não devem

Quem nunca falou alguma coisa ao lado do celular e notou que o assistente de voz foi ativado por engano? É algo bastante comum. Mas imagine isso acontecendo com diversos aparelhos ao mesmo tempo? Foi o que rolou durante o Super Bowl, em fevereiro, quando um comercial da Google fez com que diversos dispositivos ao redor dos Estados Unidos atendessem ao chamado, realizando ações como ligar as luzes ou aumentar o volume da música.

Uma brincadeira semelhante, e um pouco mais maldosa, foi feita pelos criadores de South Park. No episódio de estreia da nova temporada, Eric Cartman trollou todo mundo, adicionando artigos como bolas peludas às listas de compras ou configurando alarmes indevidos de quem tem o Amazon Echo em casa. 

TVs digitais ouvindo tudo

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Muita gente costuma dar boa noite para o William Bonner. Mas e se ele pudesse ouvir de verdade? Essa foi uma realidade enfrentada pelos donos de smart TVs da Samsung em 2015, quando foi descoberto que elas gravavam o que era dito na sala, mesmo que estivessem desligadas, com as informações sendo enviadas para a nuvem para fins de publicidade e melhoria do reconhecimento de voz.

Os termos de uso eram claros e avisam os usuários para que não repetissem dados pessoais nem falassem dados pessoais nas proximidades da televisão. Deu treta, é claro, e ninguém admitiu isso, ao ponto de o governo dos Estados Unidos abrir uma investigação. Após alguns dias de polêmica, a Samsung liberou atualizações para os aparelhos que faziam isso e mudou sua política de privacidade.

Só que o tiro também acabou saindo pela culatra. Em março deste ano, documentos do Wikileaks mostraram que a NSA, a agência de inteligência do governo americano, também utilizou televisores da Samsung para espionar cidadãos. O funcionamento era o mesmo, com a TV sendo capaz de gravar as conversas e enviar tudo para um servidor sem que o usuário percebesse o que estava acontecendo.

Carros ficando malucos

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Uma das propostas para introdução mais veloz dos carros que se dirigem sozinhos é o uso de sensores nas ruas, que ajudariam aqueles que já estão nos próprios carros. Uma das ideias dos pesquisadores, que acaba sendo cada vez mais deixada de lado justamente pela falta de padrão, é de um sistema integrado, que fizesse com que todos os veículos utilizassem a mesma rede.

Isso permitiria um controle maior de tráfego e reduziria o número de acidentes, é claro. Mas imagine essa rede de carros conectados nas mãos de um hacker? O resultado seria desastroso e fazer isso, inclusive, é mais fácil do que parece.

Usando apenas adesivos em placas de trânsito, um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, foi capaz de confundir completamente os sistemas de deep learning de carros autônomos. Foi preciso colar pouca coisa para que uma placa de pare fosse entendida como a de aumento na velocidade máxima, ou que o sinal indicando uma curva para a direita se transformasse no inverso. Se o caos do trânsito de São Paulo já é demais para você, imagina no futuro, se um engraçadinho decidir brincar de carrinho de trombada em plena hora do rush?

Ataques a infraestruturas

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Outro enredo de filme coloca sistemas de energia, comunicação e água nas mãos dos hackers. E, mais uma vez, podemos ter aqui um roteiro baseado em fatos reais, com a arquitetura cada vez mais conectada de governos, órgãos públicos e empresas tornando tudo mais eficiente, mas ao mesmo tempo, mais vulnerável.

Foi o que provou, em maio de 2017, o vírus WannaCry. A vontade de chorar foi real para funcionários de bancos na Espanha, refinarias de petróleo na Ucrânia e empresas aéreas por toda a Europa, enquanto máquinas corporativas eram sequestradas por hackers, que exigiam dinheiro para liberação.

A ameaça chegou até mesmo ao Brasil, com o Hospital do Câncer de Barretos e o Tribunal De Justiça de São Paulo também sofrendo ataques, que se espalhavam rapidamente pela rede e tomaram conta do mundo. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, mas ficou o temor de um apagão digital que poderia muito bem escorrer também para o mundo real.

Inteligências artificiais causando a Terceira Guerra Mundial

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Todos os aparelhos da Internet das Coisas tem uma coisa em comum – a inteligência artificial. É ela que aprende nossos hábitos para melhorar nossa vida, mas no futuro, essa amizade pode se transformar em ódio. Foi assim em O Exterminador do Futuro e pode ser assim também na vida real, mas por motivos diferentes. A guerra ainda será por causa das máquinas, mas é uma mão humana que vai apertar o botão que dispara a bomba.

Pelo menos é isso que acha Elon Musk, empreendedor multimilionário e fundador da Tesla e da SpaceX. Para ele, a briga entre países para ver quem tem a inteligência artificial mais avançada vai fazer com que um ataque o outro, de forma a minar os avanços da concorrência. Diferenças ideológicas vão acirrar esse conflito, principalmente quando se leva em conta que os três países com os maiores avanços nesse campo nem sempre concordam. O combate, mais uma vez, acontece entre Rússia, Estados Unidos e China, além da Índia e do Reino Unido.

É, inclusive, de Vladimir Putin a ideia de que o país com a melhor inteligência artificial vai dominar o mundo, mas garantiu também que a Rússia vai compartilhar seus avanços com o restante, para não monopolizar esse conhecimento. Mesmo assim, uma carta aberta, assinada por 160 líderes do mercado de tecnologia, com Musk entre eles, foi entregue à ONU no final de agosto, com um pedido para que a organização regule o desenvolvimento da tecnologia para evitar uma guerra por causa dela.