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Kindle Oasis 2017 [Análise / Review]

Por Redação | 14 de Dezembro de 2017 às 11h00

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Kindle Oasis 2017 [Análise / Review]

Estão prontos para falar de leitores de livros? Certo, este é o Kindle Oasis 2017, de metal e à prova d'água.

Antecipando todos aqueles comentários clássicos e chatíssimos em vídeos de Kindle, "EU VOU LER NO TABLET, EU LEIO NO TABLET, VO LER NO TABLET"... olha, cada um faz o que quiser da vida, mas não conseguir ver a diferença entre ler em qualquer tablet do mercado (vs) ler num Kobo, Lev, Kindle e outros leitores de e-ink... é indicador de que a pessoa não entendeu a tecnologia de formação de imagens nos e-readers e seu conforto visual. Recomendamos que se caso você não tenha visto, confira aqui no Canaltech nossos outros reviews do Kindle Oasis 2016, Voyage e Paperwhite.

Combinado? Então começa agora a análise do Kindle Oasis 2017.

METAL, ÁGUA E LIVROS

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Em 2016 a Amazon lançou o Kindle Oasis, um leitor de livros digitais com uma pegada diferente, simulando o centro de gravidade de um livro com a elevação e concentração de peso em um de seus lados. Para ampliar sua bateria, um case magnético com powerbank integrado vinha na embalagem.

Agora, em 2017, vemos esse novo Kindle Oasis como sucessor, mantendo a idéia de colocar o peso no apoio de sua mão, porém migrando a construção do Kindle para metal. A lombada traseira agora tem mais sensação tátil de APOIO do que de CALOMBO, tornando mais confortável segurar o Oasis desse ano em relação ao modelo passado.

Essa crescida de tamanho e mudança para o metal deixam o aparelho com outra cara, porém não é isso que destacamos na sua nova construção: ele agora é à prova d'água (possui certificação IPX8), e segundo a Amazon suporta imersões de até 2M por 60min.

"Mas eu não vou ler livros embaixo d'água". Que bom, porquê provavelmente você se afogaria tentando. A questão é que copos de água tombam, chuvas sem aviso caem e tudo mais. Amigos babacas te jogam na piscina sem avisar também, ou dão pulo-de-bomba enquanto você está perto da borda. Sendo assim, levou "apenas" dez anos para a Amazon tornar seu leitor de livros à prova d'água, finalmente encostando nos concorrentes que já tinham essa capacidade faz um bom tempo, como o Kobo Aura H2O lá de 2014 (e que agora tem versão nova de 2017), fazendo leitores com aquele perfil de "turista-leitor-de-beira-de-praia-e-piscina" parte efetiva do público alvo do Oasis 2017.

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Além da proteção que esse corpo de metal traz, temos no seu topo o botão para ligar e desligar o Kindle Oasis 7", e na parte de baixo dele um conector micro-USB para carregamento (um erro considerável para 2017, onde USB-C é o esperado de grandes fabricantes internacionais). Poxa Amazon.

Na frente temos a área neutra do Kindle para segurar o dispositivo sem tocar na tela, e ali estão os dois botões físicos para troca de páginas. Você pode inverter qual deles avança e retrocede caso seja canhoto, além de poder virar o corpo inteiro do Kindle para sua outra mão e aproveitá-lo sem perda alguma (e isso inclui a traseira com pegada para os dedos que havíamos citado agora pouco). O conteúdo da tela seguirá sua preferência de manuseio.

ESPECIFICAÇÕES

A Amazon odeia dizer números inteiros, então é um assunto cheio de neblina dizer qual CPU, quanta RAM e afins tem dentro de qualquer Kindle. Segundo a comunidade de usuários Kindle temos um chip atualizado, contando com um processador dual-core de 1GHz, mas novamente: essa informação não deve ser levada como oficial, afinal a Amazon apenas indica que o modelo é "mais rápido que a versão de 2016".

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O que é certo são informações pontuais, como:

  • 8GB de memória interna (infelizmente a de 32GB não veio para o Brasil)
  • 194g de peso
  • Conexão Wi-Fi
  • Conexão Bluetooth

CALMA. Eu disse que ele tem bluetooth, e tem mesmo. O símbolo do Bluetooth vai aparecer nas imagens aqui da análise inclusive. Isso não indica que estamos com o modelo americano, esse é o KINDLE OASIS DA LOJA BRASILEIRA (tanto é que ele tem 8GB).

O Oasis 2017 à venda na loja da Amazon.com.br tem bluetooth... porém ele só é habilitado ao mudar a sua conta para a Amazon americana, e foi isso que fiz na minha. O processo é pelas configurações do site da Amazon, poder ser feito e revertido infinitas vezes... mas é um pequeno transtorno ficar "se mudando para os Estados Unidos" para fazer o Kindle funcionar direito, afinal, trazer a conta de volta para o Brasil desativa o bluetooth, daí você volta a conta para os Estados Unidos e reativa o Bluetooth, daí você volta para o Brasil e desativa o bluetooth, daí você...

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DISPLAY e MULTIMÍDIA

Agora faz tanto sentido falar sobre "DISPLAY e MULTIMÍDIA" num Kindle, e isso chega a ser estranho.

Começando pela tela, temos um upgrade para 7", tornando o Kindle Oasis de 2017 a maior versão dos Kindles modernos. Sua tela é "E-Ink Carta", e traz 300ppi para alta resolução de leitura ao nível "papel da vida real" (assim com o Kindle Voyage, Oasis 2016 e o Paperwhite mais recente).

A diferença adicional ao tamanho da tela é a iluminação difusa de 12 LEDS (maior quantidade presente num Kindle da nova geração até o momento).

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Essa iluminação não está direcionada para seus olhos, assim com a luz de seu celular ou TV. Ela é difusa e apontada para a tinta eletromagnética do Kindle, assim como um abajur ilumina um livro. Corrigindo o erro do Oasis 2016, a Amazon incluiu o ajuste automático de iluminação no Oasis 2017, assim como já havia feito no Kindle Voyage no passado. Dessa vez a empresa optou por unir todos os melhores recursos de seus Kindles num produto só. Parece óbvio falando assim, mas a Amazon demorou para fazer isso virar realidade.

Agora olhe com atenção para essa tela. Ela não tem reflexos pois seu vidro é microtexturizado; além disso, essas imagens que você vê se formando são tinta. Isso, não é LCD nem AMOLED, é "E-Ink". Olhe lado a lado com um smartphone para ver a óbvia diferença. É como ler num papel, onde a luz do ambiente ou do sol só torna ainda melhor a imagem, e não o contrário.

É impossível dizer que "é igual ler num tablet". Não é, e você entendeu isso. A iluminação difusa LED que citamos é opcional e serve para quem gosta de ler no escuro.

A parte "multimídia" do Kindle Oasis 2017 é feita via Bluetooth. Infelizmente ele não tem caixas de som, assim como os Kindles das primeiras gerações possuíam, possibilitando aos amantes de livros preencherem com trilha sonora suas sessões mais emocionantes de leitura.

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O Oasis 2017 introduz modernidade com o Bluetooth, porém para uma finalidade específica até demais. O Audible, serviço de áudio-livros da Amazon pode ser acessado pelos usuários possuidores de uma conta americana, e assim os assinantes dele podem consumir os livros falados via Bluetooth em seus fones favoritos.

Pareceu "mais ou menos" para você? Pra gente também.

A Amazon não ter se arrumado ainda com esse lance de "Audible" e "Brasil" já é irritante o suficiente, afinal existem notícias desde o início do ano sobre a possível chegada do serviço e nada até agora. Vai ficar pra 2018 ou depois. O serviço tem APP para smartphone, então possuir esse Kindle aqui de 7" para ouvir livros... é muito mais um bônus do que algo DE FATO inteligente.

Atrelar o Bluetooth desse leitor de livros para SOMENTE ouvir os áudio-livros da plataforma Amazon, SEM músicas pessoais do usuário (nem mesmo com elas armazenadas no Amazon Drive), e ainda por cima vendo o Bluetooth somente tornar-se ativo com a conta Amazon migrada para a versão americana... é uma cascata de erros.

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Para o Brasil, é melhor desconsiderar o Bluetooth. Quem sabe a Amazon conserte isso um dia num update.

Em tese o Bluetooth pode servir para algo muito mais nobre: acessibilidade para quem possui visão limitada. Em configurações de acessibilidade > Leitor de tela VoiceView > temos como ativar um guia sonoro para tudo na tela, incluindo a leitura automática e avanço das páginas. Pena que a mensagem "defina o idioma para Inglês" mostra mais um recurso 0% brasileiro.

Novamente, para o Brasil é melhor desconsiderar o Bluetooth, afinal seus limitados dois usos possíveis não trazem benefícios em português.

USABILIDADE e DESEMPENHO

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O Oasis 2016 já possuía troca imediata de páginas, reorganizando os pigmentos eletromagnéticos da tela imediatamente ao tocar ou usar os botões de avanço de página. No Oasis 2017 isso se mantém, e após a fração de segundo onde a página se re-arruma, tudo está pronto. Não notamos nenhuma espera ao ler alguns livros de nossa coleção.

Como mudamos nossa conta para a americana para os testes, vocês podem notar a integração com o Goodreads (rede social da Amazon para livros). Também não se iluda, isto some dos menus com a conta brasileira.

Quanto ao Audible, ele funciona integrado à loja da Amazon. Novamente, conta americana necessária para vê-lo, senão é a loja de livros apenas.

Nós focamos nessa lance de recursos que não funcionam como deveriam para nosso país justamente porquê achamos meio quebrado o lançamento do Oasis 2017 com recursos desabilitados para cá. Eu uso o Kindle desde a chegada do Paperwhite original alguns anos atrás no Brasil, e desde lá vejo recursos com o próprio Goodreads nunca chegando aos Kindles com conta brasileira, e parece que nada disso mudará vermos num Kindle Oasis de 2017 praticamente todas as restrições que enfrentei 5/6 anos atrás no meu primeiro Kindle, e agora um pouco mais, com o Audible.

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Pode ser que isso tudo mude num update futuro? Sim.

O que o Kindle tem de bom hoje? Todas as vantagens que citamos no review do Kindle Voyage (se não assistiu, assista) e as do Oasis 2016 (também se não assistiu, assista).

Eu poderia ser Fanboy da Amazon, mas prefiro mostrar de forma imparcial os problemas do Kindle (mesmo sendo usuário ativo de Kindle há vários anos).

Deixando o espancamento de lado, podemos recapitular os recursos positivos naturais à linha Kindle, projetados para trabalhar offline após o primeiro acesso; temos um software polido para leitura, com dicionários integrados, anotação automática de novas palavras (sendo esses dois recursos para quem busca aprender uma segunda língua ou lembrar palavras desconhecidas).

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O ajuste de texto permite seleção de fonte, tamanho e formatação, e essas preferência são mantidas de livro para livro; seu progresso também é salvo, e você pode adicionar anotações/grifos/marcar páginas e afins no que está lendo ao tocar e segurar. A conta Amazon também sincroniza via Wi-Fi entre todos os Kindles (de todos os modelos) vinculados à sua conta o ponto onde você está em cada livro/documento, e é possível continuar a leitura em um dispositivo diferente de onde se parou.

Ainda em usabilidade, vale notar que seus documentos pessoais / livros de fora da loja podem ser mandados para o Kindle Oasis sem plugar fios, utilizando o Send To Kindle e/ou seu e-mail gratuito @kindle, podendo convertê-los para o formato adequado da Amazon caso você prefira. Tudo fica salvo na sua biblioteca online + offline. Essas configurações você encontra na versão WEB da sua conta Amazon, juntamente com instruções apropriadas.

BATERIA + ACESSÓRIOS

Mesmo sem informações concretas (tal como CPU), temos na comunidade pontuados 1000 mAh de bateria para o Kindle Oasis 2017, removendo a idéia bizarra do Oasis 2016 de necessitar de uma capa extensora de bateria para funcionar por longos períodos.

Segundo a Amazon, seu Kindle Oasis bate longas datas de uso como o Kindle Voyage e Paperwhite já provaram, estimando-se assim em 6 semanas de bateria a duração do Oasis 2017 (sendo o cálculo de leitura diária de meia hora com o Wi-Fi desligado e iluminação no nível 10).

Enquanto relembrávamos bons livros aqui no Canal fizemos bem mais uso que isso, e garantimos que em menos de 2 semanas é impossível descarregar o Kindle. E esquecemos o WiFi ligado o tempo todo, pra variar, mostrando que essa bateria vai longe mesmo.

Mas como 1000 mAh de bateria num Kindle duram semanas e 3000 mAh duram apenas horas no seu celular? A resposta é bem fácil.

Se você der um copo d'água para o Wellington, ele vai durar 3 meses e meio.

Se você der um copo d'água pra mim, ele acabou.

Da mesma forma, temos os Kindles. Nenhum modelo Kindle é considerado um dispositivo gordo em consumo de energia. Sua tela só necessita de carga quando forma uma nova imagem, ou seja, quando você VIRA UMA PÁGINA; até lá, não existe gasto adicional de energia. Uma vez formada uma imagem, a tela do Kindle não está gastando mais energia, não importa quanto tempo você gaste olhando para ela, ou seja, lendo. Assim fica fácil.

O que muda esse consumo para mais ou menos semanas é a intensidade da iluminação que você usar para ler em ambientes com pouca luz.

VALE A PENA?

R$ 1.149,00 para por as mãos no Oasis de 7", cerca de R$ 300 mais barato que o Oasis original de 2017. Nessa "economia" você leva uma tela maior, corpo em metal e um Kindle à prova d'água.

Porém não vamos ser hipócritas, fica difícil dizer que esse valor é pouco, ainda mais levando em conta como a Amazon ainda trata o Brasil em restringir recursos que já vem no seu Kindle, caso você use uma conta com endereço Brasileiro.

Existem outras opções no mercado, como os leitores Lev da Saraiva e os Kobo da Livraria Cultura, com preços variáveis e tamanhos também.

Optar pelo Oasis é uma das melhores experiências e-reader do mercado, e a melhor da Amazon. A questão é que você paga por esse luxo (mesmo R$ 300 mais barato ,ainda é um valor ligeiramente luxuoso para ler livros o preço cobrado pelo Oasis 7" desse ano).

Nossa dica: se você tem grana, a compra é excelente (e a prova d'água).

Se você quer economizar e pretende ler com a mesma qualidade de e-ink com riqueza de detalhes do papel, opte pelo Kindle Voyage (R$ 899) que traz a mesma tela vítrea de alta qualidade sem reflexo e blábláblá, com ajuste de luz automático.

Se você quer algo com menos requinte mas ainda com tela de alta qualidade, Kindle Paperwhite (R$ 479), com acabamento bem mais plástico porém com alta qualidade e "praticamente" a mesma matriz de tela do Oasis e do Voyage.

E se definitivamente você quer o menor preço, ainda há o Kindle mais básico de todos, por R$ 299 (sem iluminação noturna como os outros modelos).

Você viu que quanto mais luxo, mais o preço da Amazon sobe para quem quer o conforto de ler livros por horas sem ficar com forte cansaço visual, assim como tablets fazem.

A questão é que isso numa tela maior, à prova d'água e com corpo em metal faz o preço de R$ 300~400 ir para R$ 1.149; você paga por esse luxo? Conta pra gente nos comentários.