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Análise | iPhone Xs Max: maior não é melhor

Por Adriano Ponte Abreu | 04 de Outubro de 2018 às 10h00

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Análise | iPhone Xs Max: maior não é melhor
iPhone XS Max

Quando a Apple anunciou o iPhone X com sabor de “aparelho comemorativo”, quase que experimental se comparado aos outros modelos que vinham formando a linha clássica de iPhones conhecida por todos, não era de se pensar que haveria uma enxurrada de iPhones X, muito menos um XS Max (aumentando o peso, tamanho e tela do X original).

O que veremos agora é o que isso traz para o usuário, lembrando que falamos de Apple, com seus enormes pontos positivos e negativos… agora num aparelho (não-iPad) ainda maior.

O maior e mais caro iPhone de todos os tempos

O iPhone XS Max não leva esse nome à toa; seu peso é de 208 g, 34 g mais pesado que o primeiro modelo X; não é algo impraticável (ou seja, não é uma “tábua de carne” desengonçada feita de vidro); o porém é que pode-se notar a diferença de peso extra ao manusear o aparelho.

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Naturalmente como modelo “S” temos todo um “legado” de itens da versão passada, a começar pelo próprio corpo do aparelho, reflexo das decisões da Apple nas gerações mais recentes do iPhone; não há entrada para fones de ouvido, tampouco local para a leitura de impressões digitais do usuário: é tudo liso, em ambos os lados do aparelho (com exceção para a região da câmera, saltada para fora da traseira do aparelho).

A idéia é que você utilize fones sem fio para suas músicas (ou) utilize a porta lightning (na parte de baixo do aparelho) para ouvir música (caso não esteja carregando o aparelho), e utilize o Face ID no lugar da impressão digital, seja para desbloquear o aparelho ou para usar o Apple Pay, por exemplo.

Por falar em “Face ID”, isso significa mais uma vez “notch”. Apesar do aproveitamento de tela ser parte importante do iPhone XS Max, entregando praticamente no mesmo tamanho de corpo do iPhone 8 Plus (mais) tela quase sem ocupar (mais) espaço, temos o custo de um “dentinho” no topo da tela (o “notch”, que ao estar presente numa segunda geração de iPhones prova que o mercado será infestado por essa praga por ainda mais tempo).

Conclusão: não há volta. A Apple pulou do precipício e os “lemingues” de outras fabricantes continuarão pulando atrás). A questão é que existe alguma utilidade do “notch” no iPhone XS Max, que é a mesma do iPhone X: abrigar sensores específicos de mapeamento 3D infravermelho, permitindo que o aparelho reconheça seu rosto mesmo no escuro. Mas sem problemas, continua sendo decepcionante ter essa tarja preta no topo do iPhone, independente da sua utilidade. Agora só resta avisar os “lemingues” que se no próprio iPhone (onde o “notch” faz de fato alguma coisa) já é ruim conviver com isso, imagine num aparelho onde essa tarja preta nem mesmo utilidade tem, mas foi parar lá por “tendência”. Isso tem tratamento.

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Num ponto a Apple tem feito o dever de casa há algum tempo: certificação IP68 (que no caso do iPhone XS Max permite imersão de até 2 metros de profundidade por 30 minutos). Isso num corpo de traseira e frente em vidro, com moldura de aço inoxidável.

Vale notar que a própria companhia reforçou na apresentação oficial dos novos iPhones em Setembro (12) deste ano que “a equipe testou (essa resistência) em diversos líquidos, como água com cloro, salgada, suco de laranja, chá, vinho e até cerveja”. Para nós parece uma mensagem clara de que o XS Max é mais resistente a líquidos que as gerações de iPhones passadas, porém ainda é engraçado lembrar que a garantia de aparelhos assim não cobre danos causados pela entrada de líquidos nos aparelhos (#AquamanPistola).

DISPLAY + MULTIMÍDIA

Na frente do iPhone XS Max podemos frisar melhor a comparação com o “8 Plus” ao colocarmos em números nosso comentário sobre um aparelho grande assim; note que temos 6.5” de tela no iPhone XS Max (contra 5.5” do iPhone 8 Plus), provavelmente riscando uma linha definitiva para os aparelhos de maior porte da empresa (afinal deixa de fazer sentido utilizar um modelo de “mesmo tamanho” com menos tela). Parece o segundo passo de uma jogada ensaiada para tornar os iPhones “X” em diante a única linha de aparelhos que a Apple oferecerá daqui pra frente, não é mesmo queridos especuladores de plantão?

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Nessas 6.5” de tela Super AMOLED temos a resolução de 1242 x 2688 pixels (19.5:9) fechando em ~458 ppi de densidade com, resistência a riscos e tratamento oleofóbico. Itens anteriores do iPhone X original (como o esperado suporte 3D touch, leitura de toques a 120 Hz, etc) estão presentes.

Os alto falantes do iPhone XS Max seguem o que esperamos de smartphones com som estéreo, reproduzindo áudio pelo falante de ligações (frontal) e pela unidade na parte de baixo, dando mais imersão para o consumo de conteúdo no aparelho.

Duas notas importantes: o falante frontal usualmente é fraco se comparado ao inferior, sendo mero complemento ao sistema. No caso do XS Max não é verdade (a intensidade dele é equiparável ao falante da parte de baixo do aparelho), logo o usuário terá uma experiência interessante de mídia no XS Max.

A segunda nota é sobre a tendência dos alto falantes em jogarem para o agudo tudo que é reproduzido; não falamos de distorções em volume máximo com estalos ou ruídos, apenas pontuamos que qualquer coisa que você ouvir pelo XS Max (em qualquer volume) soará mais aguda, como se um equalizador invisível estivesse ativo para ajustar a reprodução. Fora esse ponto, há bastante detalhe dos vídeos/músicas na reprodução, respeitando os limites óbvios de um smartphone (e levando em conta a equalização forçada).

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Parece que o XS Max veio perfeitamente ajustado para assistir a versão “LA-Z Rider” do Homer Simpson, valorizando aquela pegada “VHS” do áudio.

ESPECIFICAÇÕES

Dentro do iPhone XS Max temos um Chipset proprietário “A12 Bionic” com destaque para:

  • CPU Hexa-core (2x Vortex para desempenho + 4x Tempest para eficiência energética)
  • GPU Apple (quad-core)
  • 4GB RAM
  • 64/256/512GB ROM
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USABILIDADE + DESEMPENHO

Explicando o que você viu nos benchmarks: A Apple produz seus próprios chips e sistema, dando aos desenvolvedores uma plataforma que unifica ambos de maneira nitidamente eficaz. Por mais que o Android seja maioria no planeta e seja comum haver muita “polêmica” sobre os GHz e núcleos dos processadores presentes no iPhone e a quantidade de RAM presente nos aparelhos, basta uma olhada para ter plena ciência de que há muito processamento bruto e gráfico dentro do smartphone dando conta do recado.

Não é questão de comentar que um Samsung, Asus, Motorola ou qualquer outro é mais ou menos potente; a forma como o iOS roda não é a mesma como o Android, logo é mais interessante comparar os iPhones entre si. Nesse caso (e na data de publicação desta análise) falamos do iOS 12.

O XS Max compartilha o mesmo chip presente nos iPhones XS e XR, equipando assim três aparelhos com virtualmente o mesmo poder de fogo (com 1GB a menos de RAM no caso do iPhone XR). Aqui, no nosso XS Max, temos como no XS o melhor desempenho possível num iPhone da atualidade com a CPU e GPU topos de linha da Apple, apresentando otimizações para realidade aumentada, por exemplo.

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A Apple não gosta de revelar números específicos, mas sabe-se que o Chipset A12 Bionic (produzido em 7 nanômetros) traz uma CPU 15% mais potente (nos núcleos de desempenho) e GPU 50% mais forte, por exemplo. Não podemos esquecer do “Neural Engine” (para inteligência artificial) melhorado em relação ao A11, com abertura à plataforma Core ML (para que desenvolvedores possam se beneficiar desse processamento dedicado à AI).

BATERIA

Faz um bom tempo que a Apple tem comido cola quando comparada a quase qualquer fabricante que tenha algum aparelho minimamente comparável aos iPhones em termos de “tamanho”, mostrando que (sempre) coube mais bateria nos aparelhos concorrentes da maçã, que prefere manter seus usuários “na coleira” (nesse caso, no carregador).

O iPhone XS Max pode ser o maior iPhone já fabricado, porém leva dentro de si uma bateria de 3174 mAh, algo quase que divertido ao notarmos que topos de linha podem contar com 4000 mAh de tanque, sendo que é assunto batido encontrarmos intermediários com essa capacidade (e buscando ainda dentro das gigantes mundiais podemos achar 5000 mAh, ainda dentre os intermediários). Para um iPhone “topo de topo de linha”, 3174 mAh não colam.

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Durante nossos testes o iPhone XS Max provou que falta gás no tanque, com consumo médio de 17% de sua bateria por hora de streaming contínuo, seguindo nosso cenário padrão de teste através de Wi-Fi (repetido diversas vezes).

Isso significa 6 horas de tela em uso contínuo, indicando que o usuário deve levar um carregador ou bateria extra para chegar ao final do dia com o aparelho. Para esses momentos de recarga ele contará com carregamento rápido nos acessórios compatíveis, além do suporte ao carregamento sem fio (caso você já possua ou adquira uma base própria).

Um detalhe importante sobre o uso geral do iPhone XS Max. Ao utilizar o aparelho em qualquer aplicativo (e por qualquer período de tempo) pode-se notar um suave aquecimento na traseira do aparelho, quase que imediato à abertura de um vídeo no YouTube, por exemplo.

Dada a quantidade de aparelhos que já passaram pelo Canaltech, consideramos inapropriado para um topo de linha esse comportamento, dando a entender que a Apple podia ter caprichado mais no sistema de resfriamento do iPhone XS Max.

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Em esforço total conseguimos passar a barreira do conforto rapidamente. Fazia tempo que um aparelho em nossos testes de benchmark não atingia os 43, 44 e finalmente 45 graus durante a execução dos testes. É como uma fatia de torta de maçã, só que de vidro.

CÂMERAS

A Apple optou no iPhone XS Max manter o formato de semáforo de trânsito para câmera traseira, abrigando de forma vertical (e saltada) duas câmeras de 12 MP (com OIS), sendo uma delas de  f/1.8 (26mm) tipo “wide” e a outra f/2.4 (52mm) para zoom óptico de 2x. A captura de vídeos vai de 1080p@240fps (a até) 4K@60fps.

Os toques de AI aqui e ali tem nomes diferentes, e certa forma disso existe no iPhone como “HDR inteligente”, dando retoques um pouco mais complexos que somente o “HDR” padrão, deixando as fotos sem estouros de luz e nivelando ativamente a iluminação em todas as fotografias.

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Na prática significa que pegar o XS Max do bolso e bater uma foto (sem pensar, apenas apontando e clicando) resultará com quase certeza numa foto com exposição correta e foco correto de forma imediata, com áreas escuras corrigidas (sem ruído visível no processo), mesmo que ao custo do realismo da foto (que pode parecer bem menos escura que a cena original. O nível de detalhe é bom, de vez em quando suavizando folhagens e imperfeições de construções que deveriam estar ali.

Vale pontuar o aperfeiçoamento do modo retrato, misturando software com a medição de profundidade de campo da câmera dupla para criar um efeito “bokeh” controlável pelo usuário e maduro, algo que funciona consideravelmente bem (embora não esteja livre de falhas), e é capaz de entregar mais variantes possíveis do “desfoque”, não apenas borrando o entorno da foto. Pensou no “Neural Engine” auxiliando a medição de profundidade de campo com as duas lentes? Faz sentido sim.

A conclusão é o que mostramos até agora nas imagens: a probabilidade de fazer uma foto de qualidade muito alta (sem pensar muito) com o iPhone XS Max é igualmente “muito alta”, rivalizando de igual para igual com os grandes “camera phones” que apareceram ao longo de 2018, incluindo o duplo OIS.

Na frente do aparelho temos uma câmera de 7 MP (f/2.2) 32mm abrigada no “notch” da tela. As capturas em vídeo são feitas em 1080p@60fps. Os truques de “TrueDepth” da versão anterior estão presentes.

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Uma nota importante é que essa câmera frontal aplicava (na data de publicação desta análise) de forma obrigatória nas fotos um filtro de “embelezamento”, removendo detalhes das fotos (e até semi-barbeando virtualmente Wellington Arruda), criando alguns resultados artificiais e estranhos ao comparar as fotos com o que era possível de se obter em iPhones anteriores. Mesmo desativando o HDR inteligente nada muda, indicando que algum recurso oculto de “AI” e suavização está ali, de olho. É muito provável que uma atualização dê controle sobre isso.

VALE A PENA?

Não. Não vale a pena. Se você mora no Brasil e vai colocar seus dinheiros num iPhone XS Max, é perda de dinheiro (mesmo que você seja “endinheirado”, afinal vale mais investir essa grana do que torrá-la num dos piores lugares do mundo para se comprar um iPhone, ainda mais pagando pelo mais caro iPhone do cardápio). Recomendamos que você busque serviços como o Grabr para trazer o modelo lá de fora (da civilização), ou mesmo pedir para algum amigo/parente que esteja em viagem (ou vá para o exterior) trazer o XS Max na bagagem.

O custo disso lá fora é de US$ 1.099 para a versão com 64GB, US$1.249 para 256GB e US$1.449 para 512GB de armazenamento interno. O preço brasileiro é proporcional à estes, acrescido de muita imaginação e comédia (com adicional de uma pequena taxa de conveniência).

A questão não é misturar o preço com o aparelho. Nunca fazemos isso no Canaltech, e sempre vemos comentários cruzados sobre os aparelhos tomando conclusões equivocadas.

Eu, Adriano Ponte, tenho a maturidade de dizer: nunca compraria um iPhone. Nada justifica esse preço para um smartphone (sério, nada mesmo). Agora, dizer que é um “lixo” ou que esse aparelho é uma “porcaria”, seria no mínimo incapacidade minha de avaliar esse produto, ignorando seu desempenho de câmera (por exemplo).

Se você possui um iPhone X, provavelmente só notará alguma diferença na câmera segurando os dois aparelhos lado a lado, fotografando o mesmo objeto; quanto aos demais upgrades, são itens incrementais (logo vale esperar a próxima geração); agora, se você busca um aparelho maior, não temos nem o que discutir. Isso também se aplica se você possui qualquer iPhone além do X do ano passado (nesse caso a troca pelo XS Max faz sentido em qualquer aspecto).

Agora, para quem não conta com dinheiro infinito na conta corrente, recomendamos esperar o iPhone XR para ter menos prejuízo, mesmo abrindo mão da tela do XS Max. E ainda assim será muito dinheiro, pois quem quer usar “Apple” paga caríssimo por essa decisão.