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Huawei Mate 20 Pro: um dos melhores de 2018 [Análise / Review]

Por Wellington Arruda | 21 de Fevereiro de 2019 às 14h30

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Huawei Mate 20 Pro: um dos melhores de 2018 [Análise / Review]
Mate 20 Pro

A Huawei se tornou uma daquelas fabricantes que vendem em grande volume e inclui tecnologias de ponta para brigar com marcas grandes. E o Mate 20 Pro é prova de que ela está nessa disputa.

O smartphone tem um sistema de reconhecimento facial melhorado e o notch, com “mais display em menos espaço”.

Esse formato popularizado já vem tentando ser “extinto” pela mesma galera que o impulsionou, mas faz com que ele seja parecido com vários outros celulares na parte frontal. De costas, vemos que o sistema de câmeras, que até lembra um ícone de aplicativo, mostra as principais diferenças.

Nesse espaço ele traz as câmeras, mas o seu leitor biométrico está integrado ao display. Ele funciona em uma área específica, como no OnePlus 6T.

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No caso da Huawei, o módulo é da empresa Goodix e fica sob o display AMOLED. Ele pode ser usado para desbloquear o celular e/ou bloquear aplicativos, mas funciona com um pouco de pressão, então não basta apenas encostar o dedo no local indicado.

Esse novo formato é divertido e futurista, mas ainda é menos prático. O local indicado nem sempre é acertado de primeira, e o leitor facial, se você ativá-lo, por vezes é mais rápido. Por outro lado, ele ainda tem velocidade facilmente aceitável e se mostrou eficaz.

De forma geral, o aparelho é muito elegante e passa firmeza ao ser segurado. Ele lembra a ergonomia encontrada no S9+ com o vidro curvo dos cantos. Os seus botões ficam no lado direito, e esse vermelhinho aí de energia está em todas as cores do celular.

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Aliás, a posição dos botões, e também o formato mais juntinho, faz com que os de ‘volume -’ e ‘energia’ sejam pressionados juntos sem querer, salvando várias screenshots aleatórias na galeria. Enfim, só um comentário rápido.

O celular pesa cerca de 189g e tem alumínio nas laterais, com vidro curvo dos dois lados. Ele escorrega pra caramba, sim, e a fabricante até manda uma capinha de silicone para protegê-lo em caso de quedas. Ele ainda conta com certificação IP68 (imersão até 2 metros por 60 min.) e entrada dupla para cartões nanoSIM e cartão de memória.

Apesar disso parecer legal, ele usa o formato NM, apresentado pela própria Huawei, que é 45% menor e custa, atualmente, US$ 150 com 256 GB, por exemplo. Ah, e ele também não tem entrada P2 para fones. Os fones que a Huawei manda na caixa já são USB-C, como também o adaptador USB-C para P2, conhecido por alguns como "cotoco de fio".

A Huawei aposta em um painel com proporção 19.5:9 e tamanho de 6.39”. A resolução é de 3120 x 1440p e os cantos são curvos, como a Samsung faz em seus smartphones. Particularmente, displays assim oferecem um certo desconforto na digitação e na angulação enquanto reflete o sol.

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A propósito, este modelo aqui (LYA-L09) aparentemente usa o componente fabricado pela LG, e alguns usuários reportaram problemas exatamente com os cantos curvos. Esse problema não foi constatado com a nossa unidade, embora seja algo questionável para quem quer importar uma unidade do Mate 20 Pro. A garantia, claro, não funciona no Brasil.

Pois bem, o aparelho tem suporte a escala DCI-P3 de cores e reproduz conteúdo em HDR10, o que é legal para quem assina serviços do tipo e afins. Nós optamos pelo modo padrão e com ‘tonalidade natural’ na maior parte do tempo. O vívido realça as cores e o contraste, que de qualquer forma é impulsionado.

Mas ele não desaponta e tem ótima exibição, com brilho confortável especialmente sob o sol. A propósito, aqui vão duas coisas: 1) há um “modo escuro”, use-o para poupar um pouquinho de energia*; 2) o “modo noturno” deixa a experiência de uso desagradável.

Já esse sistema de som… bem, a saída principal sai literalmente da porta USB-C, e a secundária, de baixa intensidade, na área do notch. Você pode facilmente abafar essa saída, então entenda que sim, há problemas aqui.

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Por outro lado, quando não está sendo abafada por qualquer coisa, o som dele é limpo, mas com qualidade geral ainda deixando a desejar se comparado com o LG V40, Galaxy Note 9, iPhone XS Max e afins. Neste caso, ele se sai melhor com o que é exibido na tela do que com o que pode ser ouvido das suas caixas.

Esse aqui é um flagship bem premium e que não deve decepcionar. O seu desempenho com jogos é muito satisfatório e os aplicativos, de modo geral, funcionam com bastante fluidez desde a inicialização.

Ele vem com o chip próprio da Huawei Kirin 980 de 7nm, que vem equipado com NPU (unidade de processamento neural) dupla e mais suporte a aplicações de AI. Ele também conta com suporte a velocidades de até 1,4 GBps e GPU Mali-G76 de 10 núcleos.

O modelo testado por nós do Canaltech tem 128 GB de espaço interno e 6 GB de RAM. O aparelho ainda vem com Android 9.0 Pie e a EMUI 9.0. A nova versão da interface da Huawei, mesmo mais limpa, é alvo de algumas reclamações: muitos ícones de notificação no entorno do entalhe, por exemplo, deixam a interface sem espaço, e os gestos de navegação parecem pouco adequados.

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Você leva um tempo até se acostumar a usá-los, embora não sejam simplificados nem para a troca rápida de apps. Mas, claro, você ainda encontra recursos como a “central de controle” na tela de bloqueio, ou opções para duplicar aplicativos.

Na área de segurança, existe o ‘Espaço Privado’, que cria uma segunda área protegida, a opção de adicionar criptografia para fotos, áudios, vídeos e outras mídias, de bloquear apps e outros como atalhos e afins.

Em resumo, seu desempenho é ótimo, mas ainda com pequenas falhas. No gerenciamento de RAM, por exemplo, ele simplesmente some com os apps mais leves para deixar os mais recentes (e costumeiramente pesados) funcionando. Não é raro estar trabalhando em mais de um app e, do nada, um deles ser mutilado na multitarefa.

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E, claro, mais duas coisas: o notch abriga ainda um pequeno LED para notificações e um projetor infravermelho, que deve garantir mais segurança no desbloqueio facial. Ele é rápido, mas não tanto quanto o Face ID. Pois bem, ele foi “enganado” e a Huawei já lançou patch para melhorar o sistema. Para quem ainda tem medo, pode seguir no de digitais.

Mas uma coisa bem de destaque foi a bateria de 4.200 mAh. Fomos capazes e chegar às 9h de tela ligada, normalmente tirando ele da tomada na manhã de um dia e só precisando de uma nova carga no início da noite do próximo dia. Em nossos testes de estresse, a descarga média por hora foi de 8.5%.

O carregador da Huawei tem ainda 40W de potência e pode devolver 95% da carga em 50 minutos, ou 100% em cerca de 70 minutos. De todos os flagships de 2018, o Mate 20 Pro certamente se destaca no quesito autonomia.

Agora, como extra-quase-dispensável, temos o ‘carregamento reverso sem fio’, que pode carregar outros dispositivos compatíveis com a tecnologia Qi. É só alinhar na traseira do celular e esperar, por exemplo, por 30 minutos, que ele pode carregar uns 290 mAh… ou cerca de 9% do smartphone do seu amigo ou amiga – essa foi a nossa métrica.

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A Huawei trouxe “somente” três câmeras na traseira do Mate 20 Pro:

  • 40MP (principal) com sensor de 1/1.7″; abertura f/1.8, equivalente a lentes 27mm
  • 20MP super-wide-angle com abertura f/2.2, equivalente a lentes 16mm
  • 8MP teleobjetiva com abertura f/2.4, OIS, e equivalente a lentes 80mm

O celular ainda traz foco PDAF + laser, que funciona de modo bem suave em gravações. Ele pode filmar em 4K com 30fps ou 1080p com 30/60fps, tudo com estabilização. Especialmente usando o zoom óptico, você consegue efeitos bem legais. Os microfones também funcionam bem, logo você pode esperar por bons resultados enquanto filma com o aparelho.

O dispositivo tende a lidar bem com a exposição, só que a relação de contraste e HDR pode ser injusta. Por vezes você se depara com imagens mais claras em algumas áreas, porém menos nítidas e com cores mais opacas. A seguir, uma foto capturada pelo Mate 20 Pro e, conseguinte, no mesmo local e condições, uma outra capturada pelo Pixel 3.

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Mas fotos em movimento também mostram que os sensores do Mate 20 Pro são rápidos, fazendo dele um ótimo companheiro para fazer fotos. Ele tem a capacidade de equilibrar a tonalidade para que, com ajustes rápidos (ou quase nenhum), suas fotos tenham qualidade e equilíbrio.

O Master AI, por sua vez, foi desligado quase sempre. Ele reconhece rápido os cenários, mas normalmente deixa tudo com uma cor extremamente forte, vibrante e longe do que seria o ideal para um retoque. No P20 Pro isso era mais ou menos assim, também.

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Os cliques com o modo retrato também garantem uma qualidade legal, mas ainda inferiores aos de celulares da Apple e Samsung. Ele não pode ser funcional com objetos, até então, e também não permite ajustar a intensidade do desfoque, que por vezes é agressivo.

Na frontal, as selfies são capturadas pelo sensor de 24 MP (f/2.0). Rapidamente falando, os resultados ainda são… artificiais. Ele tende a errar na mão na hora de controlar a exposição, o balanço de branco e as cores são imprecisas, e por fim existe uma espécie de máscara nativa para acabar com detalhes do seu rosto, reduzindo mais uma vez a nitidez. Mais uma vez, a caráter de comparação, a primeira selfie é do Mate 20 Pro e a segunda do Pixel 3.

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Já em fotos com baixa iluminação o Mate 20 Pro tem fidelidade de cores e nitidez suficiente para você entender e gostar dos resultados. É claro que você perde um pouco de nitidez, mas ele garante cenas menos opacas e com áreas bem iluminadas. O seu modo de cena noturna leva cerca de 6 segundos para fazer todos os ajustes, mas deixa tudo bem clarinho. Com baixa nitidez e pouca fidelidade, porém claro.

Resumindo, então, você terá no Mate 20 Pro resultados rápidos e muito bem definidos com o sensor principal, mas dispositivos como o Pixel 3, iPhone XS ou LG V40 aparentam ter mais qualidade.

Por outro lado, a grande vantagem do Mate 20 está em oferecer uma lente de ângulo aberto, que é ótima para fotografar em locais abertos e garante qualidade numa média boa. Outra coisa interessante é o modo de zoom óptico, que pode ser de 3X ou 5X. Isso permite que você se aproxime de objetos com mais facilidade, garantindo imagens melhores do que as registradas pelo zoom digital, naturalmente.

A gama de possibilidades com o Mate 20 Pro e suas câmeras é bem grande, assim como já era no P20 Pro, por exemplo. O dispositivo é, em si, um belo salto em relação ao Mate 10 Pro, mas ainda com suas falhas, já que nem tudo é perfeito e nós entendemos isso perfeitamente bem.

Ele custa cerca de 900 a 1000 euros, que em conversão direta e livre de impostos bate e passa da casa dos R$ 4.000. Este é o valor de um novo iPhone, ou um Galaxy Note. De fato, a experiência com o Mate 20 Pro é a de um flagship para brigar de frente com alguns desses caras, e se você já pensa em pagar cara por um celular, ele é uma boa opção.

Algumas das desvantagens dele, além do preço, estão no encarecido formato para cartão de memória, um alto-falante num local muito ruim e em pequenos ajustes de software que não podem ser desativados, por exemplo. Mas ele conta com suporte a redes LTE Cat. 21 e Wi-Fi de alta velocidade, certificação IP68, display de boa qualidade, design elegante e boas câmeras.