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Passeio no Camp Jeep e na fábrica mais moderna do grupo Fiat Chrysler

Por Redação | 23 de Agosto de 2017 às 10h30

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Passeio no Camp Jeep e na fábrica mais moderna do grupo Fiat Chrysler

Essa é a primeira instalação e produção sob a sigla FCA - Fiat Chrysler Automobiles. Inaugurada em abril de 2015, o polo é localizado em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Somente brasileiros trabalham na operação, que atualmente abriga mais de 8 mil funcionários. O legal foi ver muitos jovens dentro da fábrica, e ocupando cargos de alto escalão. Esta, inclusive, é a operação do grupo com mais jovens em cargos altos de todo o mundo.

E, por falar de modo global, a fábrica de Goiana é a maior e mais tecnológica já inaugurada pelo grupo. São 260.000m² ocupados pela planta, onde os processos de fabricação acontecem. Para quem acha pouco, nós passamos pelas instalações e conferimos de perto as prensas funcionando, a funilaria, pintura e a montagem final. Os carros finalizados sempre passam pelo pátio no Centro de Comunicação, que é onde nós nos deparamos com os modelos já prontos para comercialização.

A preocupação com a montagem dos veículos é nítida. O foco da nossa visita foi o Renegade, e até que as peças estejam realmente montadas e funcionando, o time de engenharia tem um trabalho bem árduo, pois nenhuma peça pode estar fora do padrão.

Uma carcaça do Renegade que rodou 60.000km foi mostrada para nós para ilustrar as suas entranhas; ou, em outras palavras, como a carcaça funciona para trazer mais segurança e desempenho aos motoristas. Essa peça que vocês estão vendo, por exemplo, serve para dar mais resistência contra batidas, não deixando o carro se contorcer ou entortar a estrutura.

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Com a tecnologia bem envolvida nesta fábrica da FCA, 700 robôs fazem o seu trabalho ao lado dos funcionários humanos, e somando tudo isso ela tem uma capacidade de produção de 45 carros por hora. A utilização de braços mecânicos também agiliza o trabalho da funilaria, e elimina a necessidade de os empregados colocarem manualmente as partes do carro.

O Renegade, por si só, pode passar em locais submersos por até 40 centímetros numa velocidade de 10km/h, graças à vedação feita em sua estrutura. A “Célula de controle dimensional e estatístico” é uma das partes importantes para conferir se está tudo OK. Eles até brincam com a skynet ao falar sobre ela, pois trata-se de uma máquina com 3 lentes grande angular e um infravermelho para detectar imperfeições nas superfícies.

Nesta unidade, alguns funcionários adotam um sistema de automação para atividades manuais. Utilizando um relógio inteligente, eles conseguem criar aplicações e determinar atividades controladoras, permitindo que as informações sejam atualizadas rapidamente pelo próprio gadget. Na demonstração, inclusive, algumas peças produzidas com ajuda de uma impressora 3D foram utilizadas.

O grande diferencial de trazer mais tecnologia para a fábrica está no tempo útil de cada operador. Com este sistema, eles conseguem encurtar em média 3 segundos as atividades mais simples. E mesmo que pareça pouco, para uma operação de 700 carros por dia, segundo os próprios funcionários, a diferença acaba sendo grande.

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Ainda que a fábrica da Jeep seja muito legal, o que mais chama atenção é onde os veículos são testados. A pista é bem tranquila para o Renegade, que é testado em 7 situações diferentes no percurso. Dentre elas, ficam os destaques para a articulação, capacidade de imersão e tração, onde o Renegade é colocado à prova.

O trajeto dura em média 10 minutos nas mãos de instrutores como o Everton, que nos acompanhou durante a corrida. É exatamente neste momento que algumas tecnologias do próprio carro partem para a ação. E, não, nós não estamos falando do ar-condicionado ou dos botões do painel, mas sim do que está por trás do básico, do óbvio.

Esse é um outro trecho bem interessante do percurso. Nesta elevação, o HDC (Hill Descent Control) é colocado em prática, e literalmente ele utiliza sensores acelerômetro para detectar a inclinação do veículo e, com isto, aciona os freios automaticamente em descidas.

De um ponto de vista de manufatura e produção automobilística, a fábrica de Goiana é a instalação que traz mais conceitos e aplicações tecnológicas. O polo, no geral, tem capacidade de produzir 250 mil carros anualmente, fazendo jus ao investimento de R$ 7 bilhões divulgado em 2015.

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Esse trajeto que nós vimos em Goiana faz parte do controle de qualidade da fábrica. Além dos robôs e ajustes necessários para trazer segurança com tecnologia aos automóveis, todos os modelos produzidos são testados na própria pista, o que pode ser mais fácil para identificar possíveis falhas numa linha de produção.

Além do Renegade, outros carros do grupo FCA também são produzidos nesta fábrica de Goiana, como o Compass. Todos eles passam pelos mesmos processos, o que pode garantir uma maior confiabilidade nos materiais e também durabilidades dos mesmos.

Programa de biodiversidade

Este não é somente o polo mais tecnológico do grupo FCA, como também tem um apelo muito forte para a sustentabilidade. Nesta região, a empresa desenvolve ações de conversação da Mata Atlântica desde 2014, visto que o polo foi construído em uma área que abrigava a tradicional cana-de-açúcar.

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Claro, o plantio não acontece mais há séculos, mas a parceria entre a UFPE, UFRPE e FCA rendeu estudos bibliográficos sobre a flora e fauna secular da Zona da Mata Norte. Como dito na ocasião do encontro, alguns animais já podem ser vistos com uma certa frequência, enquanto que visitantes ainda se espantam ao encontrar no local espécies de árvores como pau-brasil.

Essa pesquisa foi a “faísca” que faltava para dar início ao “Programa Jeep de Biodiversidade”. O objetivo é resgatar 208 mil mudas nativas da Mata Atlântica de 250 espécies diferentes, além da criação de 304 hectares de área verde. Os funcionários da fábrica dizem que este, de fato, não é um trabalho obrigatório, mas que eles o fazem por prazer. E este prazer tem rendido uma produção trimestral de 22 mil mudas no viveiro próprio.

Até agora, mais de 50 mil mudas de 289 espécies já foram plantadas, e os estímulos não param por aí: a fábrica também pode receber visitas de estudantes, como acontece semanalmente com os de escolas públicas da região. Além de conhecer como os carros são produzidos, adolescentes na faixa etária (a partir de) 10 anos são incentivados a manter o equilíbrio no meio ambiente.