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DJI Tello, o perigoso drone seguro

Por Adriano Ponte Abreu | 11 de Abril de 2018 às 15h00

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DJI Tello, o perigoso drone seguro

A palavra “segurança” aparece tantas vezes no site do Tello, o pequeno drone da união Ryze/DJI/Intel, que pensamos no modelo como um dos mais seguros drones da atualidade. Erramos, e concluímos que ou ele é o drone seguro mais perigoso que já conhecemos OU é o drone perigoso mais seguro que já testamos.

A questão é simples: é bem fácil fazer trapalhadas com ele se o piloto não estiver atento, então vale a pena apontar algumas peculiaridades no voo do Tello. Se você não conferiu a análise completa do Tello do Canaltech, faça isso antes de prosseguir, entendeu?

Caso não tenha ficado claro, o que vem a seguir tem uma pitada de “drama”; logo entenda qualquer exagero como intencional, afinal, é um drone de pequeno porte (não uma bola de ferro assassina).

DRONE DE TETO

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Se o Tello é planejado principalmente para uso dentro de casa e sua propaganda é entupida de cenas felizes de pessoas usando ele dentro de casa, esse é o primeiro teste a ser feito com ele. Como seu único sensor de voo fica na parte de baixo, ele foge para cima infinitamente até atingir o teto, e fica colado nele ridiculamente se debatendo até que você manualmente peça para o bicho descolar dali.

Essa peculiaridade foi a primeira coisa que notamos nele, e mais tarde descobrimos pela internet que uma das primeiras coisas que acontece com novos donos de Tello é conhecer essa afinidade do drone pelo teto das casas.

CARREGADOR COLEIRA DO MAL

É importante que um drone seja "foolproof", ou "à prova de idiotas". Pode ser que alguém pense ser uma boa ideia colocar o drone para carregar enquanto está ligado, e o comportamento esperado do equipamento é desativar-se ao notar que foi plugado à tomada.

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O Tello não se importa com isso, e continua operando normalmente. Se o desastrado conectá-lo na tomada enquanto o drone está ligado, é possível até mesmo levantar voo, causando o maior estrago na sua mesa ou mesmo na sua cara.

ASSASSINO DE SANGUE FRIO

A velocidade de operação das hélices do Tello é baixa o bastante para não machucar os dedos acima do aceitável “vergão” de “algo atingiu meu dedo”. Isso é OK, porém, como sua avó dizia, “vai perder um olho, meu fio”; então temos que sempre pensar duas vezes ao olhar quatro hélices girando na sua direção.

O Tello ignora as leis de Murphy e fica pairando no ar com total confiança de que você não colocará a mão em suas hélices, principalmente pela parte de cima do drone. Você pode competir contra Darwin dando tapas no Tello ou mesmo tentando pegá-lo no ar, onde o drone tentará escapar de forma errante. Se era para ser tão seguro dentro de casa à curta distância dos mais descuidados seres do planeta Terra, seria obrigatório cobrir essas hélices com protetores integrais de material leve (ou mesmo uma pequena tela), e não somente com aparas de impacto nas pontas.

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DECOLAGEM DE ATAQUE

Uma das possibilidades de decolagem do Tello é o modo “jogar para voar”, onde ele começa a rodar suas hélices e aguarda seu arremesso no ar para que assuma o voo. O problema fica por conta as ilustrações que claramente indicam um movimento de mão que projeta o drone para cima em arco, e fazer tal gesto inicia o modo “DECOLAGEM DE ATAQUE”, onde o drone acaba inclinando-se para a direção do usuário em um golpe certeiro de vingança ao tentar decolar.

O modo mais seguro é retirar a mão de baixo do drone, ao contrário do que a ilustração assassina indica.

MODOS DE AUTODESTRUIÇÃO

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Existem modos de voo adicionais para facilitar o uso do Tello, como o "para o alto e avante" e o círculo 360º em volta de algo. O problema é que o drone tem tanta autoconfiança que passará por cima de paredes, pessoas e tudo que tente impedí-lo de sua missão, ocasionalmente falhando por ser atingido por alguma limitação espacial óbvia.

Mais uma vez a falta de sensores transforma um drone inofensivo em uma bola de demolição dentro de casa.