Motorola Moto Z3 Play [Análise / Review]
Por Wellington Arruda | 05 de Julho de 2018 às 13h11
A terceira geração da família Moto Z Play foi anunciada aqui no Brasil no mês de junho, mostrando mais uma aposta da Motorola na linha intermediária premium de smartphones. E o Z3 Play tem, basicamente, as mesmas características das últimas gerações, o que já era meio que esperado.
Nós passamos os últimos dias com o Z3 Play e contamos agora os principais detalhes desse cara. Vamo lá!
Design, display e som
Quem esperava grandes mudanças no design do Z3 Play pode ter ficado um pouco frustrado. Quem já esperava algo semelhante ao Moto Z Play e Z2 Play, as expectativas estão num nível mais correto.
Esteticamente falando, ele é muito igual aos outros modelos. O formato arredondado nos cantos, mas ainda “quadradão, resulta numa ergonomia bacana. Ele traz alumínio na moldura e vidro nos dois lados, o que também faz do Z3 Play um aparelho que pode escorregar das suas mãos.
São 6,75 mm de espessura em aproximadamente 155 gramas, mas agora em uma carcaça mais atraente. Só que ele ainda carrega a já meio cansada proteção contra respingos d’água, no lugar de algo mais garantido. Ah, e ele não tem entrada P2 para fones de ouvido.
Já falamos que a traseira do Z3 Play é em vidro, e até aqui eu tenho certeza que vocês já perceberam as marcas de dedo. Isso não é motivo para chorar, eu sei, mas vocês também já perceberam que as câmeras dele seguem bem “saltadas”?!
Bem, quem quiser, mais uma vez, deixar tudo nivelado e proteger a traseira do aparelho, vai precisar COMPRAR uma Stylle Shell.
O leitor de impressão digital precisou passar para a lateral, já que agora o display tem formato 18:9. Essa é uma posição muito legal, mas funciona melhor na linha Xperia porque fica no meio (da lateral) do celular. No Z3 Play ele está muito acima, e você pode acabar desbloqueando quando guarda o aparelho no bolso. O botão para ligar/desligar, no caso, fica forever alone na lateral esquerda.
Outra coisa: os gestos de navegação não foram comprometidos, mas nós falaremos em breve sobre isso. Eu só senti falta de algumas coisas: usar o leitor para travar o display, e de um gesto para rolar a Central de Notificações, dado o seu formato. Mas esse leitor, ainda assim, é bem rapidinho.
Continuando, o Moto Z3 Play tem um display de 6 polegadas Super AMOLED, com resolução Full HD+ (2160 x 1080p). Esse painel mais esticado é chamado de Max Vision pela fabricante, e realmente deixa o smartphone com uma cara bem bonita.
A Moto novamente conseguiu entregar bons resultados no display. O brilho é tão intenso quanto do Moto Z2 Play, as cores são fiéis na reprodução e a visualização não é cansativa. Mas é no áudio que esse cara ainda não deu grandes passos.
A saída de som não é estéreo, o volume e qualidade não evoluíram e os fones de ouvido… bem, eles podem falhar, graças ao adaptador P2 para USB-C. Vez ou outra, se você se movimentar bastante, pode presenciar este fenômeno nada agradável.
Neste caso, o Z3 Play pode até ter ficado mais bonito, mas acabou deixando algumas coisinhas importantes de lado.
Especificações
* Chipset Qualcomm Snapdragon 636 (octa-core 1,8 GHz)
* GPU Adreno 509
* 64 GB de armazenamento interno (aprox. 51 GB livres)
* Slot (híbrido) para cartão MicroSD de até 2 TB
* 4 GB de RAM
* Bluetooth 5.0
* NFC
Agora, vamos conferir os resultados de benchmark do Z3 Play.
Desempenho e software
Sistemas de biometria: leitura facial e leitor biométrico.
Embora seja uma expectativa natural, tratando-se de uma nova geração, não percebemos nenhum ganho notável de velocidade entre ele e o Z2 Play. Mas, sim, ele manteve-se dentro da média para a faixa de mercado - e um pouco abaixo da expectativa para quem esperava o Snapdragon 660 ou outro chipset.
A CPU dele agora tem clock inferior a utilizada pelo Snapdragon 626 do Z2 Play. Entretanto, são oito núcleos Kryo 260 da nova geração, contra núcleos Cortex-A53 da última. Neste caso, os núcleos da Qualcomm trazem mais eficiência e força.
Assim, o Moto Z3 Play apresenta um desempenho bom, e vai sim rodar os seus aplicativos sem mostrar sinais de cansaço. Jogos como GTA: San Andreas, PUBG ou Injustice 2 rodam com taxa de frames estável, sem engasgar ou reduzir animações. Neste caso, considere o aparelho sem nada na multitarefa, ou então você pode notar uma certa queda de desempenho.
O software do do smartphone é o Android 8.1 Oreo, com a premissa de ser “puro”, ou quase isso. As alterações da fabricante são realmente poucas, e o app “Moto” continua aqui. Além dos naturais ajustes do Moto Tela ou Moto Voz (beta), o Moto Ações adiciona uma opção para navegar com apenas uma mão.
Essa barrinha inferior virá no Android P, mas a Moto já se adiantou. E, olha, navegar por gestos é bem mais divertido. E fácil de acostumar, também.
Como um adicional, a Motorola utiliza o sistema de reconhecimento facial do Android. Ele é rápido, sim, e pode ser utilizado no lugar do leitor biométrico, ou os dois combinados. No entanto, esta não é uma solução extremamente segura ou que utilize hardware extra. E o leitor de impressão digital continua sendo mais cômodo.
Bateria
Apesar do Moto Z3 Play ser um pouco mais gordinho que o Z2 Play, ele tem os mesmos 3.000 mAh de capacidade. Só que, diferente do seu irmão, ele traz o Carregamento Rápido 4.0, cortesia do Snapdragon 636. Neste caso, em cerca de 80 minutos a bateria é preenchida por completo.
No uso diário, sem esquentar com estar jogando demais, ou ouvindo músicas demais por streaming, o Z3 Play conseguiu uma autonomia de 16 a 18 horas longe das tomadas, com uma média de 6 a 7 horas de tela ligada.
Assistindo a vídeos no YouTube (e com brilho da tela no máximo), o dispositivo obteve uma descarga média de 12% por hora. Para efeito de comparação, o Z Play registrou 8% e o Z2 Play, por sua vez, 10%.
Em resumo, a autonomia do Z3 Pla é boa, mas de todas as gerações é a menos garantida para um uso mais que satisfatório.
Câmeras
O Z3 Play agora tem duas câmeras na traseira: uma de 12 MP (f/1.7) e outra de 5 MP (f/2.2) que ajuda a medir a profundidade de campo. Na teoria e na prática, esse conjunto facilita na hora de fazer fotos com o modo de desfoque de fundo, mas também em outros modos de câmera do celular.
Ele traz tecnologia Dual autofocus pixel e realmente é rápido para focar. Entretanto, ele deixa de lado o foco por laser do Z2 Play, mas continua com o PDAF. A diferença não é tão grande se comparar as duas gerações uma do lado da outra, mas sim no dia-a-dia.
No lugar disso, você pode sentir mais falta do flash LED frontal que está presente nas duas primeiras gerações. A câmera de 8 MP (f/2.0) perde muita definição, e definitivamente vai trabalhar melhor com boas condições de luz.
Já nas duas de trás, o resultado com baixa luz foi até que interessante. Apesar da perda de nitidez, ele ainda consegue manter texturas e contornos, assim como os tons das cores. Mas isso com HDR ligado, e em local interno; na rua, os resultados são bem “dentro da média” e com pouquíssima probabilidade de acabar em cliques muito bons.
Ainda continuando sobre o HDR: ele funciona e deixa as imagens mais bonitas, porém pode esclarecer demais as cenas. Isto, dependendo do lugar, pode alterar um pouco as cores, mas na grande maioria das vezes também pode ser o mais sábio a se fazer. O sensor do Z3 Play ainda dá umas vaciladas, logo não espere por resultados excelentes.
Mas ainda existem outros recursos, como o P&B seletivo, o modo de recorte e o modo bookeh. O que todos os três têm em comum, é: eles não são muito precisos. Você pode ajustar a intensidade dos efeitos, mas cenas com muito objetos ainda são um problema forte e que podem borrar praticamente tudo, inclusive detalhes que deveriam estar em foco.
Ah, e o Google Lens está por aqui também. Ele funcionou de maneira bem “ruinzinha”, deu umas travadas e tende a demorar um pouco para identificar algo. Quem sabe com mais alguns updates a coisa não engate de vez?
Vale a pena?
Lançado por R$ 2.299, o Moto Z3 Play entrega características muito boas, como um display de alta qualidade, visual bonito, hardware bacana e software polido. Ele mantém os Moto Snaps, traz um sistema melhor de carregamento rápido e memória expansível, mesmo que com slot híbrido.
Existe também uma outra versão do Moto Z3 Play, com 6 GB de RAM e 128 GB de memória e um pouco mais cara, para quem busca estes adicionais. Mas a Moto também tem o G6 Plus, que faz um trabalho bom e por um valor mais atraente, mesmo que com algumas limitações.
Então… vale a pena ou não?
Para quem busca um smartphone intermediário premium com as características que nós citamos ao longo destes minutos, o Z3 Play é uma ótima opção e um bom concorrente para modelos como o Galaxy A8.
Mas, se você for usuário do Z Play ou Z2 Play, a troca não é muito válida. Isso, claro, considerando a autonomia maior de bateria da primeira geração, e o hardware equivalente da segunda.
Mas, e vocês, curtiram o Z3 Play?