Xiaomi Mi Pad 3 [Análise/Review]
Por Redação | 11 de Outubro de 2017 às 15h35
Muita gente ainda chama a Xiaomi de Apple Chinesa, um apelido não tão carinhoso assim e que remete aos tempos onde a Xiaomi copiava a empresa de cupertino na cara dura mesmo.
O Mi Pad 3 é um tablet muito bacana, e é idêntico ao iPad Mini da Apple. Será que dessa vez temos uma cópia com capacidade de bater o original, como a Xiaomi faz nos seus smartphones tops de linha?
Vem que eu te conto nessa análise!
COPIA NÃO, COMÉDIA
O Mi Pad 3 segue uma linha de design bem semelhante a da Apple, e as semelhanças entre esse tablet e o iPad Mini são evidentes. Isso é algo ruim? Não necessariamente.
É só lembrarmos que o iPad Mini está na sua quarta versão e é um excelente tablet, e uma das melhores opções do mercado nessa faixa de tamanho. O Mi Pad 3 acerta na mosca aqui, com seu corpo unibody em alumínio fosco, pesando 328 gramas e medindo apenas 7 milímetros de espessura, o tornando muito leve e agradável de ser segurado nas mãos, e o metal fosco ama pegar marcas de dedo e de sujeira, então tenha sempre um paninho e limpa telas por perto.
Ele possui laterais com bordas curvas e cantos arredondados, e o metal fosco da sua construção é bastante escorregadio, apesar da ótima pegada. Nas laterais temos os botões de volume e power, que são bem frágeis e apresentam aquele barulhinho plástico que logo mostra a construção econômica das pecinhas, e na parte inferior temos a entrada para USB Type C, e na parte traseira temos uma câmera principal, microfones e logo da Xiaomi, acompanhados das duas saidas de audio que por sorte, reproduzem o som em bom volume e em estéreo. Na parte frontal, temos a sua tela,led de notificações, sua moldura de vidro com bordas pretas, botões retroiluminados que ficam apagados quando não são usados e câmera frontal.
DISPLAY e MULTIMÍDIA
O Mi Pad 3 conta com um display IPS LCD de 7,9 polegadas, com resolução FullHD de 1536 x 2048p e 326ppi de densidade, e com a orientação de tela em 4:3, conferindo esse aspect ratio mais incomum e IPadístico ao produto, com bordas grandes tanto nas laterais quanto nas extremidades do tablet, o que é um desperdício de espaço que poderia ser usado com uma tela em 16:9 pelo menos. O Display é muito bonito e consegue reproduzir com clareza as imagens exibidas, com bom nível de contraste e saturação equilibrada se pensarmos nas limitações da tecnologia LCD. Nós notamos os brancos sendo puxados para os tons mais amarelados logo de cara, e recomendamos que você configure o display nas opções de tela do dispositivo, para que o balanço de branco seja mais fiel.
Não há um grande nível de nits de brilho no display, e para ambientes internos, você não terá muitos problemas para assistir aquele Netflix maroto, e só achamos estranho não haver nenhuma opcao de configuracao do recurso Miravision, presente em todos os processadores Mediatek como o MT8176 embarcado aquí.
O Áudio é stereo e com bom volume máximo, sem distorções de tons agudos e com som bem flat, tanto no speaker quanto nos fones de ouvido, nos fazendo sentir falta de graves mais presentes para melhorar a imersão do usuário ao consumir seu conteúdo audiovisual no MiPad 3.
Um Tablet compensa hoje em dia? Se você ama assistir filmes, séries e o nosso querido Youtube, e curte muito jogar games e emuladores, ou até pretende editar umas planilhas e textos no Google Docs buscando melhorar a sua produtividade, o Mi Pad 3 é uma opção barata, bonita, e bem satisfatória no dia a dia, se você não for um usuário tão exigente com features adicionais como canetas stylus ou cases com teclados integrados presentes nas concorrentes da Apple e Samsung, respectivamente.
ESPECIFICAÇÕES
O Mi Pad 3 vem com boas especificações de um intermediário avançado para segurar bem a sua sede por entretenimento. Ele conta com:
* Chipset Mediatek MT8176 (Variante do Helio X20)
* Hexacore fabricado em 28nn
* 4 Cores Cortex A53 rodando até 1.7ghz
* 2 Cores Cortex A72 rodando até 2.1ghz
* GPU gráfica PowerVR Rogue GX6250
* 4 GB de RAM
* 64 GB de memória interna
* MIUI 8.2 GLOBAL baseada no Android 7.0 Nougat.
E para vocês que assistem testes de desempenho comendo pipoca no sofá, aqui vão alguns resultados dos benchmarks que realizamos no Mi Pad 3.
USABILIDADE E DESEMPENHO
O Mi Pad 3 é um tablet bem equilibrado em relação ao seu custo x benefício, com processador potente, bastante memória RAM e a MIUI, que divide opiniões entre ser super otimizada, ou ser o terror dos puristas do Android.
Será que o Mi Pad 3 segura bem a barra ao executar as tarefas que você deixou de fazer no seu smartphone principal? Será que ele é útil mesmo ou é só uma tela a mais pra estragar a sua vista e te prender mais ainda na Matrix?
Se o Hardware do Mi Pad 3 parece muito com um iPad, o software ajuda a dar mais ainda a impressão de que estamos com um iPad genérico nas mãos.
Mas sejamos honestos: A Xiaomi fez um ótimo trabalho aqui, com um sistema operacional bastante modificado e bem profundo quando falamos em personalização e opções legais para o usuário. Você pode aproveitar os widgets flutuantes da MIUI para aumentar a sua produtividade, as várias opções de personalização e desfrutar do modo leitura, que filtra a luz azul e poupa a sua melatonina.
Falando em desempenho, o MT8176 (que é uma variante do Helio X20 da própria Mediatek e com tecnologias voltadas para tablets) presente aqui tem dois pontos muito positivos, e outros dois bastante negativos que devemos citar.
A parte boa é que o processador da Mediatek presente aqui é bastante potente, sendo capaz de rodar qualquer game da Playstore sem maiores problemas, com raríssimas quedas de frames e boa transição entre apps de multitarefa. a PowerVR presente aqui renderiza os gráficos quase que sempre no máximo e também faz bem bonito aqui, transformando o MI Pad 3 em um ótimo gamer.
Os dois pontos negativos são críticos, então anota aí: Bateria e Incompatibilidade de apps. O MT8176 é potente mas beeem gastão, drenando rapidamente a bateria colossal de 6.600mah presentes aqui. Sobre os bugs, o grande responsável pelas incompatibilidades com alguns games e apps e os crashes de jogos leves que simplesmente não rodam de jeito nenhum no tablet são culpa da proporção diferentona de 4:3 da tela, e talvez tenhamos duas tretas que a Mediatek precisa consertar.
A esmagadora maioria dos games rodará com maestria, e nos nossos testes, rodamos Asphalt Xtreme, MadOut 2 e Breakneck com maestria, sem quedas de frames e problemas durante a jogatina. Já games super leves como Sonic The Hedgehog ou títulos clássicos como Asphalt 8 sequer abriram.
CÂMERAS
Aqui temos o paradoxo dos Tablets - As câmeras.
O sensor principal possui 13 megapixels, com abertura de f/2.2, e que pode gravar vídeos em até 1080p até 30 quadros por segundo.
As fotos são bem medianas, beirando ao ruim, com pouco detalhe fino nas imagens e cores pouco marcantes, e smartphones bem mais baratos como o Redmi 4a da própria Xiaomi tiram fotos bem melhores, mostrando que não - não é uma boa ideia tirar fotos ou gravar vídeos com um tablet.
A câmera frontal possui 5 megapixels, grava vídeos em 720p a 30 quadros por segundo, e só vai conseguir tirar selfies decentes em boas condições de luz, Não é uma câmera frontal ruim, e para selfies casuais e videochamadas, ela vai servir bem, mantendo um nível aceitável de detalhes sem atrasos ou engasgos.
BATERIA GRANDE, DESEMPENHO PEQUENO
Tablets ficam ligados o tempo todo quando consumimos longos episódios de Netflix ou quando baixamos aquele emulador maroto no Mi Pad 3 e tentamos zerar Super Mario World.
Será que a bateria dá conta do recado para longas horas de uso, ou o Mi Pad 3 é voltado para um uso mais leve e casual?
Nos nossos testes de uso intenso, com o brilho no máxim, rede wifi sempre ligada e execução constante de Netflix, videos no Youtube, monitoramento de redes sociais e games pesados o tempo todo, alternando entre um uso mais moderado com navegação na internet e Facebook, não é possível chegar até o fim do dia com carga, te forçando a carregar o MiPad 3 depois de umas 6 horas de uso intenso. Há um gasto de bateria notável em standby, mostrando que o MT8176 não é dos processadores mais econômicos por aí e adora gastar energia para manter seus seis núcleos ligados.
No nosso teste de stress, realizando streaming de vídeos em qualidade máxima, com todo o brilho da tela e volumes maximizados por uma hora ininterrupta, o Mi pad 3 teve uma taxa de descarga de aproximadamente 19%, uma taxa de descarga bem alta para dispositivos dessa categoria, mostrando que a Xiaomi optou aqui por força bruta em curtos períodos de uso, e não focou em longevidade de bateria com performance moderada. Mesmo com os recursos de eliminar tasks em segundo plano, a MIUI até tenta salvar energia, mas o hardware potente e voraz não ajuda muito.
VALE A PENA?
O MI Pad 3 é um dos melhores tablets da atualidade quando falamos de custo x benefício, com boa construção, e bom conjunto de display, audio e desempenho de sobra, e só vale a pena se você souber pesar as derrapadas do hardware, deixando evidentes as incompatibilidades na execução de certos apps que não abrem ou a bateria que não é das melhores quando o tablet precisa de mais potência ao executar games pesados ou vídeos por longos períodos de tempo.