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Xiaomi Mi Note 3 [Análise / Review]

Por Adriano Ponte Abreu | 29 de Janeiro de 2018 às 15h00

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Xiaomi Mi Note 3 [Análise / Review]

Se você não leu o título do vídeo pode brincar de "quem é esse Xiaomi", e confundir o aparelho com o Mi 6 lançado em Abril de 2017... mas "nope", este aqui é o Mi Note 3, de Setembro de 2017, personificando num corpo de Mi 6 um chipset intermediário-premium de alto desempenho, mas ainda assim abaixo do topo de linha (o Mi 6).

O que o Mi Note 3 tem de bonito... tem de escorregadio. Seu corpo possui a traseira trabalhada em vidro, deixando o metal apenas para sua moldura que une as duas fatias de vidro que compõe o aparelho. Parte dos usuários ama esse tipo de acabamento que ganhou força nos últimos tempos, indo desde a linha Galaxy a até o iPhone X, num número crescente de cada vez mais aparelhos envelopados não mais em metal... mas vidro.

Somos realistas: no primeiro momento de azar esse (e qualquer outro celular com vidro nos dois lados, por mais "resistente" que seja)... explodirá em milhões de pedaços de farofa de vidro. Você só precisa da altura certa e duma pedrinha bem posicionada. No caso do Mi Note 3, tivemos vários "sustos" pois ele tem a habilidade de andar sozinho pela mesa, deslizando das superfícies mais aleatórias possíveis. Capinhas são algo obrigatório para proteger o dinheiro que você pagou no aparelho. Não é todo aparelho de vidro que escorrega, mas o Mi Note 3 se supera mesmo em parecer um sabão nas mãos e nas superfícies que é colocado.

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A leitura de digitais é feita numa depressão presente na frente do aparelho, local também usado para o botão "home", com duas touch keys ocultas logo ao lado para o "voltar" e "multitarefa". Essas teclas ocultas possuem uma iluminação que marca seu posicionamento ao serem acionadas, além do feedback de vibração natural desse tipo de tecla.

A leitura das digitais é imediata, assim como esperado (e ativa a tela do aparelho no processo).

DISPLAY + MULTIMÍDIA

Para aquela comparação do Mi Note 3 ser como um Mi 6 de corpo maior, temos a tela para acrescentar seus números nessa comparação. Este aparelho aqui tem 5.5"; anotou? Ok, esse é o Mi Note 3, ligeiramente maior que as 5.15" do Mi 6.

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O Note 3 roda na resolução de 1080 x 1920 pixels (na proporção de 16:9), fechando em aprox. 401ppi de densidade; tudo isso é protegido pelo Gorilla Glass 4. 

As imagens produzidas por essa IPS LCD são muito boas, com contraste bem marcado e cores muito bem representadas, com fortes níveis de brilho (e mesmo assim ajustáveis para baixíssima iluminação quando necessário).

Com exceção do limite natural do LCD em tons pretos, temos em todo o resto uma tela de excelente qualidade com fidelidade de cores muito boa. 

Infelizmente não é todo aparelho da Xiaomi que sabe tratar o áudio como um dos pilares de qualidade de um smartphone, trazendo assim um kit básico de alto-falantes estéreo para o modelo. A saída de som frontal usada para ligações é ativada para auxiliar a reprodução de músicas e vídeos, porém seu som é quase inaudível (basta tapar a saída inferior do aparelho e ouvir apenas a frontal), e você notará que a fabricante ativou o recurso "meio como obrigação", não como um recurso matador para incrementar o som (como é bem mais notável em outro modelos da Xiaomi). Outro telefone com som integrado "básico", porém "de certa forma estéreo". 

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ESPECIFICAÇÕES 

Equipado com o chipset Snapdragon 660, temos um smartphone que traz:

- CPU Octa-core (4x2.2 GHz Kryo+ 4x1.8 GHz Kryo)

- GPU Adreno 512

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- 64/128 GB (sem suporte microSD)

- 6 GB RAM

- Wi-Fi a/b/g/n/ac (dual-band)

- Bluetooth 5.0

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- USB-C

USABILIDADE + DESEMPENHO

A linha 600 da Qualcomm provou que os Snapdragons estão cada vez mais fortes, mesmo os focados em intermediários, que agora contam com o quesito "super-intermediário" ou "intermediário-premium", e isso enquadra o Mi Note 3 e outros modelos com Snapdragon 660. 

Intercalando entre performance e economia de energia, temos um aparelho que traz potencial de preservar a bateria como o Snapdragon 625, porém com a capacidade de "ativar" todo seu potencial a qualquer momento (ou seja, abrir um game ou algo mais custoso), e assim elevar a performance de forma comparável a um Chipset da linha 800.

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Para a maioria esmagadora dos usuários, acreditamos que esse chip seja uma opção potente e que sobrará desempenho; não diremos 100% dos usuários pois devemos lembrar que por mais poderoso que o Snapdragon 660 seja, ainda temos o Snapdragon 835 (e agora o Snapdragon 845) como reais topo de linha.

Nunca se esqueçam que a própria Qualcomm criou o 660 como "uma versão mais barata do 835", e embarca uma GPU um pouco menos poderosa no Snapdragon 660 em relação ao 835.

Chega disso né? Vocês notaram que estamos comparando esse aparelho com TOPOS DE LINHA, isso já basta para dizer o quanto ele é poderoso e fará você feliz.

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Dentre as customizações do Android, a MiUI é uma das que menos parece Android de fato, e possui uma legião de fãs ao redor do globo (afinal a Terra não é plana). É mais preciso dizer que a MiUI é meramente "baseada" no Android, afinal possui ciclo próprio de atualizações para seus aparelhos e recursos também específicos de seu ecossistema, saindo do meio-termo de poluir o sistema com algo aqui e ali, mudando logo tudo de uma vez e acrescentando recursos integrados de forma profunda no sistema.

Nem tudo são flores, e você terá gerenciadores de segurança/energia e afins que podem dar algum trabalho, e raros (mas existentes) apps que não entendem a MiUI terão que ser autorizados manualmente nessas permissões de sistema e gerenciadores.

Fora a curva de aprendizado, o sistema entrega recursos amados por muitos e um ecossistema que não parece Android às vezes, sempre atualizado. Se você gosta de customizações, vale mesmo a experiência. Se você prefere de Android Puro, fuja.

CÂMERAS 

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Com kit de fotografia comparável ao Xiaomi Mi 6, temos o Mi Note 3 como potencial fotógrafo de respeito, tendo seu kit câmera dupla de 12 MP (f/1.8, 27mm, OIS) + 12 MP (f/2.6, 52mm), criando 2x de telefoto pela segunda lente. A captura de vídeos traz suporte 4K (2160p@30fps), e a câmera frontal é de 16MP.

Temos no sensor principal estabilização plena de imagem, sendo um forte auxiliar para fotos em menos luz, permitindo ainda mais trabalho da f/1.8 presente ali, garantindo em pouca luz imagens com nível de detalhe dentro do esperado e boa supressão de ruído por parte do pós processamento, gerando em casos mais extremos as cenas mais escuras do que estouradas em ISO, preservando na grande maioria dos casos uma boa foto com uma exposição correta (sem claridade artificial na foto); em condições opostas, de muita luz, o sensor também se sai muito bem e não demonstra qualquer tipo de ofuscamento ou vazamentos de luz na foto. 

De forma geral, o nível de detalhe e textura das fotos (em condições de pouca e muita luz) ficam dentro do esperado de boas câmeras de smartphones, e deixam o Mi Note 3 absurdamente equilibrado entre ruído/exposição/cores/detalhes em todos os momentos que toma as decisões automaticamente; caso você prefira interferir, os ajustes predefinidos e o modo manual da Xiaomi estão disponíveis no controlador da câmera.

A lente secundária também merece elogios, e vale a pena ser usada para situações onde o zoom é necessário, entregando naturalmente menos que a lente original, porém compensadora pela sua aproximação. Como sempre, opte por isso em ambientes com boa luz.

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Vocês pedem para falarmos sobre Bokeh... dessa vez vamos falar: no Mi Note 3, assim como todos os outros... segue no modo loteria. Não serão todas suas fotos que corretamente terão o efeito de profundidade aplicado, dependendo do contraste entre o assunto e o fundo, e talvez você tenha que tentar algumas vezes para que dê certo. Com exceção disso, temos sim um desempenho de câmeras próximo aos aparelhos mais topo de linha da fabricante. 

BATERIA

Acompanhando a lógica de que o chipset Snapdragon 660 alterna entre dois estados (uso normal e uso intenso), precisamos contar com o usuário médio que vê vídeos, joga casualmente e passa a maior parte do dia em troca de mensagens (ou seja, messaging), além de redes sociais e uso de câmeras. Quem sai desse perfil e prefere jogar loucamente no celular de forma contínua ativa por muito mais tempo o segundo estado do processador, cortando qualquer resultado que este testes dê PELA METADE. Sim, já testamos consideravelmente o Snapdragon 660, não somente no Mi Note 3, é PELA METADE mesmo no modo "uso insano".

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Direto ao ponto: temos 3500 mAh de bateria, que descarregam entre 8 e 9%/hora de uso real em nosso testes padrão contínuo, mostrando que usuários ininterruptos conseguirão entre 11 e 12 horas de tela com o Mi Note 3, um valor excelente para essa quantia de energia.

O Mi Note 3 realmente nos impressionou com seu consumo baixo de energia, ficando longe da tomada mesmo após sessões longas de uso nossas, tendo eficácia anormal em alguns testes (novamente, temos apenas 3500 mAh de bateria), impressionando também em sua quase imperceptível descarga em standby. Parabéns Xiaomi, mandou bem no Mi Note 3 e sua otimização de energia. 

Como adicional a isso tudo, temos suporte ao Quick Charge 3.0 para quem necessitar do recurso.

PARA QUEM ELE É? 

Um aparelho que gostaria de ser posicionado como topo de linha, mas que sabemos ser apenas um MUITO potente intermediário de alta qualidade. Ele entrega muito para sua posição, e como compacto traz benefício ao alcance da maioria dos usuários que buscam trocar um smartphone mais antigo pela geração corrente de aparelhos Android. 

Seu preço médio é de R$ 1300 reais, sem os impostos de importação (pois não está a venda oficialmente no Brasil). Se tem dúvidas sobre importação, procure no YouTube por "Vale a pena comprar produtos importados?", e assista ao nosso guia sobre isso.

Mas para quem é este smartphone? Ele é para:

• quem não utiliza o smartphone sem capa, pois sua CONSTRUÇÃO é escorregadia;

• gosta de TELAs compactas porém de alta qualidade;

• não se preocupa com o SOM integrado e usará fones de ouvido a maior parte do tempo;

• quer a maior POTÊNCIA possível mas não quer gastar num topo de linha;

• precisa de uma CÂMERA competente para estabilização e pouca luz;

• não anda com power-banks e precisa que a BATERIA facilmente chega ao fim do dia.