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Xiaomi Mi 8 ainda é topo de linha? [Análise / Review]

Por Adriano Ponte Abreu | 26 de Março de 2019 às 12h22

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Xiaomi Mi 8 ainda é topo de linha? [Análise / Review]

E então, pensando em adquirir um celular novo e Xiaomi Mi 8 está na sua mira? Bom, agora que o Mi 9 chegou ao mercado, a pergunta que paira no ar é: será que o modelo anterior ainda vale a pena? Seria essa uma boa hora de comprar um aparelho do ano passado?

Antes de perder tempo pesquisando, a gente te dá um norte e ainda mostra o que ainda vale a pena e o que há de diferença entre os modelos. Se liga nesta análise que preparamos para você e tire todas as suas dúvidas!


ESPECIFICAÇÕES

O Mi 8 da Xiaomi pesa aprox. 175g (com traseira/frente em vidro com reforço Gorilla Glass e moldura em alumínio série 7000). Ele é movido por um Chipset Snapdragon 845 que conta com:


* CPU Octa-core (4x2.8 GHz Kryo 385 Gold & 4x1.8 GHz Kryo 385 Silver)
* GPU Adreno 630
* 6/8 GB RAM
* 64/128/256 GB ROM
* Tela Super AMOLED de 6.21” (1080 x 2248) ~402 ppi de densidade
* Android 9.0 (Pie); MIUI 10.1
* Câmera dupla de 12 MP (f/1.8) com OIS +
* 12 MP (f/2.4) 56mm para zoom de 2x
* Suporte 4K@30fps (e) câmera frontal de 20 MP (f/2.0)
* NFC e USB-C
* Reconhecimento facial com infravermelho
* Leitor de impressões digitais traseiro
* Bateria de 3400 mAh (com carregamento rápido de 18W)

CONSTRUÇÃO

Qualquer semelhança com um iPhone é pura coincidência. Raramente batemos nesse ponto, afinal todas as marcas seguem as tendências de mercado e existe uma espécie de “smartphone padrão” ao olhar todos os modelos lado a lado, porém no Mi 8 é bem acentuada essa impressão de “inspiração Apple”. Se isso é bom ou ruim, fica para o gosto pessoal de cada um.

A pegada do aparelho é excelente, porém o modelo desliza sozinho em praticamente qualquer superfície; isso com a câmera traseira saltada é indicador de que uma capa sempre será obrigatória, não se esqueça.

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USABILIDADE

Desbloquear o aparelho com seu rosto é possível, mesmo no escuro completo. Esse é um dos poucos Android’s que conta com a real implementação do recurso (e não um “revival” do desbloqueio por selfie antigo do Android de anos atrás). Na data desta análise era necessário mudar a região do aparelho para “Índia”, por exemplo, para habilitar nos menus essa opção de reconhecimento facial.

Quanto ao sistema do aparelho, podemos dizer que ele roda um dos Androids mais modificados do mercado da atualidade. Se você busca uma experiência sem interferências da fabricante, esqueça o Mi 8. Caso aceite, não se incomode ou mesmo prefira, o modelo oferece diversos assistentes e atalhos, tanto para performance de jogos quanto para o dia a dia.


DESEMPENHO

O processador topo de linha de 2018 do Mi 8 manteve-se uma escolha “overkill”, acima de tudo da Play Store ao longo do ano passado inteiro, logo é muito inteligente optar por essa “geração passada” de chipset, afinal ainda falamos de um KIT muito recente e ainda poderoso o bastante para o ano de 2019 inteiro (aproveitando tudo no máximo o tempo todo).

Quem gosta de benchmarks vai notar em números que é um aparelho e tanto.
É importante notar que a falta de suporte aos cartões microSD deixa o usuário dependente da memória interna do aparelho, logo é necessário optar por versões com mais espaço interno para quem usa bastante o smartphone (afinal basta gravar alguns vídeos para se arrepender de ter pagado “um pouco menos” abrindo mão de mais armazenamento).


DISPLAY

A tela do Mi 8 conta com cores muito vivas e vibrantes, com ajuste de contraste um tanto quanto simples para esse tipo de tela de alta qualidade. Usuários que preferem utilizar o AMOLED para precisão não encontrarão um ajuste específico para isso, sendo esperado que tudo seja um pouco mais “vivo” e um tom acima na saturação. É excelente para “encher os olhos”, mas pode não ser o que alguns usuários específicos buscam.

Os tons pretos são perfeitos como esperado para esse tipo de tela, além da boa legibilidade sob luz forte dado o forte brilho possível no Mi 8. O único defeito mesmo fica por conta do “notch” no topo da tela, mas pelo menos ele tem a justificativa de abrigar os sensores do reconhecimento facial.


SOM

Apesar de não contar com áudio estéreo (reproduzindo apenas pelo alto-falante inferior músicas e sons), o Mi 8 é excelente nas suas reproduções.

O som é alto e claramente conta com cuidado em seu projeto de reverberação, dando clareza nos sons e não demonstrando distorções durante as músicas. Não gostamos da posição inferior da saída de áudio, mas não temos como negar que há qualidade no desempenho do Mi 8 nesse quesito. Infelizmente não há saída de áudio de 3.5mm no aparelho.

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ENERGIA

Apesar da bateria “típica” para um aparelho recente, não temos o Mi 8 com a proposta de ser um “bastião” da energia e longevidade.

Em nossos testes padrão o aparelho consumiu:

  • • 8% da bateria (por hora) em streaming contínuo;
  • 22% da bateria (por hora) em descarga forçada de energia.

Isso mostra um excelente trabalho de otimização no consumo de energia do Mi 8, indicando que o aparelho adapta-se muito bem aos usuários mais equilibrados (dando muito tempo de tela para esse perfil de uso) e mantém sob controle o uso da energia quando tarefas mais intensas são solicitadas. Poderia ser melhor (com mais bateria disponível), mas temos um bom resultado para um aparelho potente como esse.

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FOTOGRAFIA

Assim como em outros modelos da Xiaomi, podemos notar que o Mi 8 conta com forte pós processamento. A qualidade da imagem é excelente e ao nível de um topo de linha, porém ampliar muito a fotografia revela uma estrutura um pouco granulada (mas que de fato não é suficiente para atrapalhar a foto final). Isso é mais visível em fotos em baixa luz, porém ainda assim falamos de bons registros. Não é a melhor câmera topo de linha, mas produz excelentes resultados. No uso da câmera secundária para zoom temos resultados bons, mesmo para a limitação natural desse tipo de sensor usualmente menos competente.

Os efeitos de recorte e desfoque de profundidade funcionam bem, tanto nas fotos traseiras quanto frontais (e fica aqui nossa nota para o ótimo registro de detalhes nessa capturas da câmera dianteira também).


VALE A PENA?

Num momento onde o Mi 9 já existe no mercado, vale pensar no Mi 8 como uma excelente oferta, mas apenas onde haja uma grande diferença entre ele o sucessor.

As naturais correções em fotografia, melhorias em carregamento e processador ainda mais potente do Mi 9 fazem do Mi 8 um telefone que é topo de linha, porém já não mais encaixado dentro dos preços que nos acostumamos.

Dada a política de preço agressiva da Xiaomi, ao considerar optar por um Mi 8 tenha mente essas faixas de preço que daremos. Não esqueça de colocar taxas e frete no custo total do seu aparelho caso vá importar diretamente (e não queira comprar de um importador brasileiro que já tenha o produto em território nacional).

(±) R$ 1.800

Nesta faixa de preço e um pouco acima podemos sentir que o Mi 9 deveria ter sido sua escolha, e fica a sensação de que o Mi 8 não vale mais a pena. Por mais competente que o aparelho seja, levar “mais” pelo mesmo valor é uma escolha correta entre os dois modelos. Pagar pela geração passada obrigatoriamente tem que ser algo muito mais barato que a geração atual para que compense o usuário final.

(±) R$ 1.400


Caso o Mi 8 esteja nessa faixa de preço, “Pocophone é pra jacú”, já dizia o pica pau.
Devemos lembrar que esse preço (amplamente dominado pelo “Poco” e seu custo-benefício) entrega um aparelho com alguma economia na sua construção, e pode ser que parte dos usuários prefira levar o “topo” de linha da Xiaomi de 2018 no lugar (o Mi 8 no caso).

Nessa faixa de preço o Mi 8 encara a realidade: topo de linha do passado, com muito tempo de vida pela frente, não oferecendo o que há de “última novidade”, porém nem por isso deixando de ser uma escolha para quem não pretende trocar de telefone por um bom tempo (e economizando uma quantia considerável de dinheiro).