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Pocophone F1 by Xiaomi: o novo OnePlus? [Análise / Review]

Por Adriano Ponte Abreu | 14 de Dezembro de 2018 às 13h57

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Pocophone F1 by Xiaomi: o novo OnePlus? [Análise / Review]
Pocophone F1

De vez em quando alguma empresa troca de lugar com outra no mercado de tecnologia, revezando o posto de “matadora”, “líder do custo benefício” e outros adjetivos. Isso descreve o Pocophone, bola da vez para essa posição de “redefinição do que é topo de linha ou intermediário”.

Se tudo isso lembra a época onde a OnePlus oferecia o modelo 3T, está certo (afinal as semelhanças na proposta do Pocophone são grandes, e seu preço entra nessa lógica).

CONSTRUÇÃO, DISPLAY e MULTIMÍDIA

O Pocophone não é tão diferente assim de outros modelos de alto desempenho; sua construção é predominantemente em plástico, sendo sua frente de vidro protegida por Gorilla Glass; aqui temos uma tela de 6.18" (IPS LCD) rodando em 2246 x 1080 pixels (18.7:9), fechando em 403 ppi de densidade. Há um dente no topo do aparelho, item que pode desagradar os usuários que ainda não se acostumaram com esse bigode de tela. Ali ficam os sensores de reconhecimento facial (que só estavam habilitados para algumas regiões específicas na data de nossa análise, bastando o usuário mudar isso no sistema para um local disponível caso quisesse fazer uso desse recurso).

Temos uma boa tela: a Xiaomi sabe trabalhar bem painéis LCD, e tem entregue bons resultados nos aparelhos que contam com esse tipo de display; naturalmente falamos de cores mais suaves e contrastes menos marcantes (como telas AMOLED entregam), porém mantendo tudo dentro da alta qualidade que esse tipo de tela pode atingir.

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A visibilidade sob luz forte do Pocophone também é boa, mantendo o esperado para aparelhos IPS LCD da Xiaomi. Se você não sabe o que esperar especificamente desse aparelho em termos de tela, foque em “cores realistas”, equilibradas, com boa representação de praticamente qualquer cena.

Infelizmente não demos sorte e nosso modelo conta com um pouco de vazamento de iluminação na parte inferior, mais visível com cenas brancas ou muito claras (tal como a interface do próprio sistema já mostra). Não queremos acreditar que isso seja parte dos cortes de custos que envolvem a magia de entregar tudo que o Pocophone possui pelo menor preço, e preferimos acreditar que trata-se apenas de uma unidade defeituosa que recebemos.

Completando a experiência multimídia temos áudio estéreo no aparelho para entregar sons elevados, porém dentro do esperado para aparelhos compactos. Uma experiência boa.

Indo para a traseira, temos o local para a leitura de impressões digitais, alinhado com os demais elementos que compõe o design do Pocophone, de fato lembrando traços de automóveis.

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ESPECIFICAÇÕES, USABILIDADE e DESEMPENHO

Provavelmente o maior dos motivos para o Pocophone ter recebido tanta atenção do público em geral foi sua força de trabalho, sendo um aparelho com:

Chipset Snapdragon 845 (CPU 4x4 + GPU Adreno 630)
6 (ou) 8 GB RAM
64 (ou) 128 (ou) 256 GB ROM (+ microSD)
Fica claro que o Pocophone entrega exatamente o esperado para 2018: o melhor kit de CPU e GPU para Androids, com detalhe para o sistema de resfriamento líquido (passivo) dentro do aparelho para quem tem intenção de abusar do aparelho sem perder performance ou superaquecer.

Mas ainda falamos de Xiaomi, por mais que o Pocophone seja um aparelho “fora da curva” e tenha seu time próprio dedicado para a “sub-marca”. Qualquer update ou manutenção do sistema vem da Xiaomi, mesmo indiretamente.

Logo, temos a MIUI (da Xiaomi) como interface e customização do Android no Pocophone, com a camada de customização “Poco”, uma espécie de “tema” do Pocophone sobre a MIUI 10. Apesar da MIUI ser praticamente uma versão própria do Android, vale notar que a camada “Android” normal do sistema era a versão 8.1 Oreo na época de nossos testes (com upgrade para o Android 9 “Pie” próximo de chegar ao aparelho.

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Quanto ao desempenho do aparelho, é evidente: potência topo de linha mais que suficiente para rodar qualquer item da Play Store com qualidade e velocidade máxima. Fãs de benchmarks farão muito proveito do Pocophone.

ENERGIA

Para o desespero dos fãs de marcas “custo-benefício” a Xiaomi optou por entregar 4.000mAh de bateria no Pocophone, colocando mais um prego no caixão da imagem das fabricantes que ainda insistem em entregar topo de linha com baterias com pouco mais de 3.000mAh.

Graças à temperatura controlada e bateria grande temos bons resultados de autonomia no Pocophone sem enganar o usuário com economias de energia que cortam a potência.
Durante uso ativo do aparelho nossos testes consumiram 13% da bateria do Pocophone por hora de esforço, mostrando que é perfeitamente possível chegar ao final do dia (mesmo que o usuário seja um pouco mais que “equilibrado” e tenda a jogar um pouco mais que o normal no aparelho).

Para os momentos de recarga pode-se utilizar o Quick Charge 3.0 (aproveitando o carregador rápido de 18W já incluso na caixa, item raro para aparelhos mais acessíveis como o Pocophone se propõe).

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FOTOGRAFIA

Para a câmera traseira do Pocophone temos uma dupla de 12MP (f/1.9) combinada com 5MP (f/2.0) para medição de profundidade. Os vídeos são capturados em 4k.

Em condições ideais de luz (como esperado para qualquer câmera) temos detalhes de sobra nas imagens, além de contraste excelente e cores vivas. Optar pelo HDR no modelo não muda de forma considerável os resultados (assim como ocorre na linha Pixel), sendo a fotografia padrão competente e constante, deixando o recurso como complemento facultativo.

Agora, em fotos noturnas, não é tão interessante assim observar os resultados do Pocophone (e o HDR não ajuda); a supressão de ruído é agressiva para salvar as fotos da falta de luz.

Sendo assim, temos um aparelho que não foca em ser um grande fotógrafo (muito menos o melhor cameraphone do mercado), porém que ainda assim entrega uma qualidade de imagem respeitável (tal como os intermediários de 2018 com boas câmeras nos mostraram ao longo do ano), sendo apenas a “noite” seu ponto fraco notável.
Quem opta pelo Pocophone não o faz para produzir imagens espetaculares e/ou profissionais, porém não terá problema algum em ter excelentes fotos para quase qualquer situação.

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Na frente do aparelho temos uma câmera de 20MP (f/2.0) com vídeos em 1080p. Espere fotos de alta qualidade (cheias de detalhes) em condições ideais de luz; naturalmente, quanto menos luz na hora das capturas, mais forte a suavização da imagem final (com menos detalhes visíveis).

VALE A PENA?

Provavelmente os usuários que buscam um “matador dos matadores” encontrarão no Pocophone a resposta, e muitos dos apostadores originais da linha “OnePlus” provavelmente se sentirão representados pelo que o Pocophone entrega com sua estréia; se isso se manterá, só descobriremos em 2019 com um provável Poco 2 ou Poco Plus.

Os preços das versões dos Pocophones sofrem variações de acordo com o dólar; tomando como exemplo o final de 2018 era possível encontrar um Pocophone por preços que iam desde R$ 1.300 a 1.800, dependendo da loja/forma de pagamento/quantidade de RAM/quantidade de ROM. Mesmo por R$ 2.000 ainda falamos de um aparelho que muda a percepção de “topo de linha”, e nos faz exigir mais das fabricantes que cobram caro por seus aparelhos.

Em nossa opinião o Pocophone é facilmente a opção de quem busca o melhor desempenho Android pelo menor preço, e qualquer versão do Pocophone entrega isso; a bateria maior que o esperado torna tudo mais interessante.

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Se você não é purista da fotografia e não faz questão de aparelhos com resistência à líquidos, dificilmente outro aparelho será a recomendação dos topos de linha de 2018. Para nós não existe aparelho perfeito (e incluímos o Pocophone nessa afirmação, “afogável” e sem AMOLED)... porém negar que a quantidade de tecnologia levada para casa pelo valor cobrado por ele é excelente… isso não temos como negar.