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Nokia 8 [Análise / Review]

Por Redação | 27 de Novembro de 2017 às 13h46

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Nokia 8 [Análise / Review]

Você já ouviu que essa Nokia aqui não é a Nokia da qual você está lembrando, não é? Ela foi fatiada, comprada pela Microsoft Mobile e agora pela HMD Global.

Até está escrito aqui atrás: Designed by HMD Global.

Aqui no Canaltech me zoaram bastante por ter sido usuário do finado Windows Phone por muito tempo, tanto é que em JUNHO DE 2015, quando entrei aqui, usava um gigantesco Nokia Lumia 1520, que foi um upgrade de um Nokia Lumia 1020 (com super câmera), que foi um upgrade de um Nokia Lumia 720 (com excelente bateria). Voltando ainda mais, temos meu antigo Nokia N8, upgrade de um Nokia 5800 Xpress Music.

Acho que eu posso falar de Nokia, né?

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CHEIRO DE LUMIA

A época sombria onde tentamos usar Windows Phone refletia uma identidade visual da Nokia/Microsoft onde os aparelhos tinham acabamento 2.5D e visuais arrendondados. Certo, isso se aplica ao Nokia 8, que para os mais criativos pode-se mostrar semelhante ao finado Nokia Lumia 820.

As diferenças, no entanto, são muitas. O Nokia 8 tem proposta de "flagship", topo de linha, carro-chefe. Seu corpo chuta longe o policarbonato de inúmeros modelos antigos da Nokia-Frankenstein.

O corpo do Nokia 8 é feito de alumínio série 6000, com certificação IP54 (ou seja, resiste à respingos d'água; popularmente conhecidos como "chuva").

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Na parte traseira temos um pequeno erro de design, com toda a área da câmera fora do nível do corpo, encostando em superfícies antes do resto da traseira do Nokia 8. Decepcionante.

As linhas de antena do modelo estão ocultas no corpo do Nokia 8, necessitando de muita atenção para notá-las no topo e abaixo do corpo do smartphone.

Na frente temos uma depressão no tradicional espaço para o botão "home", e ali que você deverá colocar seu dedo para que o telefone ative e desbloqueie a tela.

A leitura é instantânea, e após a ativação temos neste local a função de "home", assim como espera-se. Ao lado dessa pequena depressão temos duas touch-keys para "voltar" e "multitarefa".

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Na somatória de tudo, temos um aparelho topo de linha construído com detalhes curvos na traseira, com qualidade condizente como algo de qualidade mais alta. Porém vamos mais a fundo, afinal não adianta ser uma carinha bonita para conquistar respeito com o usuário.

DISPLAY + MULTIMÍDIA

Para a tela do Nokia 8 temos uma LCD IPS de 5.3", rodando na resolução de 1440 x 2560 pixels (com proteção Gorilla Glass 5.

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A leitura sob forte luz nesse painel é de boa qualidade, algo que só agrega pontos ao modelo de alto nível da (quase) Nokia.

A maioria das cores é bem representada, dando em boa parte dos momentos a boa impressão de cenas precisas. Infelizmente, em cenas com mais brilho fica evidente que o painel sofre de algumas anomalias um pouco além do limite do LCD.

Tons brancos parecem ligeiramente mais fracos que as demais cores; o esperado tom de "cinza" que simula a cor preta em painéis LCD também acaba afetado, mostrando um tingimento azulado suave, mais ou menos como a cor branca também parece "manchada" no painel.

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Já testamos vários modelos com LCD IPS, porém esse não se encaixa no padrão de qualidade que podemos esperar destes painéis. Comparações com AMOLED nem cabem nesse modelo. 

"Always-on display" é um recurso que não fixou-se entre os lançamentos de celulares, aparecendo ora em um, ora em outro, independente do uso LCD ou AMOLED.

No caso do Nokia 8 temos esse recurso, exibindo hora e informações extras ao movimentar o modelo (levantá-lo da mesa, sacá-lo do bolso). Após algum tempo, a tela volta a apagar-se por completo.

Num passado distante, a Nokia trouxe telefones com até 4 saídas de som (falamos do Nokia X7, com Symbian). Hoje temos o Nokia 8, com uma única saída de som na parte inferior. A vontade é de chorar no banho por alguns dias.

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Além do som distorcido em boa parte das reproduções (deixando uma impressão de "média resolução" nos sons), temos uma equalização absolutamente sem tentativas de graves. Nunca esperamos uma caixa de som incrível num smartphone, mas existem padrões de conforto auditivo mínimos que valem a pena existir...

Vale notar que essa saída de som é totalmente abafável com um dedo, sem esforço e com quase total sufocamento dos sons. Pena que tantas fabricantes sejam displicentes com o som integrado de seus aparelhos, afinal não usamos fones de ouvido 24h por dia.

ESPECIFICAÇÕES

Anote aí o que vai dentro do Nokia 8:

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  • Chipset Qualcomm Snapdragon 835
  • CPU Octa-core (4x2.5 GHz Kryo + 4x1.8 GHz Kryo)
  • GPU Adreno 540
  • 4GB RAM
  • 64 GB de armaz. interno
  • Wi-Fi a/b/g/n/ac (dual-band)
  • USB-C

USABILIDADE + DESEMPENHO

Como resposta direta ao seu chipset, os números do teste frio mostram que em condições reais de fato aplica-se a velocidade prometida pelo Nokia 8 com seu monstruoso Snapdragon 835. Não existe desafio na Play Store que seja superior ao que o Nokia 8 entrega em desempenho.

Pode ser o jogo mais pesado, ele aguenta. Não que o modelo seja um deus grego, é característica desse chipset poderoso aliado a 4GB de RAM. Não vamos nos alongar lambendo as botas do Nokia 8 nesse quesito, você entendeu e viu os benchmarks que nosso público tanto pede.

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Um sistema Android sem alterações é um sonho. Ele está presente no Google Pixel, o telefone-modelo do Google para todos os demais. Ele roda o Android Puro, sem choramingos das fabricantes e suas ganâncias de forçar soluções duplicadas proprietárias, tentando retirar até o último centavo de fidelidade de seus clientes, "entregando incríveis recursos" melhores que o "Android pelado e sem graça do Google".

Pena que o "Android pelado" funciona muito melhor e sem os bugs nojentos que as fabricantes criam com sua arrogância de customização, e quem sofre é o consumidor final.

A (nova) Nokia sabe que sem as papagaiadas customizadas, o Android corre livre, rápido, suave, sem erros e com funcionamento otimizado. Com exceção do software da câmera, o sistema que corre nele é o Android Puro, usando as soluções do Google para funcionar muito bem.

O que você ganha? Tudo que falamos acima, e ainda o direito de consumidor de escolher na Play Store o que precisar de adicional, sem ser obrigado pela sua fabricante a perder espaçou ou performance em seu aparelho.

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Instalar algum APP específico no "Android Stock" é algo aceitável, porém destruir o código do Android com gerenciadores quebrados de RAM, filtros de vídeo e outras coisas na prática nada mudam no dia-a-dia do usuário (e afogam a estabilidade do sistema)... não.

Parabéns aos envolvidos no Nokia 8, que não traz essas babaquices e ainda possui update agendado para o Android 8.0 (Oreo).

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CÂMERAS

Ainda não temos um consenso sobre câmeras duplas no mercado, porém temos elas no Nokia 8. São duas unidades de 13 MP (f/2.0) com foco laser e detecção de fase, além de OIS e lentes Carl Zeiss (normalmente não pontamos a "grife" das lentes, porém Nokia e Zeiss são um caso de amor antigo, além do BANNER ENORME na traseira GRITANDO "Carl Zeiss").

Há suporte para vídeos em 4K, naturalmente. O que foge dessa fórmula padrão é a captura de áudio integrada no Nokia 8, capaz de manter boa parte da sensação de 360º com sua captura de som em codecs otimizados e focados na experiência binaural, além dos microfones dedicados presentes no corpo do aparelho. É um mimo de boa qualidade para os fãs de vídeo feito pelos seus aparelhos.

Como não existem padrões ainda no mercado, este modelo não usa a segunda lente para "zoom" ou "wide-angle": ele captura a fotografia em cor numa câmera e em preto-e-branco puro de alto contraste na outra.

Já explicamos isso no modelo da Huawei no passado, mas recapitulando: uma câmera especializada em preto-e-branco não é como aquele filtro no instagram que você usa, ela vê coisas na cena que a câmera colorida não consegue, justamente pela sua construção interna capaz de ler cores. São componentes diferenciados especializados em P&B.

Os resultados são interessantes. Apesar da abertura (f/2.0), os resultados não são cheios de ruído em fotos com menus luz, e o OIS é capaz de segurar boa parte dos tremores. O aparelho necessita de um tempo extra para o pós processamento da imagem, porém os resultados são bons o bastante para que você espere os segundos necessários para a análise e combinação das fotos em cor com as P&B num truque de software.

Existe a possibilidade de usar apenas o sensor de P&B "real", e você notará que a percepção de luz para esse tipo de câmera é maior, criando fotos com mais contraste em menos tempo de captura, ao custo de não registrar as cores da imagem. Aí entramos em gosto pessoal e Hipsters.

Em geral, as fotos são muito maduras com conversão do ruído em granulação. A combinação das duas fotos não gera aberrações cromáticas, e os detalhes de itens menores são muito preservados.  

E para os loucos por selfies, boas notícias. O mesmo sensor para fotos coloridas da traseira está na frente do Nokia 8, o que significa 13 MP + f/2.0 + detecção de fase, porém sem OIS. Apesar da falta de estabilização, temos qualidade de respeito e registro de detalhes de respeito para uma câmera frontal, além do efeito "bokeh" por software integrado de qualidade "ok" para os fãs do truquezinho da moda.

BATERIA

Com carregamento rápido via Quick Charge 3.0, temos um Nokia 8 com carregador de 18W incluso, capaz de encher metade dessa bateria com apenas 30 minutos de tomada.

Quanto ela tem de capacidade? 3090 mAh, valor dentro do "mínimo Canaltech" de respeito por um smartphone.

Como topo de linha, esperávamos um valor próximo dos 4000 mAh, porém é apenas o desejo de nossa equipe. Em nossos testes, notamos que essa faz sentido pensar assim, afinal o Nokia 8 mostra uma descarga média de 13% de sua bateria por hora de uso ativo, fechando em aprox. 7h30m de uso contínuo em condições estáveis.

Mas há um detalhe interessante. Nas inúmeras seções de carga e descarga do Nokia 8, notamos que são poucas as atividades de gaming que descem esse tempo de uso, mas ainda assim atingimos com muito esforço 6h de uso total, cortando assim 1h30m do tempo esperado de bateria. Isso mostra que 3090 mAh seguram o Snapdragon 835 "sem sobras", e valeria a pena ter uma bateria maior para sempre garantir a tranquilidade de chegar ao fim do dia com tranquilidade.

Mas há um contraponto. Entre uma gravação e outra, notamos que o tempo de standby (ou "ficar no seu bolso esperando uma ligação/WhatsApp") é um momento onde o Nokia 8 consome uma quantia insignificante de bateria. Quem usa pouco o smartphone vai achar esse cara um monstro de autonomia, e isso não é tão comum assim em tops de linha.

VALE A PENA?

Este é um dos aparelhos que tivemos que buscar lá fora. Pagamos por ele US$ 523,00 (ou aproximadamente R$ 1.700 numa conversão livre, sem impostos e referente a data de publicação deste vídeo).

Por esse valor, você leva câmera de excelente qualidade, muito bem resolvida em termos de detalhe e equilíbrio de cores/contraste. O combo traz ainda potência de sobra para os usuários mais exigentes.

Em contrapartida, temos uma tela que poderia ser de melhor qualidade (novamente, são US$ 523,00 - preço bem próximo ao de aparelhos topo de linha deste ano no exterior).

Isso tudo num kit de bateria OK, sem erros nem números empolgantes. 

Ele não está à venda no Brasil, e você terá que recorrer a uma BestBuy ou outra empresa na gringa para conseguir este modelo, provavelmente usando do reendereçamento postal ou de algum parente/amigo voltando do exterior. É um aparelho de respeito da (nova) Nokia, mas vale o esforço ou é melhor pegar um TOP de linha aqui mesmo? Conta para gente nos comentários.