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Moto G7 Power: o melhor Moto G de 2019? [Análise Completa]

Por Adriano Ponte Abreu | 07 de Fevereiro de 2019 às 11h27

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Moto G7 Power: o melhor Moto G de 2019? [Análise Completa]
Moto G7 Power

Moto G7 Power. Se você não queria ver isso (e pensou) que tinha entrado na análise do Moto G7 “normal”, bom, vale de cara avisar que “esse aparelho aqui” é a versão com mais bateria dos Moto G7 que saíram agora em 2019, portanto se você chegou até esta análise interessado num Moto G, provavelmente deveria ser esse modelo “Power” que (se você aceitar meu conselho, é claro).

CONSTRUÇÃO, DISPLAY e MULTIMÍDIA

Iniciando pelo “unboxing”, ou “desempacotamento” do G7 Power, temos um KIT com tudo esperado para o aparelho: uma ferramenta para abrir a gaveta lateral do aparelho, um cabo de dados e carregamento, o adaptador de tomada “TurboPower” de 18W, um par de fones de ouvido e um pequeno “toco” de fio, um adaptador que permite estender um fone de ouvido comum alguns centímetros; essa peça tem o real propósito de servir como antena para a TV Digital do aparelho, dispensando um fone de ouvido completo para isso (logo, seu uso é opcional onde o sinal de TV seja forte o bastante).

Provavelmente você também encontrará uma capa transparente acompanhando o aparelho dentro desse pacote inicial, porém vale notar que a nossa veio no modelo errado (logo não servia no G7 Power).

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É interessante notar que até mesmo a caixa mostra que não existe tanta mudança assim entre os Moto G7 (vs) os Moto G6, indicando que a linha de 2019 é um incremento, não uma revolução.

Deixando a caixa de lado e indo para o corpo do Moto G7 Power (começando especificamente pelas costas do aparelho) conseguimos ver que ele não foge do básico que a Motorola trouxe para seus outros Moto G até agora, sendo até as linhas do design bem parecidas com o que vimos na geração passada; a câmera saltada não é perceptível (até porque falamos de um aparelho mais “gordinho”, característica natural das linhas “power” que contam com mais bateria).

Essa traseira não é de vidro (por mais que pareça); o logo da Motorola aqui atrás é funcional e realiza a leitura de impressões digitais do usuário.

E eis que a Motorola não tentou outra vez jogar alguns usuários de Moto G no passado, portanto temos no G7 Power um conector USB-C para esse aparelho intermediário, garantindo qualidade de vida mesmo para quem não opta por um topo de linha (e) prefere um modelo derivado dentro da linha G (que não o próprio Moto G7 comum).

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Indo para a frente do aparelho temos quase 80% da superfície coberta por uma tela IPS LCD de 6.2” (rodando na resolução de 720 x 1512 pixels) 19:9 com ~270 ppi de densidade, sendo esse último item um bom indicativo do que esperar desse display que equipa o G7 Power.

Ah, claro; temos um “bigode” horroroso no topo da tela, o famigerado “N-o-t-c-h”, que não traz nenhum diferencial para o aparelho além de deixá-lo mais parecido com o “Leôncio” (Wally Walrus) do Pica-Pau. E caso você não ache o “Notch” tudo isso de ruim ou ridículo, lembre-se que as fabricantes desde a metade de 2018 tem migrado para pequenas “gotas” no topo do display para abrigar a câmera frontal e ocupar menos espaço de imagem com uma “tarja preta” sem utilidade. Vamos prosseguir.

A tela em si é um pouco decepcionante, especificamente pelos tons pretos (que na verdade são cinza). Esse tipo de fraqueza é natural de telas do tipo LCD, porém é algo bem acentuado no Moto G7 Power, sendo especialmente perceptível quando a tela acende-se no “modo ambiente” para mostrar a hora/alertas ao usuário quando o telefone é levantado, onde uma névoa esbranquiçada paira por alguns segundos sobre a tela “preta” após o desaparecimento da hora atual, simulando estar apagada. Esse modo é chamado de “Moto Tela” no sistema, mas não pense que apenas nele pode-se ver o “preto que na verdade é cinza”; isso é notável por todo o sistema e em qualquer vídeo ou jogo que você execute no G7 Power.

Já as cores (em cenas claras) são “ok”, equilibradas. O contraste da tela não é dos melhores, logo espere que algumas sequências de imagem mais pensadas em “HDR” apaguem um pouco os tons de cor da cena inteira por causa de algumas partes escuras (e também espere) detalhes de luz forte um pouco “estourados” ocasionalmente, com raras cenas um pouco esbranquiçadas. Em resumo, temos uma tela LCD bem comum no G7 Power, um pouco abaixo do que já vimos para a linha Moto G nas gerações passadas.

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Claro que não podemos deixar de lado a questão “tela grande” com “resolução mais baixa”. Para a maioria dos usuários acreditamos que não haja problema (ou mesmo percepção disso), porém ao mais observadores 6.2” de tela com resolução abaixo de FullHD (1080p) é algo considerável para o dia-a-dia, bastando que você lembre o quanto um smartphone fica próximo aos seus olhos (e) o quanto uma tela maior torna os detalhes das imagens mais visíveis.

Você notará que os nomes de ruas do Google Maps (por exemplo) tem um pouco menos de detalhes do que gostaria, bem como itens menores em aplicativos com muita informação na tela não ficam tão bons. Coqueiros e suas folhagens em vídeos com cenas de praia ficam com suas folhas serrilhadas, “estranhas” ao olhar. No sistema do aparelho e na Play Store os menus, listas, botões e títulos de aplicativos parecem um pouco “esticados”, “ampliados” para condizerem com a resolução mais baixa e não ficarem serrilhados. É uma limitação que não compromete o aparelho (mas) que reduz a qualidade do que é exibido e densidade do que é lido ali.

Igualmente decepcionante é o som do aparelho, todo localizado no alto-falante superior do G7 Power. Dessa parte de cima saem sons de baixa qualidade e muito agudos, nada envolventes e até mesmo abaixo daquele resultado fraco que já esperamos para um “som de celular”, lembrando um radinho de pilha dependendo do que você estiver assistindo/ouvindo no aparelho.

ESPECIFICAÇÕES, USABILIDADE e DESEMPENHO

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Dentro do Moto G7 Power temos um Chipset Snapdragon 632 que conta com:

  • CPU Octa-core (4x1.8 GHz Kryo 250 Gold & 4x1.8 GHz Kryo 250 Silver)
  • GPU Adreno 506
  • 3GB RAM
  • microSD + 32GB ROM
  • TV Digital

Durante nossos testes a versão do Android era a 9 (pie), com o centro de controle “Moto” pré-instalado que acompanha os aparelhos da fabricante para ações contextuais como o “Moto Ações” (ou seja, gestos de ativar a câmera ou a lanterna, por exemplo, que usualmente estão nos Moto G’s).

Se a idéia do Moto G7 (Power) é fazer parte de uma linha de aparelhos um pouco mais acessíveis e que atendem a maioria das pessoas, podemos dizer que o modelo se encaixa dentro dessa proposta, porém sem grandes feitos (apenas dá conta do recado de ser um intermediário funcional).

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O processador que move o G7 Power é mais ou menos da metade de 2018, um item intermediário bem recente apesar da numeração maluca da Qualcomm com seus chips da série Snapdragon. Basicamente falamos de uma melhoria incremental nos núcleos de um processador de três anos atrás, o Snapdragon 625.

Note que não falamos de “placa gráfica”, ou seja, “GPU”. O “KIT de processador” Snapdragon 632 que está no G7 Power é uma atualização em termos de conectividade e CPU sem dúvidas, e pontua um pouco melhor que os antecessores em atividades comuns do smartphone, porém não entrega uma jogatina muito mais potente que o Moto G5 Plus/Moto G5s Plus (por exemplo), que utilizam o Snapdragon 625.

As coisas ficam mais estranhas ao comparar o Moto G7 Power com sua GPU Adreno 506 contra o Moto G6 Plus de 2018 (que conta com uma GPU Adreno 508 para os jogos), deixando aquela mensagem de que o G7 Power traz um “chip” recente em termos de processador (mas) não oferece uma melhoria sensível em todos os games por conta de sua GPU.

Se você já utiliza um dos intermediários que citamos, não espere muita melhora no PUBG, por exemplo.

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Se você utiliza um modelo intermediário mais antigo ou mesmo da geração anterior de Moto G’s e ainda está se perguntando se levará mais desempenho para casa ao trocar para o Moto G7 Power, pense “não” (afinal a diferença é pouca). Sem dúvidas esse aparelho é mais atualizado e não utiliza peças velhas (como o Motorola One fez), mas ser “atualizado” e recente não quer dizer que você levará um smartphone poderoso para casa.

Lembre também nessa conta que 3GB de RAM é algo como “o limite” para os padrões atuais (sendo bem esperado que intermediários tragam 4GB de RAM dentro de si). Quem usa muita coisa rodando em segundo plano notará algumas esperas entre uma abertura de aplicativo e outra com o passar dos meses de uso do Moto G7 Power, porém não notará lentidão nos aplicativos uma vez que já estiverem abertos.

ENERGIA

5000 mAh é muita bateria, sendo uma missão e tanto encontrar um aparelho que faça feio com essa capacidade toda de energia na manga.

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No caso do Moto G7 Power temos que levar em conta esse combo aqui:

  • Bateria de grande capacidade (+)
  • Processador econômico (+)
  • Tela de baixa resolução

Sendo assim esse “tanque” enorme é consumido por um processador que trabalha mais folgado (e que) já gasta pouca energia; nossos testes confirmaram isso com descargas de 7% dessa bateria por hora de streaming contínuo, indicando que você pode ver vídeos de dez horas no YouTube com facilidade (e ainda ter uma boa quantidade de bateria ao final de uma sessão dessas).

No nosso teste irreal de descarga forçada de energia atingimos 18% de consumo máximo da bateria por hora de execução, e durante nossa sessões de jogos equilibrados (como Brawl Stars) conseguimos descarregar entre 9 e 10% da bateria do G7 Power por hora ativa, mostrando que somente ativando programas de consumo forçado de energia para que o G7 Power deixe de ser um dos aparelhos mais econômicos (e com mais autonomia) que já testamos até o momento; dá para chegar em casa com muita bateria, mesmo utilizando o aparelho o dia todo.

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E um esclarecimento sobre o carregador que acompanha o G7 Power: assim como antes (e dentro da lógica normal desse tipo de tecnologia), “TurboPower” de 18W significa que você terá carregamento rápido no início da recarga (dando uma grande injeção de energia no começo e gradualmente retornando para a velocidade normal conforme a bateria se enche).

FOTOGRAFIA

A linha Moto G não é focada em fotografia, e isso se repete no Moto G7 Power.

Temos uma câmera de 12 MP, (/2.0) na traseira do aparelho e outra de 8 MP (f/2.2) na frente. Apesar da tela do Moto G7 Power ter o limite de 720p é possível gravar vídeos em 2160p@30fps (4k) pelo modelo para aproveitar melhor os detalhes depois, numa TV por exemplo. Claro, você pode assistir os vídeos em 720p pelo próprio G7 Power, a escolha é sua.

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Falando de fotografia, temos no resultado final dessas câmeras uma performance totalmente dentro do esperado: luz ideal é necessária para que você tenha vontade de guardar as fotos (que capturam um bom nível de detalhes), logo ambientes externos ensolarados conseguirão dar para o G7 Power condições de produzir imagens respeitáveis para um intermediário.

Porém, saindo desse cenário ideal (onde quase qualquer câmera produz boas imagens), temos a forte compensação de luz característica da linha Moto G, onde qualquer foto em ambientes internos (com apenas “um pouco menos” de luz) acaba cheia de granulação pelo ajuste automático do aparelho para “forçar claridade” a qualquer custo, removendo mais e mais detalhes das imagens conforme “ilumina” desnecessariamente cenas que apenas seriam um pouco menos claras que a luz do dia lá fora.

O registro de cores é “ok”, com tons que ficam um pouco desbotados para o céu, por exemplo. Em geral, registro equilibrados e que não sofrem com problemas além da própria limitação intermediária das câmeras, funcionando bem para o que se propõe.

VALE A PENA?

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Ao recordar os lançamentos anteriores da Motorola podemos facilmente encontrar lançamentos ao nível do Moto G7 Power (e até mesmo abaixo) com preços iniciais de R$ 1.500 em suas respectivas chegadas ao mercado.

O G7 Power começou suas vendas por R$ 1.399 no mercado brasileiro, um preço que poderia ser melhor (porém) que entrega por um valor já menos caro que alguns lançamentos anteriores um KIT intermediário “ok” para o usuário final, com processador econômico mais recente (porém não necessariamente “potente”) e bateria de grande capacidade.

Conseguimos entender que toda nossa descrição sobre a tela “decepcionante” do Moto G7 Power que demos é parte da nossa experiência com tantas telas excelentes que já passaram pelo Canaltech, e sabemos que (hoje, em 2019) muitos usuários ainda utilizam telas de aparelhos de entrada horrorosas, infinitamente abaixo do que qualquer Moto G já lançado; nosso cuidado é descrever em detalhes para nunca iludir quem já conta com um aparelho superior em mãos, por exemplo.

Em resumo, acreditamos que a grande maioria (menos exigente) talvez nem note tudo que dissemos sobre as limitações desse display (afinal, é um aparelho intermediário). Essa grande maioria também deve encontrar no rendimento de processador e câmeras equilíbrio para essa faixa de aparelhos, afinal não existem falhas nesses itens além da suas limitações naturais (ou seja, não temos defeitos).

Aparelhos Android experimentam uma natural descida de preço após seus lançamentos oficiais no Brasil, portanto o Moto G7 Power começa sua vida no mercado brasileiro já como um aparelho intermediário com “preço ok”, e logo poderá ser chamado como “aparelho com preço justo”, sendo praticamente qualquer promoção depois disso o suficiente para que o modelo seja uma “boa compra” para quem busca um modelo acima do básico e sem problemas no funcionamento.