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Moto E5 Play: o primeiro Android Go da Motorola [Análise/Review]

Por Wellington Arruda | 06 de Setembro de 2018 às 14h00

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Moto E5 Play: o primeiro Android Go da Motorola [Análise/Review]
Moto E5 Play

A Google mostrou em fevereiro deste ano, durante o Mobile World Congress, o Android 8.1 Oreo (Go Edition) já funcionando em smartphones de marcas variadas. Uma dessas empresas que aposta na versão “enxuta” do Android é a Motorola, que traz para o Brasil o Moto E5 Play. Ele era o último da família que ainda não havia sido lançado por aqui.

Sabemos que, hoje em dia, ficou mais complicado encontrar um smartphone básico, bom e com preço em conta. O E5 Play seria essa alternativa da Moto, e nós contamos aqui se ele cumpre esse papel ou não.

Design, display e multimídia

Sempre foi relativamente fácil identificar um smartphone de entrada das outras faixas de mercado, mas também fica fácil perceber o quanto essa faixa de mercado foi ficando mais refinada.

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Seguindo seus outros irmãos, o Moto E5 Play ganhou display esticado, mas segue com visual em plástico. Ele pesa cerca de 145 gramas e tem acabamento com cantos arredondados para tornar a pegada mais confortável.

Ele é compacto, tem leitor biométrico relativamente rápido na traseira, e, por algum motivo, sua câmera é um pouco saltada. A tampa traseira do smartphone é removível, assim como sua bateria. O E5 Play aceita dois cartões (nano) SIM e um microSD de até 256 GB.

O aparelho também traz entrada P2 para fones no topo e microUSB na parte de baixo; vale notar que existe um microfone em cada ponta.

O E5 Play é um celular de entrada com cara bonitinha. Por mais que ele seja um celular tão belo quanto funcional, os detalhes mostram algumas “falhas”. Algo que não fica tão fácil de mostrar é a sensação ao apertar ele, onde parece que há um bom espaço entre a tampa e a bateria. Parece que algo está frouxo, embora não seja algo preocupante e/ou assustador.

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A parte mais chamativa, claro, é o display. A Motorola usa uma tela IPS de 5,3” com aspecto 18:9 e resolução de 960 x 480p (201ppi). Essa tela, chamada de Max Vision, realmente deixa o E5 Play com uma cara bastante atual, ainda que com resolução baixa.

Outra coisa intrigante: esse formato muito esticado faz com que a digitação seja um tanto quanto complicada por causa do tamanho do display. Mesmo eu, com mãos pequenas, senti essa dificuldade.

Ainda sobre o display, não espere uma qualidade absurda vindo do E5 Play. Os ângulos de visão são muito prejudicados em qualquer situação. Mas, especialmente com luz solar forte, o painel se mostra refletivo e em áreas ou cenas escuras fica difícil distinguir os tons.

Logo, assistir a filmes e afins no E5 Play é algo que vai entregar uma experiência muito básica, mesmo.

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Software e desempenho

O Moto E5 Play lançado aqui no Brasil é, atualmente, o hardware mais simples da fabricante no país. Ele traz processador Snapdragon 425 quad-core de até 1.4 GHz, 1 GB de RAM e 16 GB de armazenamento (~11,8 GB livres).

O dispositivo também é o primeiro da empresa com Android Oreo 8.1 (Go Edition), com menos recursos que o original. O software roda com muito menos animações e os aplicativos instalados são todos em suas versões reduzidas.

Enquanto não houver muitas imagens no seu feed, o celular vai ter desempenho razoável. Isso é meio complicado, já que as redes sociais estão enfiadas de imagens, GIFs, vídeos e afins. Só que, ainda assim, a maioria desses apps dá a opção de baixar ou não os arquivos, economizando memória e dados.

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Você ainda pode baixar os aplicativos em suas versões tradicionais, mas eles podem ter desempenho bem abaixo do esperado. A Play Store vai sempre recomendar apps ‘Lite’ ou ‘Go’, e não é por um motivo chato, mas sim porque é o ideal para o dispositivo.

No caso do desempenho, o E5 Play funciona com uma coisa de cada vez. Os apps tendem, sim, a rodar com mais tempo de carregamento e transições demoradas, mas com paciência as coisas funcionam normalmente.

Se você espera trocar rapidamente entre os apps que rodam em segundo plano, talvez seja melhor não ir com tantas expectativas. Ele fará o básico, ou o que é possível com o hardware limitado. Com jogos, por exemplo, a GPU Adreno 308 vai se comportar muito melhor com os básicos.

O E5 Play não traz suporte de TV Digital, mas funciona com Rádio FM. O aparelho ainda conta com sensores acelerômetro, de luz ambiente e proximidade.

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Câmeras e bateria

A experiência com o Moto E5 Play é simples. Ele, sendo voltado para atividades comuns, deixa de lado recursos extras de software, especialmente aqueles que necessitam de hardware mais forte. No lado das câmeras, a coisa não seria diferente.

O sensor principal tem 8 MP (f/2.0) e foco automático. Ele também conta com um modo HDR e pode gravar vídeos em Full HD com 30 fps. Ainda dentro disso, ele grava vídeos em câmera lenta e o modo manual deixa fazer ajustes básicos no foco, balanço de branco, velocidade do obturador, ISO e exposição.

Na parte frontal, o smartphone tem uma câmera de 5 MP (f/2.2) com flash LED, bem como na traseira.

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Resumindo as características de câmera, nos deparamos mais uma vez com resultados simples e fotos que podem ficar boas, mas vai depender muito do ambiente e iluminação.

Porém, duas coisas são muito legais nisso tudo: o modo manual permite que fotos melhores sejam tiradas mesmo durante a noite, e ele conta com integração total ao Google Fotos. Com isto, gratuitamente, suas fotos e vídeos são armazenados infinitamente no serviço da Google no tamanho original.

O Moto E5 Play carrega 2.100 mAh de bateria, mas sem suporte ao TurboPower. O dispositivo tem autonomia de um dia de uso, com média de tela ligada de 3 horas. Esse é um resultado interessante, porém abaixo do esperado, já que o dispositivo deveria se preocupar menos com o consumo exagerado.

Reproduzindo vídeos online e com brilho máximo, sua média de descarga foi de 19% por hora

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Vale a pena?

Estamos falando de um celular que roda Android Go, a versão básica do Android mas com recursos atuais. E ainda sobre o software, a Motorola já confirmou que o E5 Play não será atualizado para a próxima versão ‘Go’, que no caso é a 9.0 Pie.

A experiência com o E5 Play é básica, porém satisfatória para um dispositivo de entrada. Se você vem de um smartphone que roda Android completo, vai sentir falta de algumas coisas. Se você sempre foi fã do que há de mais simples, provavelmente não vai se incomodar.

No entanto, a matemática precisa casar com os R$ 799 cobrados pela fabricante pelo dispositivo, que carrega um processador de 2016. Dentro do próprio leque de opções de Moto, temos como alternativas ao E5 Play:

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  • Moto C Plus: cerca de R$ 549* e bateria de 4.000 mAh;
  • Moto G4: cerca de R$ 799*, tela maior, Android completo.

É… desse jeito fica difícil.

*Valores baseados na média de varejo.